31 de jul. de 2010

SIM, nós também lemos!

Essa semana foi de boas notícias, não só para nós do ramo editorial e apaixonados por livros, mas para todos nós cidadãos brasileiros; já que foi estaticamente comprovado que estamos lendo mais!

Uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Livrarias, a ANL, sobre o Diagnóstico do Setor Livreiro em 2009, reveleu o aumento do número de lojas espalhadas pelo país. Segundo a pesquisa, atualmente, existem 2.980 livrarias em todo o Brasil, número proporcionalmente 11% maior do que em 2006.




Mas ainda temos muito o que crescer. Isso porque a desigualdade social do país fica escancarada em nossas caras no momento em que se analiza a divisão assustaduramente desleal desse númetro de livrarias espalhadas pelo Brasil: mais de 50% desss lojas concentram-se na região Sudeste, sendo liderada por São Paulo, com mais que o dobro do número de livrarias que o segundo colocado, Rio de Janeiro. Claro que fatores como alto nível de escolaridade e concentração de renda são os grandes influenciadores dessas estatíscas, que apesar de animadoras, são preocupantes! 




Sim, nós também lemos... Mas agora queremos ler por inteiro! É claro que para mudar o quadro da divisão da leitura do país é necessário pensar no quadro da divisão de renda do país. Mas fica aqui a fica para que os livreiros e editores passem a olhar com novos olhos para a atual situação do país e acreditem no potencial de mercdo que existe fora do eixo Rio-SP. A mesma pesquisa mostra, por exemplo, que o estado de Roraima, na região norte, possui apenas 25 livrarias, mas é um número proporcionalmente admirável, já que colocando na ponta do lápis, e o estado com a maior média nacional! A Bahia é outro estado que merece atenção do ramo, pois é líder da região nordeste. 


Fora esse tipo de amaurecimento no mercado, o Brasil está apenas engatinhando quando o assunto é aumento do índice de leitura no país, já que, segundo Vitor Tavares, Presidente da ANL, a nossa média é de 1.9 livros lidos por habitante ao ano, o que é muito abaixo de outros países, inclusive lationamericanos, como a Argentina e Chile, por exemplo, com 5 e 3 livros lidos por habitante ao ano; respectivamente. 

Outra dado que vale nossa atenção é que o gênero infantojuvenil é o mais vendido. E que 56% das livrarias do país não fazem vendas online, ou seja: nossos cidadãos gostam de ir às livrarias e levarem suas crianças! Isso, para os editores e livreiros é sinônimo de sucesso garantido, pois como disse Samuel Seibel, dono da rede Livraria da Vila, o "público infantil é 100% leitor!"

E se é estatiscamente comprovado que nossas crianças lêem, significa que meu sonho não é tão distante assim e que, muito em breve, nosso país será um Brasil de devoradores de livros!



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DICAS:

- O jornal BOM DIA BRASIL, da Rede Globo, fez uma boa matéria sobre o assunto, que também me serviu como fonte. Recomendo que assistam:




- A quem interessar, no site da ANL é possível fazer o dowload do PDF com a pesquisa na íntegra. Vale a pena, para quem quiser se inteirar mais dos números.

25 de jul. de 2010

AS MELHORES EDITORAS DO BRASIL EM 2010

Muitos de vocês devem ter achado meu post anterior uma babação de ovo para a Companhia das Letras, e talvez até me acharam louca de contar desse Sonho de Criança, sendo que trabalho em uma outra editora, que gosto tanto e visto a camisa mesmo.
Mas nada é por acaso. E eu só quis fazer uma breve explicação antes de postar aqui uma matéria do jornal Valor Econônico, com o Ranking das melhores editoras do Brasil em 2010. Adivinhem só quem ocupa a 1ª posição?? Sim, ela mesma! A minha queridinha Companhia, seguida pela belíssima Cosac Naify.
Leiam a matéria na íntegra, a seguir. Vale muito a pena! 
E Parabéns à Companhia das Letras, a ao Luiz Schwarcz e sua equipe, pelo título mais do que merecido!!







