31 de dez. de 2011

RETROSPECTIVA 2011

Como não poderia deixar de ser, fiz uma retrospectiva dos melhores posts do ano: os mais comentados, os mais visitados, os melhores elaborados...

Aproveito para deixar o meu muito obrigada a todos vocês, que acompanham o blog e fazem dele ser o que é!

FELIZ ANO NOVO E ATÉ 2012, com muitos livros!!



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RETROSPECTIVA NO MUNDO EDITORIAL:


JANEIRO

FEVEREIRO

MARÇO

ABRIL

MAIO

JUNHO

JULHO


SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO


30 de dez. de 2011

Vamos nos perder nos livros...

Em 2012.... 


"Vamos nos perder nos livros."



Fonte: Pics for life

29 de dez. de 2011

Qual foi o melhor livro de 2011??

O ano está acabando de o No Mundo Editorial quer saber: na sua opinião, qual foi o melhor livro de 2011?? E por quê??



Conte para nós e divida suas experiências!

Quem sabe você não ajuda outros leitores a descobrir novos leituras e embarcar nas mesmas aventuras literárias que você já embarcou..??


Arte de livros

Conheçam as esculturas de Mike Stilkey, um americano que fez belíssimas obras de arte com livros: apenas livros! 







Gostaram??? Demais, ne??? Então, cliquem AQUI e confiram mais!


28 de dez. de 2011

Abertura da McSill Literary Agency em São Paulo

Atenção novos autores!!!! 

O James McSill tem um recado importante para vocês! 

"É com prazer que anuncio a abertura da McSill Literary Agency em São Paulo, Brasil.
A agente-chefe, que conduzirá os contatos no Brasil, é a Sta Giuliana Castorino. Giuliana, além ter extensa formação na área, é uma jovem com vasta experiência no setor internacional de editoras brasileiras e com bons contatos na indústria. Giuliana também se beneficiará da minha rede de contatos internacionais. 

Seremos a primeira agência literária internacional no Brasil. O nosso propósito é duplo: intermediar publicações de autores estrangeiros no Brasil e, em contrapartida, mostrar para editoras estrangeiras que há autores que se destacam no Brasil e tem chances de se destacar internacionalmente. 

Qual o benefício para os meus autores?
Ao terminar o livro, se assim o desejar e o texto estiver à altura do que esperamos, terá a agência a seu serviço, auxiliando-o a encontrar a melhor editora para seu texto.

Qual o custo?
NENHUM. A McSill Literary Agency funcionará estritamente dentro dos mais rígidos padrões internacionais, ou seja, conforme a qualidade e possibilidade de seu texto firmamos um contrato de percentagem. Isto e apenas isto, sem qualquer ônus até você ter o seu livro publicado.

O fato de eu ter escrito um livro com a assessoria da McSill Ltd, Londres garante que, ao final do processo, a agência me aceitará automaticamente como um de seus autores?
Infelizmente não. A agência tem parâmetros bem claros de funcionamento. A princípio, aceitará apenas textos que se encaixem no que procuramos. Giuliana cuidará para que os melhores textos (os comercialmente mais viáveis) sejam os agenciados. No entanto, como parte dos serviços ou de promoções em eventos, a agência se disporá a analisar textos de autores a quem convidarmos a participar.

De que tipo de texto a agência precisa neste momento?
Temos o prazer de anunciar que de imediato já precisamos de trinta estórias infantis, Picture Books, para publicação no primeiro semestre de 2012. Dentro de um mês divulgaremos o número de romances e textos de autodesenvolvimento de que precisaremos para o nosso portfólio.

Você já tem livros ou textos que acha que podem interessar a McSill Agency, escrevam para Giuliana: agency@mcsill.com


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Benefícios de um número telefônico em São Paulo.
Para os meus autores que moram em São Paulo, precisando falar comigo, podem ligar para o número 11-37115916, a partir do próximo mês, ao ligar pareaste número, haverá opções de ramais para falarem não somente com a agência, mas informarem-se sobre eventos, gerirem os horários das sessões, ou para realizar uma sessão se falharem outras formas de comunicação.

