2 de mai. de 2012

Preconceito literário: aqui não!




Atenção leitor: manifestações de preconceito são inadmissíveis neste blog e na nossa sociedade.

Este blog sempre defende que, LER é o mais importante, independente  do que seja. Achar que bons leitores só se formam com os bons livros da literatura de alto nível intelectual é um absurdo tão grande quanto achar que não pode haver misturas de raças, cores, idades etc.

Aprendi, ao longo da vida inteira envolvida com livros, que o melhor leitor (assim como o melhor editor e o melhor vendedor de livros) é aquele desprovido de preconceitos literários.

Não gosto do gênero de escrita de Paulo Coelho. Mas ele é o escritor brasileiro mais traduzido no mundo e isso é algo que nem a elite intelectual pode ignorar. De uma maneira ou de outra, ele merece ser tratado com respeito, bem como seus milhares de leitores pelo mundo afora.

Padre Marcelo Rossi, com  seu Ágape, vendeu mais de 7 milhões de exemplares no Brasil. E, recentemente, voltou à liderança dos mais vendidos com a versão infanto-juvenil do mesmo livro, que leva o nome de Agapinho.

Harry Potter formou uma geração de leitores em potencial e ninguém pode afirmar que esses leitores não leem o que a elite literária considera bom ou ruim: o que se sabe apenas é que eles leem e gostam muito disso.

A saga Crepúsculo fez uma geração de adolescentes devorarem livros compulsivamente. E não só os da própria saga, mas também os livros preferidos dos protagonistas Bella e Edward, como Romeu e Julieta, de Shakespeare; e, principalmente, O morro dos ventos uivantes, clássico de Emily Brontee que, na época do lançamento, chegou à lista de mais vendidos. Aliás, este exemplo é bastante claro para derrubar a teoria de quem lê o considerado ruim pela crítica, não pode ler o bom.

Então, me digam: quem determina o que é boa literatura ou não? Nem só de clássicos vive um mundo pós-moderno. E nem poderia. Lançamos centenas de livros por mês, mas os críticos querem que nossos leitores só consumam os autores do século passado?? Os (pseudo) intelectuais de plantão que me perdoem, mas não vejo lógica neste raciocínio.


Adoraria que todos lessem Clarice, Machado, Jorge Amado e afins. Mas acharia uma chatice se todos lessem APENAS isso. Extremismos não vão elevar a quantidade e nem a qualidade de leitores no Brasil. Sem contar que não adianta nada ler Machado de Assis e companhia sem que entenda o contexto histórico, a ironia, a essência, os personagens etc etc etc. É como transformar Caio Fernando de Abreu num “autor de internet”. Minha primeira vez com Machado, e tantos outros, foi tutoriada nas aulas de literatura de um excelente colégio particular de São Paulo. Mas num país como o Brasil, quantos por cento da sociedade eu represento? As listas de best-sellers têm uma relação direta com um retrato social, político e econômico do país. E me parece um tanto quanto irresponsável ignorar essa situação. Não acho que nivelar por baixo seja a solução. Mas também acredito que segregar os leitores entre bons e maus não levará a educação e cultura do Brasil a lugar nenhum. Muito pelo contrário: só estimulará ainda mais essa divisão sem sentido.

Pedro Almeida, publisher do selo Lua de Papel, do Grupo Leya Brasil, em sua última coluna publicada no Publishnews, falou sobre a necessidade do Brasil em ter novos críticos literários. Ainda alerta que:

“A série Jogos vorazes, de Suzanne Collins, é um sucesso mundial. Seus livros foram resenhados em todo mundo. Não aqui, com raríssimas exceções, qundo começou a ser lançada em 2010. No entanto, com o filme, todos os grandes veículos acordaram para o fato de que o conteúdo da trilogia é relevante, que a história é muito bem construída e teceram, agora, inúmeros elogios à autora. O livro ficou bom ou falta gente atenta a esse gênero na crítica literária?”


E não pude concordar mais. O mercado mudou, os leitores mudaram, os editores mudaram. Falta, agora, a tal elite literária mudar e, com ela, esses preconceitos ultrapassados. Sinto muito críticos, mas esse “não li e não gostei” não tem mais espaço na nossa sociedade.

A filosofia deste blog, desde seu início, é compartilhar do pensamento de Mário Quintana, que disse:

"Os livros não mudam o mundo.
Quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas."


Portanto, para mim, um bom livro é aquele que proporciona uma experiência ao leitor e que o transforma de alguma maneira.