Por Márcio Ferrari, para o Valor Econômico, de São Paulo



Em número totalmente dedicado ao Brasil no mês passado, a "Wallpaper" abriu espaço, entre alguns assuntos mais previsíveis como top models, Oscar Niemeyer e música popular, para uma chamada de capa que anunciava um boom de livros no Brasil. A reportagem referia-se não só às editoras, mas também às livrarias. Não há dúvida de que as coisas mudaram para melhor, como constatou a revista britânica. Nos últimos três anos, o número de livrarias no país cresceu 10%, segundo o Diagnóstico do Setor Livreiro, que a Associação Nacional de Livrarias (ANL) divulga na terça-feira, às vésperas dos dois principais eventos literários do ano no Brasil: a cultuada Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e a superlativa 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Nesse novo capítulo da história do livro nacional, o Valor promoveu uma enquete com um grupo de críticos e professores para identifical qual é a melhor editora do Brasil. A Companhia das Letras ficou em primeiro lugar (81%), e a Cosac Naify em segundo (76%). E, mesmo que em quantidade de votos menor, número significativo de outras editoras foi mencionado, numa evidência de que o mercado editorial brasileiro vive um bom momento em qualidade e diversidade. Os votantes e os responsáveis pela linha editorial das duas casas mais votadas concordam que o panorama é um dos melhores da história do livro no Brasil. Para o diretor editorial da Cosac Naify, Cassiano Elek Machado, a reportagem da "Wallpaper" foi um sinal inesperado dessa vitalidade.

"Estamos vivendo um momento de esplendor", afirma Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, empresa que teve faturamento de R$ 56 milhões no ano passado. "O mercado todo se profissionalizou e os governos vêm investindo em educação, o que para as editoras é melhor do que isenção fiscal." Augusto Massi, editor-presidente da Cosac Naify, vê na própria empresa, fundada há 13 anos, os reflexos "de um público mais formado e de um comércio de livros mais profissionalizado": "De três ou quatro anos para cá, a editora amadureceu, mudou de patamar e de visibilidade".

A pesquisa promovida pelo Valor não teve a intenção de medir a eficiência empresarial, mas indicar as editoras que mais se destacam culturalmente. A votação se encaminhou naturalmente para a ênfase nas áreas artístico-literária e das ciências humanas e muitos dos votantes mencionaram a capacidade de interferir na vida cultural e de formar leitores como critérios para medir a qualidade de uma editora. Aos 21 especiliastas consultados, foi pedido que fossem escolhidas as três melhores casas editoriais. Ficaram de fora as áreas mais especializadas, como as dos livros técnicos, os de autoajuda e os didáticos e paradidáticos, embora a grande movimentação nesses setores nos últimos anos, em que ocorreram grandes fusões e incorporações, certamente influi no quadro geral.

Muitos dos votantes atribuíram à Companhia das Letras, que completa 25 anos em 2011, o estabelecimento de um padrão de qualidade que se tornou referência no mercado editorial. Massi concorda e considera a Cosac uma beneficiária desse precedente. Alguns dos integrantes do júri compararam a Companhia à antiga José Olympio, a casa editorial brasileira mais importante do Brasil entre os anos 30 e 60, traçando uma linhagem das boas editoras brasileiras. Algumas das mais tradicionais ainda estão em forma. É o caso da Martins Fontes, que, para a professora Maria Lúcia Dal Farra, "é uma daquelas editoras sérias que seguram o tranco sem aparecer muito, apesar de sempre ativas".

O próprio Schwarcz, ao criar a Companhia das Letras, vinha da experiência de trabalho na Editora Brasiliense, que marcou época entre o fim dos anos 70 e início dos 80 com uma linha de livros voltada para o público jovem. Schwarcz percebia a existência de um leitor em formação que a Brasiliense não tinha entre suas prioridades acompanhar e essa foi uma das percepções que o orientaram na nova editora. "Foi um pouco empírico", diz ele sobre seu projeto inicial. "Eu acreditava que havia a possibilidade de uma editora mais radical, em termos de proposta de qualidade, com um misto do que já havia no mercado" - isto é, a atualização gráfica de uma, a qualidade do catálogo de ciências humanas de outra, o modelo empresarial moderno de outra ainda.