Em breve, mais novidades para 2012!

Entre elas...

Para quem se interessar em escrever para crianças, haverá um retiro “Write-in” Infantil de três dias, em abril de 2012.

Para quem não fez o Write-in nível um, ou que queira indicar amigos, haverá um evento (maratona literária) em abril, em São Paulo: www.write-in-sao-paulo.mcsill.com
E para os meus autores para quem presto consultoria e participaram e um de meus WRITE-IN´s, haverá nos dias 11, 12 e 13 de maio de 2012 o nosso Write-in Nível Três, totalmente gratuito. O Sérgio Mena Barreto cedeu graciosamente a nova sala de treinamento de sua consultoria. O site do evento estará pronto logo, por ora, reservem esses dias se pretendem comparecer. Os convites seguirão em e-mail privado.

Por último, eu não poderia deixar passar, um de meus “presentinhos”: quem participar do evento James 3D, promovido pela República dos Escritores, receberá um bônus de R$ 237, que poderá descontar do Write-in Infantil.
A República dos Escritores está organizando eventos, que divulgarão em breve.

Abs."

Jamie
Tel. +11-37115916

27 de dez. de 2011

[Dicas de outras boas leituras] Centenas de milhares de títulos na internet

Centenas de milhares de títulos na internet

A USP lançou um site que disponibiliza 3.000 livros para download.

Ao entrar no site o internauta encontra livros raros, documentos históricos, manuscritos e imagens que são parte do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, doada à universidade.

Há planos de aumentar o catálogo para 25 mil títulos e incluir primeiras edições de Machado de Assis e de Hans Staden.

Baixe clássicos como Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
O Portal Domínio Público é uma biblioteca digital criada para divulgar clássicos da literatura na internet. São mais de 350 livros em que é possível fazer download de títulos como: “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, obras de Machado de Assis,como “Dom Casmurro”, a “Arte Poética”, de Aristóteles, “A Metamorfose”, de Franz Kafka, entre outros. Leia mais.

Para ler os clássicos em inglês
O site americano Read Print traz livros para download gratuito. É uma espécie de livraria que traz mais de oito mil clássicos para estudante, professores e entusiastas de clássicos.

Baixe centenas de clássicos da literatura brasileira
O Portal Klick Educação possui conteúdos didático-pedagógicos direcionados aos Ensinos Fundamental, Médio e Vestibular. Na seção ‘Obras Literárias’ é possível baixar diversos clássicos da literatura brasileira. Confira

Fonte: Catraca Livre

[Vagas] Yendis Editora procura assistente editorial

A Yendis Editora está com uma vaga disponível para assistente editorial na área de texto.
Quem tiver interesse, favor enviar currículo para atendimento@yendis.com.br


YENDIS EDITORA:

Rua Major Carlos Del Prete, 510 - CEP 09530-000
São Caetano do Sul - SP - Brasil
Fone: +55 11 4224-9400
Fax: +55 11 4224-9403
www.yendis.com.br


[Vagas] Nova sessão

A partir de hoje, todas as vagas disponíveis no mercado editorial que eu receber, irei postar no blog ao invés de repassar por e-mail.

Assim fica de mais fácil acesso para todos os leitores e pessoas do ramo.
Fiquem à vontade para encaminhar suas vagas pelo contato do blog, que divulgarei aqui com certeza!!

15 de dez. de 2011

Prêmio Tatu 2011 - O melhor TCC do ano da Universidade da Anhembi Morumbi

Foi com muita honra que aceitei o convite da Professora Maria José Rosolino e do Professor Whaner Endo para participar da sexta edição do Prêmio Tatu, que avalia os melhores trabalhos de conclusão de curso de Produção Editorial da Universidade Anhembi Morumbi.

