26 de jan. de 2012

[Dica de outras boas leituras] O FUTURO DOS LIVROS DIDÁTICOS

Na quinta-feira, realizou-se a última promessa de Steve Jobs. A Apple entrou no mercado americano de livros didáticos. Associada às maiores editoras americanas, ela produzirá livros a US$ 14,99, uma verdadeira pechincha. No mesmo lance, lançou o aplicativo iBooks Author (grátis), que transforma qualquer autor num editor.



O Author turbinará o mercado de livros feitos em casa e vendidos na rede. Ele já existe, com resultados surpreendentes. Amanda Hocking, uma jovem de 26 anos movida a Red Bull que escreveu 17 livros nas horas vagas, submeteu-os a 50 editoras de papel e foi recusada por todos. Botou nove deles na rede, vendeu 1 milhão de cópias e embolsou US$ 2 milhões. O mais barato é grátis, o mais caro custa US$ 8,99. (Com seu viés açambarcador, a Apple quer que a freguesia só use o Author em Macs e que só comercialize os livros na sua loja.)

Já os e-books didáticos prenunciam uma revolução, com vídeos, áudios e imagens que mudam ao toque do freguês. Mais a possibilidade de criação de comunidades de jovens que estudam naquele volume.
Tudo isso por menos da metade do preço de um livro de papel.

Quem quiser ver o que vem por aí, pode baixar a versão para iPad ou iPhone de "Our Choice" ("Nossa Escolha - Um Plano para Resolver a Crise Climática"), de Al Gore, por US$ 4,99.

Essa revolução está na rua. Em vez de o governo pensar num modelo Kodak, comprando 500 mil laptops ou tabuletas, derramando dinheiro da Viúva com ferragens numa rede onde faltam professores e cursos de qualificação, os ministérios da Educação e da Ciência poderiam planejar o futuro.

Em 2010, o MEC gastou R$ 855 milhões no bem-sucedido Programa Nacional do Livro Didático. Desse ervanário, pelo menos R$ 700 milhões foram gastos com papel e impressão. Coisas como alfafa e cocheiros no tempo das carruagens. Os autores ficaram com algo mais de R$ 50 milhões.

Os dias das grandes editoras de livros didáticos penduradas em parques gráficos durarão o quanto duraram os estábulos no início do século passado.

Nos próximos anos, com a disseminação e o barateamento das tabuletas, as editoras, grandes ou pequenas, se diferenciarão pelo qualidade dos seus cérebros.

Se o governo for humilde na compra de ferragens, porém ambicioso no planejamento da capacitação de professores e de técnicos capazes de estimular e organizar autores, todo mundo ganha, sobretudo a Viúva.

TEXTO: Elio Gaspari

2 comentários :

  1. Talita, eu ainda não entrei muito no mundo dos ebooks para literatura de ficção - a que eu utilizo como entretenimento.
    Mas já não consigo entender a utilização de livros didáticos no papel... isso porque esses livros ficam defasados muito rapidamente... na rede pública eles são utilizados por apenas três anos e depois são jogados fora... então, usar ebooks seria algo muito inteligente mesmo!!! Algumas escolas particulares exigem a última edição dos livros, o que pode fazer com que eles durem dois anos, no máximo!
    E claro que isso acontece lá fora também... e o visionário Steve Jobs não iria deixar de enxergar algo assim ^^

    Já tinha ouvido também a história dessa menina.... lembro de ter lido que ela estava sendo disputada por editoras tradicionais que pagariam muito para que seu livro fosse publicado agora!!! Achei o máximo!

    Adorei seu post!

    Beijos,
    Nanie - Nanie's World

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    1. Vc sabe que eu ainda não consegui me decidir sobre oq penso a respeito disso? Pq eu concordo com vc. MAS eu acho que a criança tem q ser estimulada a ter contato com o livro físico, sabe? Na verdade, acho que uma coisa não deveria excluir a outra. A criança precisa estar em contato com ambas as coisas! O mundo está num processo de mudança, é difícil de saber oq eh mais certo, oq é mais errado... Temos q ir tentando e analisando todas as possibilidades!

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