A radicalidade veio da determinação em contrariar a regra amplamente aceita de que os títulos comerciais pagam os de prestígio. "A ideia era que a Companhia das Letras não precisaria de best sellers, mas também não se permitiria encalhes", conta Schwarcz. Segundo ele, a editora foi pega de surpresa quando alguns dos primeiros lançamentos entraram nas listas dos mais vendidos. O exemplo típico é o de "Rumo à Estação Finlândia", o relato da Revolução Russa escrito pelo crítico literário americano Edmund Wilson, livro que foi uma espécie de cartão de visita da Companhia ao entrar no mercado.

O clássico de Wilson marcou também uma das apostas iniciais de nicho da editora, a "não ficção narrativa", tradição intelectual anglo-saxã pouco explorada num ambiente cultural mais caracterizado pela tradição europeia. "O projeto inicial era definido como o de uma editora literária de ficção e não ficção. Com o tempo ele se ampliou, se abrindo para a literatura jovem e infantil. A primeira área separada foi a dos policiais e hoje chega até comida e aventura." A editora se tornou mais comercial? "Não mudou, na minha opinião. Nós publicamos Thomas Bernhard ["O Imitador De Vozes"] . Mantemos a aposta em autores brasileiros. Há um ou outro livro no limite do comercialismo, mas mesmo Stieg Larsson [trilogia "Millennium"] é um autor de qualidade no gênero policial."

Numa referência aos requisitos de qualidade de uma editora, um dos votantes, o professor Sergio de Sá, da Universidade de Brasília, citou o "cuidado no tratamento gráfico-editorial do produto, com uma identidade reconhecível à primeira folheada". Nos projetos tanto da Companhia das Letras quanto da Cosac Naify esse aspecto fez parte da própria criação da identidade da empresa. "Pretendi ter uma marca, com a escolha da tipologia, do papel e até da entrelinha", diz Schwarcz. "Dizem que Deus está nos detalhes. Nos livros isso é uma verdade absoluta." Na Cosac Naify, a marca existe, mas, paradoxalmente, sua característica principal é uma diversidade extremada.

A editora começou com a publicação, em 1997, de livros de artes visuais, algo incomum no Brasil, e mantém uma imagem diferenciada, para dizer o mínimo, entre as concorrentes. "As boas editoras cumprem a importante função de balancear o compreensível interesse comercial com ousadia, mas a Cosac parece ser só ousadia", comentou um dos votantes. Massi concorda em parte. "O nosso luxo é a ideia", afirma ele, relativizando a fama de que a editora produz livros caros, que seriam, portanto, vendidos a preços igualmente caros.

Um dos títulos mais vendidos da Cosac Naify, "Bartleby, o Escrivão", de Herman Melville, tinha uma concepção arrojada e barata, usando revestimento impermeável de carburador para a capa. Ganhou um prêmio de design e na época de lançamento, 2005, saiu com preço abaixo de R$ 30,00. Prêmio de design, por sinal, é o que não falta no currículo da editora, que já vendeu ilustrações feitas para seus livros a casas europeias.

"Nós introduzimos algo de novo no mercado, pensando para cada livro um conceito exclusivo", diz Massi. Ele já percebe a influência desse projeto em outras editoras. "Todo mundo mudou suas capas, fazendo escolhas que antes não faziam", observa. O esforço em estabelecer uma marca visual faz parte da intenção geral de "criar repertório" e "formar um leitor especial".

Para isso, a editora adotou o hábito de acompanhar os livros de autores ou artistas consagrados com prefácios, posfácios e quartas capas, encomendados a especialistas (muitas vezes inesperados, como o cientista social Paulo Sérgio Pinheiro para comentar "Ressurreição", de Liev Tolstói, que trata, em parte, do sistema prisional), índices onomásticos e sugestões de leitura. Trabalha-se com frequência com uma certa noção de parentesco entre os títulos publicados que criam um universo de relações para o leitor - obras dos mesmos autores, como William Faulkner, para o leitor adulto e para a criança, artistas que têm a obra enfocada num livro e criam a capa de outro, além de livros de referência que sistematizam as áreas temáticas cobertas pela editora.