O troféu

Flyer / convite
Além disso, o prêmio tem como objetivo gerar visibilidade aos alunos e suas produções, do curso de Produção Editorial, que completa 40 anos.

Os trabalhos foram avaliados sob o ponto de vista mercadológico e o júri era composto, além de mim, Talita Camargo, por: José Castilho Marques Neto, diretor presidente da Fundação Editora da UNESP; Ricardo Costa, editor do portal Publishnews, um dos principais canais de notícias e informações sobre o mercado editorial e livreiro; e Gerson Ramos, ex-diretor da Superpedido e atualmente consultor de negócios editoriais.

Os trabalhos avaliados foram dois:




Título: Compassos: a música na cabeça de São Paulo
Autores: Andréa Albuquerque, Carol Duran, Ivan Colucci, Max Oliveira, Mayara Facchini e Victor Mozzaquattro

Título: Os sete pecados e as sete virtudes na pós-modernidade
Autores: Drielly Galvão Salles, Elisa Gomes da Cunha Xavier, Julia Buchhorn Marques da Silva, Juliana Dário Battiston, Leandro Agibert Bernardo Barros e Lívia Mendonça Oliveira


Os projetos impressos



Os grupos tiveram cerca de  40 minutos para expor o plano editorial e os compostos de marketing que o acompanham. Após a realização das duas apresentações, o júri se reuniu e delibera o 1º e o 2º lugares, ouro e prata e os resultados fora, respectivamente: 






Equipe da Sentido Editorial, vencedora do Tatu de Ouro.

É importante ressaltar que ambos os projetos tinham excelente acabamento gráfico e brilhantes ideias multimídias, que faz parte do processo do curso de Produção Editorial da Universidade Anhembi Morumbi. Porém, do ponto de vista mercadológico, o Compassos: a música na cabeça de São Paulo foi muito mais coerente e realista, tanto em termos ideológicos, quanto nos custos apresentados. 

Momento da premiação
 Sob o meu ponto de vista, ambas as editoras criadas tiveram dois pontos negativos. 
O primeiro, foi que nenhuma as duas optou por trabalhar com a linguagem textual, mas sim, imagética. Ambos os projetos editoriais principais são livros de fotografia. E por mais que os alunos tenham estudado fotografia durante o curso e que a linguagem imagética tenha sido uma escolha pertinente aos peojetos, ainda assim, deixo um conselho para que eles tenham cuidado: o mercado editorial ainda gira em torno de textos. E, de preferência, de boa qualidade. 


Momento da premiação
 O segundo foi a falta de estrutura de um departamento comercial em ambas as empresas. Determinar que a distribuição dos livros será feita por uma distribuidora (vale destacar que ambos escolharam a Superpedido, só não sei exatamente se por falta de conhecimento sobre as outras várias distribuidoras existentes ou se por preferência mesmo); não exclui a responsabilidade da editora de ter um departamento comercial, que seja responsável pelas negociações. (Mas não culpo os grupos: o mercado editorial está esquecendo dos bons departamentos comerciais e farei um post a respeito disso em breve.)

Brinde dado ao juri: um kit digital!
 A experiência de participar desse júri, ao lado de grandes nomes referenciais no mercado editorial, foi muito gratificante. Mais uma vez, agradeço aos professores do curso de Produção Editorial, por quem tenho muito carinho, e aos colegas de mesa, que me respeitaram de igual para igual! 

Aos grupos participantes, meus parabéns! Vocês estão muito profissionalizados e o mercado editorial tem muito a ganhar com profissionais qualificados como vocês! Agora é correr atrás do mercado! E levar todos esses sonhos e vontade de fazer acontecer, para a prática da vida real! 

Sejam muito bem-vindos no Mundo  Editorial!


12 de dez. de 2011

13ª FESTA DO LIVRO DA USP

Demorou, mas chegou!
Depois de toda a enrolação sobre a Festa do Livros da USP neste ano, o evento finalmente tem lugar e data definidos!

