A ideia era dar as boas-vindas de volta ao blog com um post
sobre minha viagem e as livrarias que visitei e tudo mais. Mas daí o Millôr Fernandes morreu e eu pensei: “Quem se
importa com minhas férias, quando o Brasil perdeu mais um gênio?”
Então, achei que a volta ao blog merecia um post em homenagem a este ser humano que
não gostava de ser rotulado como nada, mas que era quase tudo.
Eu tenho grande admiração pela vida e carreira de Millôr.
Não só por ele ter se consagrado um dos grandes nomes do cartoon e da
literatura, mas pela história de vida de conquistas que ele teve, com uma
biografia vasta de lutas e conquistas. Pra quem não sabe, Millôr era um dos mais importantes tradutores da obra de William Shakespeare no Brasil.
Em sua biografia no Facebook, uma definição
muito boa:
"Millôr Fernandes nasceu. Todo o seu aprendizado, desde
a mais remota infância. Só aos 13 anos de idade, partindo de onde estava. E
também mais tarde, já homem formado. No jornalismo e nas artes gráficas,
especialmente. Sempre, porém, recusou-se, ou como se diz por aí. Contudo, no
campo teatral, tanto então quanto agora. Sem a menor sombra de dúvida. Em todos
seus livros publicados vê-se a mesma tendência. Nunca, porém diante de
reprimidos. De 78 a 89, janeiro a fevereiro. De frente ou de perfil, como
percebeu assim que terminou seu curso secundário. Quando o conheceu em Lisboa,
o ditador Salazar, o que não significa absolutamente nada. Um dia, depois de um
longo programa de televisão, foi exatamente o contrário. Amigos e mesmo pessoas
remotamente interessadas - sem temor nenhum. Onde e como, mas talvez, talvez —
Millôr, porém, nunca. Isso para não falar em termos públicos. Mas, ao ser
premiado, disse logo bem alto - e realmente não falou em vão. Entre todos os
tradutores brasileiros. Como ninguém ignora. De resto, sempre, até o Dia a
Dia”.
Deixo vocês com algumas frases célebres, pra entenderem quem
era Millôr:
A alma enruga antes da pele.
Acreditar que não acreditamos em nada é crer na crença do
descrer.
As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam
esgotando seu estoque de verdades.
Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.
Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você
manda em mim.
Jamais diga uma mentira que não possa provar.
Não devemos resisitir às tentações: elas podem não voltar.
O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde
Viver é desenhar sem borracha.
Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril
Certas coisas só são amargas se a gente as engole.
Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende
que ela não dura muito.
A saudade diminuiu ou fomos nós que envelhecemos?
Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos
fracassos.
Cada ideologia tem a inquisição que merece.
Nos dias quotidianos
É que se passam
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