Tudo isso já se encontrava, de alguma forma, no início da editora, que foi um pouco problemático. Ela foi criada em bases marcadamente idealistas pelo editor Charles Cosac, colecionador e crítico de artes plásticas, com uma proposta de intervenção num setor incipiente no Brasil. Mas já havia outras iniciativas em áreas que até hoje dão sustentação à editora, como a coleção de cinema a cargo do crítico Ismail Xavier, a reedição de autores brasileiros importantes, como João Antônio, e mesmo um início de produção no campo da literatura infantil, que depois seria um dos pontos fortes do catálogo e responsável pelo seu maior sucesso comercial - os livros do personagem Capitão Cueca, que atingiram uma tiragem de 70 mil exemplares.

Chegou-se, e já faz algum tempo, a um nível em que a editora toma cuidado para não crescer mais, pretendendo se manter numa escala "média" dentro do mercado. Segundo Massi, o risco seria perder o vagar necessário para a produção de um livro como o recém-lançado "Maria", volume exaustivo sobre a obra da escultora brasileira Maria Martins, que demandou dois anos para ser feito. O projeto revê praticamente a obra integral da artista. Todas as obras disponíveis ao público foram fotografadas especialmente para o livro por Vicente de Mello, mesmo aquelas que já contavam com registros de boa qualidade, como as expostas no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York. Apesar da sofisticação e do impacto desse tipo de iniciativa, Massi aponta a delicadeza que caracteriza um esforço quase artesanal: "É um trabalho miúdo que pode se desfazer rapidamente".

Quando foi contratado pela Cosac Naify, dois anos e meio depois da fundação, a editora se encontrava deficitária, cercada de rumores de que iria fechar que persistiram durante um bom tempo. O começo da recuperação se deu com a criação da coleção "Prosa do Mundo", constituída de títulos de autores clássicos já passados para o domínio público, o que permitiu uma economia em direitos autorais, compensada por investimentos no tratamento propriamente editorial.

Assim, logo no lançamento da coleção, a editora conseguiu emplacar dois sucessos de venda com duas obras consideradas eruditas, "O Diabo e Outras Histórias", de Tolstói, e "Niels Lyhne", de Jens Peter Jacobsen, autor dinamarquês muito pouco conhecido. Com esses e outros bons resultados comerciais, foi possível manter a atividade "de ponta" da editora, presente em publicações como ensaios clássicos na área de ciências humanas e nos já tradicionais livros de arte, que hoje abrangem praticamente todas as áreas criativas, da arquitetura à moda.

A Companhia teve um início melhor porque surgiu no clima de entusiasmo do curto período de vigência do Plano Cruzado, um intervalo nos tempos de inflação desenfreada. Com o confisco do Plano Collor, no início de 1990, "80% do dinheiro sumiu", segundo Schwarcz. A primeira tentativa de contornar a situação comercialmente foi o lançamento de uma coleção de livros pequenos de análise conjuntural. Não deu certo. A editora estava com o primeiro volume da coleção "História da Vida Privada" pronto para rodar. "A gente não tinha como pagar a gráfica, mas a gráfica também não tinha serviço", lembra-se Schwarcz. Foi assim que a penúria criou a oportunidade para um estouro editorial, que popularizou no Brasil a escola da história das mentalidades. Schwarcz considera esse um dos pontos altos da editora, ao lado das biografias ("Chatô", "Anjo Pornográfico" etc.). Ele espera um impacto semelhante dos lançamentos do selo Penguin Companhia, resultante da associação da editora com a Penguin Classics.

Num país imenso, com poucas livrarias e hábitos de leitura ainda sendo criados, a distribuição é um dos grandes problemas do mercado editorial, embora a Companhia das Letras e a Cosac Naify considerem as dificuldades em boa parte superadas. A Companhia partiu para o sistema de consignação total, que hoje é prática comum. Foi o jeito, na época de inflação pesada, de lidar com uma situação em que havia boas vendas, mas a editora não formava caixa e ainda tinha de arcar com as devoluções. A Cosac investe num contato de divulgação direto com as livrarias individualmente e com seus vendedores, aproveitando a fase de sofisticação do setor. "Fala-se muito em livro eletrônico, mas as livrarias ainda têm uma vida longa e sólida pela frente", afirma Luiz Schwarcz.