É isso!
De 14 a 16 de dezembro, na POLI (Prédios da Mecânica e da Civil).
Que tal esquecermos toda a enrolação e garantirmos presença nesse evento que sempre traz preços lindos dos nossos livros favoritos??



10 de dez. de 2011

Jantar de confraternização de editores e livreiros da CBL 2011


Na última quarta-feira, 07 de dezembro, aconteceu, em São Paulo, a confraternização de editores e livreiros organizada pela CâmaraBrasileira do Livro (CBL). O evento aconteceu na Cinemateca, zona sul da capital paulista, e teve uma cara nova, mas ainda assim, longe de ser considerado um evento divertido. 

Isso porque, neste ano, a CBL investiu num estilo moderno, sem mais o tradicional jantar à francesa, em grandes mesas que dividiam o grande público do mercado editorial.
Dessa vez, apostou-se num novo formato de lounge, com pufs, sofás, mesa de drinks e jantar em pé. 
Acho válido ressaltar que a iniciativa da CBL em mudar o formato foi extremamente válida, já que os tradicionais jantares descritos acima são frequentamente criticados por serem chatos e cansativos. Na nova maneira de reunir o mercado editorial, a CBL proporcionou maior circulação e interação entre seus convidados (que não são exatamente convidados, já que cada convite custou R$ 200,00).

Mas, infelizmente, o novo formato ainda não pareceu adequado. Mais uma vez a CBL se usou do evento para passar quase que a noite inteira apresentando números, pesquisas, valores, blábláblá... uma chatice pra quem vai ao evento afim de bom papo, reencontro com colegas da área, bons drinks e descontração. E sejamos realistas: NINGUÉM presta a menor atenção em nenhuma informação dada durante este evento. E fim. Então, a crítica construtiva vai em forma de pergunta: POR QUE insistir nisso, CBL? Não seria melhor presentear os “convidados” com um relatório anual que concentra todos esses dados? Dessa maneira, a confraternização honraria o nome e seria um evento muito mais descontraído e divertido para todos. 

Cada ano que passa, menos nomes importantes do mercado se fazem presentes neste evento. Acho que isso é um alerta de que estão errando em algum momento. 


José Pígola, Talita Camargo e José Henrique Grossi

A festa foi muito agradável e as melhorias deste ano foram muito válidas. Mas espero que a próxima edição seja ainda melhor. E melhor e melhor e melhor... Porque se o mundo mudou, se o mercado mudou... Por que então esse evento também não pode mudar? #Ficaadica CBL! :)

7 de dez. de 2011

Mercado editorial: um grito de alerta


Já faz algum tempo que tento postar sobre a saturação de produção de livros no mercado editorial brasileiro. Sim, porque se ainda não considerados um país de leitores (e não preciso listar os nossos incontáveis problemas de desigualdades sócio-econômicas), somos com toda certeza um país produtor de livros. 



Segundo dados divulgados em agosto deste ano, durante a coletiva de imprensa do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL) sobre a pesquisa do comportamento do mercado editorial em 2010, há hoje no Brasil cerca de 750 editoras ativas. Destas, 498 enquadram-se no critério UNESCO de editora: edição de pelo menos 5 títulos/ano e produção de pelo menos 5.000 exemplares/ano. A maioria das editoras do país (231) é formada por empresas com faturamento de até 
R$ 1 milhão. 

O número de exemplares vendidos cresceu 8,3%, se considerado só o mercado, e 13,12%, somando a essa conta as compras de governo e entidades sociais. 

O meio de venda de livros que mais cresce no país é o porta a porta, com 21,66% do total do mercado em números de exemplares, mas as livrarias continuam na frente em faturamento, com 62,70% do mercado.
Os segmentos que mais crescem, em número de exemplares produzidos, são, na ordem: religiosos (39,23%), obras gerais (21,99%), CTP (técnicos, jurídicos etc; 21,84%) e didáticos (18,14%). 

