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18 de nov. de 2008
Sem desculpas para não ler...
Por definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, LER é um "verbo transitivo direto e intransitivo. Significado: percorrer com a vista (texto, sintagma, palavra), interpretando-o por uma relação estabelecida entre as seqüências dos sinais gráficos escritos (alfabéticos, ideográficos) e os sinais lingüísticos próprios de uma língua natural (fonemas, palavras, indicações gramaticais) ".
Observe que em momento algum defini-se o que deve ser lido ou o que é considerado como leitura aceitável ou não. Logo, deduz-se que todo e qualquer tipo de texto que possa ser devidamente interpretado, pode - E DEVE! - ser lido.
Existe um preconceito besta com certos gêneros literários. O mais famoso deve ser, provavelmente, Paulo Coelho. Os livros do 'Mago' geram quase que instantaneamente uma relação de amor ou ódio com o leitor. No meu caso, é de ódio. Não gosto. Mesmo! Mas conheço muitas pessoas cultas e esclarecidas que veneram os romances coelhianos e respeito isso. Eu também não gosto de "Memórias Póstmas de Brás Cubas", apesar de ser louca por Machado, e muitas pessoas me matariam por isso (com certa razão, confesso).
A elite cultural do país tem mania de julgar aquilo que deve-se ouvir, ler, assistir... Mas creio que só façam isso porque sabem que salvas raríssimas exceções, a massa não alcançará aquilo que por eles foi determinado como bom. Logo, a ignorância coletiva permite definir a massa como consumidora do que é ruim. Mas a pergunta que deve ser feita é: ruim para quem?
Se o povo brasileiro quiser ler Paulo Coelho, Harry Potter e o Código da Vinci, que mal tem? Se quiserem ler bulas de remédios, manual de instruções, gibis ou revistas de fofocas, qual é o problema?
O "não li e não gostei" (bem como o "não vi e não gostei" e "não ouvi e não gostei") está totalmente out. Hoje, mais do que nunca, você pode ler Clarice e não gostar (se for possível... rs!) e não ser julgado por isso, desde que tenha passado por A Hora da Estrela. Sim, você tem todo o direito de achar que Guimarães Rosa não era o gênio do neologismo, mas não sem antes ter experimentado, ao menos, Primeiras Estórias. E você pode ultrapassar as fronteiras e achar que Hermingway é um depressivo frustrado e que Capote é um prepotente com razão, pq escreveu sim o primeiro - e melhor - romance de não-ficção de todos os tempos.
Do mesmo jeito que você pode, assim como eu, ter chorado a morte de Dumbledore e ter desejado o fim macabro de Snape, em HP. Ou ser uma fã de romances policiais que não têm nenhum conteúdo aparentemente acrescentador em nossas vidas.
Quando o assunto é ler, Vale tudo, vale qualquer coisa! Você pode o que quiser.
Desde que leia... Leia muito, leia sem parar, leia constantemente, leia sempre!
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ah, já diria um sábio: "um bom livro deixa cicatrizes".
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