41 comentários :

  1. É isso aí, Talita!
    Só não assino embaixo de tudo o que você escreveu porque a sua assinatura já basta.
    Parabéns e beijãozaço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu, Alê! Eu fiquei revoltada com oq li neste link: http://livroseafins.com/porta-de-entrada-pra-literatura-por-mario-bortolotto/
      Daí resolvi falar em alto e bom som oq penso!
      :)

      Excluir
    2. Talita, eu li o seu texto e gostei muito do que li, parabéns. Em função disso acessei este link aê pra entender os teus motivos, e olha o que me ocorreu, em certas partes concordei plenamente com o rapaz lá. Talvez tenda ao paradoxal apoiar um texto preconceituoso como aquele e ao mesmo tempo um texto contra o preconceito como o seu. Para esclarecer minha própria mente comecei a ler os comentários das pessoas que leram aquele texto, concordava com uns, discordava d'outros, mas a moral da história sob meu ponto de vista é: o Mário expôs sua visão mais íntima, como ser humano, ser humano este que tem o direito de não gostar de tudo que lhe rodeia, algumas generalizações foram forçadas e distantes da realidade, mas outras infelizmente ele acertou em cheio e tive que concordar, como alguns disseram, foi uma expressão informal, tipo quando estamos irritado com algo e falamos pros amigos tudo que vemos de ruim naquilo que nos incomoda. Já no teu texto, não consigo crer que preconceituar literatura chega aos pés de preconceituar etnias e afins, é bem diferente. Eu por exemplo tento respeitar a tudo e a todos mas não concordo com muitos gostos estranhos e por diversas vezes fiz criticas a estes e não me arrependo, pois tentar se auto-censurar para parecer politicamente correto também não está certo. Somos seres que tendem naturalmente a discernir de forma diferente dos seus semelhantes, por isso creio que até mesmo a opinião do Mário merece consideração. E pra falar a verdade, não conheço nenhum adorador de Michel Teló que sequer leia um jornal =D
      E eu falo sério, claro que devem existir, mas eu ainda não conheci pessoalmente. Só que claro, ai o papo já vai mais fundo, existem fatores sócio-econômicos no processo... já é assunto pra sociólogos e filósofos, não pra pessoas como eu que entende de números. Mais uma vez, belo texto.

      Excluir
    3. Olá!

      Acho difícil classificar preconceito. Ele não devera existir e fim.
      É diferente vc gostar disso ou daquilo. Eu não leio Paulo Coelho. Mas se o brasileiro tem lido mais e esse mais é Paulo Coelho, não posso achar ruim.
      Acho que não dá para catalogar as pessoas e etiquetá-las em categorias determinadas: quem ouve isso, não lê aquilo; e assim por diante. O mundo não funciona assim, os seres humanos não funcionam assim!
      É oq eu penso...

      Obrigada por ter lido o texto e compartilhado sua opinião!

      Excluir
    4. Carlos Gomes19/12/2012, 10:34

      Ridículo, o Mário nada mais faz do que mascarar sua ignorância com "pensamento radical" ou "não quero agradar ninguém" e outros tipos de eufemismos. Fiz uma visita monitorada na Biblioteca Mário Andrade e o bibliotecário do setor de referências comentou que é fato que, quando indicados, leitores de Crepúsculo e afins se interessam por livros mais clássicos e prefiro confiar em um bibliotecário do que um escritor sobre esse tipo de assunto!!!

      Excluir
  2. Palmas pra você, Talita. Concordo com cada letra e vírgula do seu post. Esse pessoal esquece que esses 'clássicos' foram contemporâneos um dia e que foram censurados e duramente criticados em sua época. Bando de pseudo-intelecuais cheirando a mofo, isso é o que eles são.

    Eles ficam lá com a sua mentalidade ranzinza e eu fico aqui, mergulhada no mundo dos livros, descobrindo coisas novas, porque, sabe... EU NÃO PAREI NO TEMPO.

    Bjs!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Lilian!! Vc viu o post do Bortolotto hoje?? http://livroseafins.com/porta-de-entrada-pra-literatura-por-mario-bortolotto/ - Claro q ele só quer ganhar comments criticando ele, mas deu uma raiva, sabe? Quem ele - ou qq outro crítico - pensa q é para decidir oq as pessoas devem ou podem ler? Isso tem q parar!!

      Excluir
  3. Muito bem dito,Tatá!!!!Só podia vir de você!!!!Já é tão difícil incutir nas crianças o hábito de ler...." na internet está tudo pronto"...Despertar o prazer de ler, qualquer livro que chame para o presente essa geração da TV, que é capaz de ficar sentado em frente de um computador
    durante horas, mas não consegue se concentrar em uma história só.Num livro mais denso!!!!Está um problema sério!!!!Parabéns por ser a nossa voz!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada, Marcia! Me dá uma tristeza sem tamanho qdo um pseudo-intelectual começa uma campanha para o não-incentivo à leitura. Pq acham q tem esse direito? Não acho justo com os leitores, com quem está fazendo sua parte em melhorar a condição social e intelectual do país. Não podemos simplesmente ficar quietos, ne? :)

      Excluir
  4. Quanto bom senso num post só. Parabéns Talita, expressou muito bem um problema que, infelizmente, não está restrito a esse nicho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Thati! muito obrigada! Esse problema é do país inteiro e em diversos nichos. e me revolta mto que, no meio de uma luta pela melhora da educação e cultura do país, haja quem defenda o elitismo. Quero que se dane oq as pessoas estão lendo! Eu quero mais é q elas leiam mto! E leiam sempre!!!