As vendas para o PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) cresceram 27%, mas as do PNBE (Plano Nacional das Bibliotecas Escolares) caíram 10,22%. Na média, considerando outros tipos de compra, as compras pelo governo cresceram 13,59%.

A Companhia das Letras, por exemplo, produz 280 títulos por ano. A Recordcoloca no mercado 80 títulos por mês. Se fizermos essa média para as de 750 editoras ativas citadas acima, fica fácil de perceber que o mercado editorial brasileiro está saturado. E isso me preocupa. 

Aparentemente, este é um cenário otimista. Mas, como poucas vezes, eu serei contra essa visão aparente. Estamos publicando um EXCESSO desnecessário de livros no Brasil. 

O artigo “O leitor, onde está o leitor?”, de Affonso Romano de Sant’anna, publicado na Gazeta do Povo, afirma que “o Brasil não produz livros ‘demais’, o Brasil produz leitores de menos.” E, embora eu acredite que seus argumentos sejam muito válidos e sua análise seja impecável para defender seu ponto de vista (sugiro que leiam o artigo na íntegra), eu discordo de Affonso. Não porque ache que o nosso “modelo de leitor” seja o ideal. Longe disso (e recomendo novamente que leiam o artigo na íntegra para entender como poderíamos chegar mais perto desse ideal), mas sim porque independentemente do tipo de leitor, o mercado editorial brasileiro está abusando: temos livros demais, editoras demais, livrarias demais, distribuidoras demais, editores demais e... Sim, leitores de menos. E mesmo que chegássemos perto do tipo de leitor que Affonso sugere em seu artigo, ainda assim seríamos leitores de menos. 

Pior ainda se analisarmos as principais listas de livros mais vendidos: a da Revista Veja e a do Publishnews, que determinam as diretrizes do mercado de best-sellers, lugar aonde todo mundo que chegar. Eu digo pior porque a rotatividade de títulos presentes nessas listas é mínima e, semana após semana, elas apresentam os mesmos títulos, os mesmos autores e as mesmas grandes editoras. E vale lembrar que elas fazem a contagem de vendas com base na relação das mesmas livrarias. Ou seja: chovemos no molhado. 

Quais são as reais tiragens de livros que não vão para as listas de mais vendidos? Para mim, tiragens de 3 a 5 mil exemplares (ou até mais!) de livros os quais os próprios editores sabem que não são apostas já é um exagero. Além do mais, estocar livro custa caro, tanto para a editora quanto para a livraria. 

Vejam bem, eu não estou triste com os crescimentos e nem desejando o fim da produção de livros no Brasil. Aliás, muito pelo contrário. Mas eu temo por uma crise que me parece inevitável! Então, eu me pergunto: cadê o bom senso das editoras na hora de pensar na sua produção? Alguém já avaliou alternativas como impressão sob demanda ou diminuição da produção mensal dos títulos? Que tal investir em menos, mas em melhores títulos? Isso melhoria gradativamente a qualidade da produção dos mesmos e permitira que os profissionais pudessem se envolver de maneira mais adequada no processo de produção. Entre diversos outros pontos. 

Ao contrário da visão otimista que os órgãos do setor livreiro têm desses números, eu vejo um alerta gritante: estamos dentro de uma bolha que, muito em breve, irá estourar. 


E eu aconselho todo mundo a se preparar, porque quando o mercado de livros digitais se consolidar farei questão de levantar a plaquinha: “Eu avisei!”.

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5 de dez. de 2011

Companhia das Letras & Penguin Books: uma associação que está dando o que falar!

Não se fala em outra coisa: a editora Companhia dasLetras, um dos principais grupos editoriais do Brasil, vendeu 45% de suas ações à Penguin Books, uma das maiores editoras do mundo. O anúncio foi feito hoje (5/12) pela manhã, pelo próprio Luiz Schwarcz, numa entrevista ao lado de John Markinson, CEO da Penguin. 