Nem tudo é elogio para as vencedoras da enquete. Há quem considere a Companhia das Letras uma editora excessivamente paulista. "Talvez a presença física da sede da editora em São Paulo influa um pouco nas escolhas", afirma Schwarcz. Alguns dos votantes também criticram as duas editoras por não lançarem tantos autores brasileiros quanto seria desejável, comparando-as desfavoravelmente à editora Record nesse aspecto. Schwarcz responde: "A Companhia pode não ser a mais garimpeira de novos talentos, em parte porque não abandonamos nossos autores; somos bem exigentes e talvez seja um erro não investir em alguns talentos que ainda não estão prontos". Também a Cosac se considera um pouco devedora na publicação de autores brasileiros, embora Massi também afirme a fidelidade da editora a seus autores.

As duas editoras adotam uma mesma estrutura que se distancia da antiga tradição centrada na figura de um único editor - marca, por exemplo, da respeitada Perspectiva, "casa de poucos recursos, não comercial e civilizadora", nas palavras da professora Leda Tenório da Motta. A Companhia trabalha com o que Schwarcz chama de "máquina pesada" de editores juniores e seniores que, entre outras coisas, responde por repetidas leituras e revisões, participação em todas as etapas de produção, acompanhamento do autor e conhecimento do público-alvo. A Cosac Naify, que tem um editor para cada área temática e semanalmente realiza uma "reunião de conceito" com toda a equipe, está agora derrubando paredes de sua sede, em São Paulo, para intensificar a interação profissional.

O período que se aproxima é de exposição, com a participação das editoras na Flip e na Bienal. Entre outras, a Companhia das Letras levará para o debate com o público o polêmico Salman Rushdie. A Cosac trará tanto para a Flip quanto para a Bienal o biógrafo americano de Clarice Lispector, Benjamin Moser. A editora também dará atenção especial à área infanto-juvenil na Bienal. Um dos lançamentos será a estreia das historinhas do Snoopy na Cosac, com comentário de Umberto Eco. "Até nosso Snoopy é cabeça", brinca Cassiano.



23 de jul. de 2010

Um sonho de criança

Quando penso na minha infância, uma das primeiras lembranças que me vem à mente, é do Depósito de livros da Companhia das Letras. Meu pai, Ivo Camargo, era o Gerente de Vendas da editora na época, mas, para mim, ele era o Rei do Universo dos Livros. Eu adorava ir com ele passear entre aquelas estantes e caixas de livros e mais livros. Eu era alucinada pelos lançamentos "Uma letra puxa a outra" e "Um número depois do outro". Bom, tão alucinada que não esqueci o título destes livros até hoje. 

Meu pai trabalhou anos e mais anos na Companhia das Letras e, quando saiu de lá, deixou uma coisa enorme em mim: o carinho especial que eu tenho por essa editora e pelos livros.

Todo mundo sabe que eu acabei me tornando uma profissional do livro. Mas o que poucos sabem, é que se hoje sou tão envolvida com o Mundo Editorial, é tudo culpa da Companhia das Letras e do mundo mágico que essa editora proporcionou na minha infância.

Eu não tenho vergonha alguma de deixar claro que, para mim, ela é o modelo do mundo editorial ideal. Talvez porque eu não trabalhe lá, rs, mas a imagem da minha cabeça é nada menos do que a perfeição.
Me agrada muito e muito os títulos escolhidos e publicados, o cuidado com os textos e com as capas e acabamentos.


Muitas vezes, quando as pessoas falam para mim "Ah, seguiu os passos do pai, hein?!", eu sorrio e penso comigo mesma: "Não... Meu pai foi muito importante porque me apresentou o mundo de quem quero seguir os passos. E esse mundo chama-se Companhia das Letras."


Eu e meu pai, Ivo Camargo: uma inspiração profissional

P.S: Este post tem a ver com o próximo!

17 de jul. de 2010

Os livros e os Blogs

Sabe que eu tenho esse blog há tanto tempo (lembro de tê-lo criado numa atividade de facuuldade) e quase nunca mexo mto nisso aqui? Às vezes por falta de tempo, outras, pela simples falta de hábito. Mas de uns tempos para cá eu fique assim.... completamente viciada neste incrível mundo do blogs que existem por aí.