Fonte: Blog da Companhia

O acordo prevê que a Penguin será dona de 45% e o grupo brasileiro ficará com 55%. A parte brasileira da editora pertence à família Schwarcz (dois terços) e à família Moreira Salles (um terço). Sócios minoritários da Companhia das Letras deixam de fazer parte deste acordo. Os valores do negócio não foram divulgados. 

Para ambas as partes envolvidas, a sociedade consagra uma parceria iniciada há pouco mais de dois anos com a publicação de uma coleção de clássicos pelo selo Penguin-Companhia.  Mas Schwarcz insistiu em afirmar que a associação com não significa mudança no controle. 

A nova estrutura terá um conselho de cinco membros, formado inicialmente por Schwarcz, sua mulher, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, Fernando Moreira Salles, Markinson e Gordon Williams, CFO da Penguin.

Para Markinson, o primeiro grande investimento do grupo num mercado de língua não-inglesa é muito significativo, já que, segundo ele, junto com a China e índia, o Brasil é um mercado de grandes oportunidades na área editorial. 

 

E apesar do advento do e-book, o maior foco do interesse da Penguin no Brasil neste momento é o mercado de livros impressos. Já para a Companhia das Letras, a excelência do grupo estrangeiro na área digital é vista como uma oportunidade de desenvolvimento de seus negócios neste setor que ainda engatinha no país.

Vale ressaltar que a sociedade não significa que a Companhia das Letras automaticamente publicará títulos da Penguin no Brasil. Makinson afirma que a Penguin manterá as boas relações que tem com todas as editoras brasileiras. 

 

Interessante observar que o outro grande interesse da Penguin é pelo setor educativo. A editora pertence ao grupo Pearson, que desde 2010 tem negócios importantes no Brasil. É dona do Sistema de Ensino Brasileiro, que inclui o COC, Pueri Domus e Dom Bosco. O grupo também é proprietário do jornal Financial Times e de 50% das ações da revista The Economist

 

Assim sendo, essa associação vai impulsionar o selo Boa Companhia, já existente e que se dedica a publicação de livros mais baratos para o mercado educacional. 

 

É difícil opinar sobre essa associação, já que tudo parece muito recente. O fato é que a Companhia das Letras aparenta atravessar uma de suas melhores fases, com dois best-sellers nas listas dos mais vendidos (Steve Jobs e As Esganadas) e encerrando um longo ano de comemorações pelos seus 25 anos. Portanto, só me resta pensar que a decisão de Schwarcz não foi um tiro no escuro. E nem poderia ser. Foi certeiro. 

 

O lado da Penguin é tão surpreendente quanto o da Companhia. Num momento de crise no mercado econômico norte-americano, um investimento desse porte, no mínimo, impressiona. Confesso que achei a Penguin corajosa e ousada, já que o destino dessa história não pode ser previamente dado como um sucesso. É preciso esperar para ver no que isso tudo vai dar. 

 

O ganho que o mercado editorial brasileiro terá com essa associação ainda é uma incógnita. Mas no meu ponto de vista sempre otimista, só temos a ganhar. Principalmente com o desenvolvimento da área digital. Fora isso, não dá para esperar menos do que tudo o que a própria Companhia das Letras já oferece, não é mesmo? Então, não vejo motivos para nos preocuparmos!

 

Mas, como disse, ainda é muito cedo para afirmações concretas. Vamos acompanhar o desenrolar dessa trama e torcer para um final feliz. Para nós leitores, é claro!  

 

 

 

 

 

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P.S.: Leia trechos das cartas de Luiz Schwarcz e John Makinson que foram enviadas aos seus funcionários, publicados no Blog da Companhia

 

P.S.²: Parabéns às duas empresas envolvidas porque, acima de qualquer especulação, essa associação foi um grande negócio na história do mercado editorial brasileiro.