Tenho estado em contato direto e constante com uma diversidade de blogueiros, que me procuram para fazermos parceria com a editora. E, por conta disso, tenho visitado todos e cada um desses blogs. Mais do que uma responsabilidade de trabalho, tenho feito isso com mto prazer, carinho e dedicação.
Eu recomendo que todos passem algum tempo na internet visitando blogs. Vcs já repararam quanta coisa boa existe por aí?? Pessoas que são empenhadas e caprichosas e que dedicam boa parte do tempo de suas vidas a alimentar uma fonte de informação como poucas por aí!

O lance de ser blogueiro sério exige muita competência. Pode parecer uma babaquice e a coisa mais fácil do mundo, postar textos breves sobre um assunto qualquer. Mas a diferença é clara como tudo aquilo que fazemos na vida: ser um blog qualquer, ou ser um blog que todos acessam e buscam informações ali.

Eu comecei a viciar em blogs com coisas relacionadas à beleza e cuidados feminios em geral. Dicas de make-up, cabelo, unhas, roupas... Mas daí a perceber que o universo online é riquíssimo em blogs de diversos assuntos, foi um pulo!

Eu confesso ter ficado impressionada e até mesmo emocionada com a quantidade de Blogs Literários que existem. E quando me refiro à quantidade, leia-se blogs BONS e de QUALIDADE! Sim!! Essa molecada vive de internet e adivinhem só? Gostam de ler e escrever sobre o que leram! Isso não é incrível?!

Quando começamos a fazer promoção com a editora, valendo livros como O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Bronte, percebi que os livros ainda têm um público insubstituível! Não me importa se foram ou não influenciados por uma saga comercial de livros, e nem mesmo que nos aproveitamos desse gancho para publicar um clássico com direitos já em domínio público. O que me importa é que os blogs estão escrevendo sobre Emily Bronte e estão discutindo literatura inglesa. Será mesmo que só eu me emociono com isso??
Talvez seja por estar do outro lado da bancada, desde pequena, e saber como é triste a reliadade de leitores no nosso país.

Mas ver a força desses blogs e o número de seguidores que eles têm, cada vez mais crescente, me trouxe a esperança de volta! Isso provou que, um dia, meu sonho de que todos serão apaixonados por livros, ainda se realizará! E quer saber? Com a velocidade dessas redes sociais, isso não vai demorar nada a acontecer!

Ler deixou de ser coisa de gente "nerd" e passou a ser sinônimo de status social, de estar por dentro da moda, por fazer parte do grupo intelectual e ser aceito naquele meio.

E eu estou MUITO feliz em saber que faço o que posso - e o que acho que não posso também, hehe - para colaborar com essa melhora no quadro de leitura do Brasil. Tenho minha consciência tranquila como cidadã e o coração cheio de energia como editora!

Vocês todos, blogueiros queridos e parceiros, estão de Parabéns pelo trabalho que estão fazendo! Essa é a parte de vocês e não podem parar!

E quanto a todas as outras pessoas... Acessem os sites, visitem os blogs e, é claro... Leiam muitos livros, rs!



10 de jul. de 2010

LER NA PRAIA...

E de repente, num feriado paulista de julho, em pleno inverno no Brasil, eu vim parar na praia. E quer saber? Que delícia!
Um sol gostoso, um barulho do mar que acalma, uma paz que tranquiliza o coração!

E foi quando eu me dei conta de que não tem nada mais gostoso do que um bom livro para acompanhar esse cenário! Eu sou capaz de ler um livro por dia na praia... Será que o barulho das ondas quebrando nas pedras me ajudam a viajar nas páginas literárias?? Ou será que eu não sei tirar uns diazinhos de folga sem ler umas linhazinhas? hehe!
Ler é meu vício, não tem jeito! Mas ler na praia é uma terapia! eu aconselho super! Dá para se perder no tempo, que aqui não existe, e devorar histórias e mais histórias!
Ler na praia é mais que ler: é esquecer o resto do mundo!
Eu, se fosse vc, ia ali correndo experimentar!!