      Excluir
  5. Muito bem colocado, Talita! Fiquei chocada com a forma superficial com que ele se expressou a respeito de um assunto tão sério. É muita ignorância segregar as pessoas desta forma. E é preconceito, claro!
    Nada mais justo do que cada um ler o que quiser! Até mesmo porque, da mesma forma que um dia escuto MPB, no outro House e no outro Rock'n roll, as vezes quero ler Dostoiévski, no outro Garcia Marques, no outro Kerouac e, por que não o tal do George Martin quando estiver com preguiça de algo mais denso?
    E sou grata por Polllyana, Asterix, Pelo sitio do pica pau amarelo, Pelo Senhor dos Anéis, Vale das Bonecas, Cristiane F. e todo e qualquer livro que, por menos denso, profundo, "intelectualizado", difícil ou o que quer que seja, ajudou a formar o meu gosto pela leitura!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Elisa,
      Tenho claro pra mim que tudo q ele quis foi fazer mais amigos (com pensamentos bestas como os dele) no Facebook. Porque não tem outra explicação, sabe?
      Eu agradeço mto à literatura menos intelectualizada por ter me formado uma leitora. E sei lá se sou intelectualizada ou não, rs!

      Excluir
  6. Ca-ra-ca, Talita! Concordo em gênero, número e degrau (risos)! Já não me sinto tão só nesse mundinho literário cheio de "especialistas" e "entendidos". Obrigada, lavou minha alma. Bjsssss

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. EEE! Mto obrigada, Laura! Temos q compartilhar esses sentimentos pra tirar de dentro de nós essa irritação com esses "especialistas" rs!

      Excluir
  7. Palmas!

    Muito bom Talita! Um dos melhores posts sobre o assunto que já li!

    É bom saber que existem pessoas que sabem que a literatura não existe apenas dentro do mundo elitizado. É bom saber também, que a literatura não está restrita a apenas Machado, Alencar (amor da minha inteira), Lispector e outros, é bom que todos saibam que a formação do leitor começa a partir daquilo que ele gosta de ler.

    Isso irá abrir portas para outras coisas. O importante é começar a ler.

    Quem garante para esses "fodões" que quem lê Paulo Coelho não vai ler algo mais?

    Ótimo post!

    Beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, Ana!
      Pra mim, o que sempre vale mais é formar leitores! E que eles leiam mto dessa dita literatura "ruim". Pelo menos, vão ler oq gostam e vão ler sempre!!

      Excluir
  8. Talita, ótimo post, também concordo em todos os sentidos!!!

    Sou uma leitora eclética e defendo a variedade acima da erudição purista. Tenho mestrado em literatura, sou apaixonada por Machado e Flaubert, mas já tive de enfrentar colegas jornalistas torcendo o nariz por eu ler Agatha Christie como passatempo, por exemplo. E também li Crepúsculo, e ainda achei fofo!

    Uma coisa não exclui a outra... É como gostar de comédia romântica hollywoodiana e assitir também a Bergman e Godard. Tudo depende da ocasião, do humor.

    A grande vantagem da leitura é que você só soma, não anula nada.

    Também quero parabenizar você pelo blog como um todo, é excelente e presta um real serviço a todos nós!

    Beijos,
    Cynthia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Cynthia!
      Fico honrada com o comentário!
      Eu que agradeço as visitas e comentários por aqui!
      Não sei se vc viu o post do Bortolotto hoje (http://livroseafins.com/porta-de-entrada-pra-literatura-por-mario-bortolotto/ ), mas foi o incentivo para mim a falar do assunto.

      Quero meu Edward Cullen de presente, mas sou leitora compulsiva de Hemingway. E aí?
      Não dá para colocar as pessoas em caixinhas, etiquetá-las e catalogá-las como objetos. O mundo não funciona assim.

      Excluir
  9. Não costumo ler o blog, vim por um link no facebook do manual prático. Adorei o texto e não poderia concordar mais, comecei a ler mais intensamente com HP e a partir dele tomei gosto por livros grandes, li crepusculo, artemis fowl, percy jackson, vários do sherlock, fortaleza digital, 3 do diarios do vampiro(perdi o interesse)entrevista com vampiro, o vampiro armand, lestat, outros que não lembro o nome e agora estou lendo o quarto livro do guia do mochileiro das galaxias. Não é porque um livro é "menos histórico" que é ruim. Todos precisam de um começo, e normalmente algo que lhes interesse e isso apresenta outras coisas, nos faz entender e nos adaptar à textos mais complexos. Obrigado por este ótimo texto que deu um chega pra lá em quem não respeita a literatura alheia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Edmilson! Eu fico muito feliz em saber que existem pessoas como vc por aí! Pessoas que são mto mto mto bem-vindas no meio literário! Eu quero que vc se orgulhe sempre dos livros que você lê porque VOCÊ LÊ!!!
      E isso é oq importa!!

      Excluir
  10. Marcos Almeida03/05/2012, 01:03

    Não poderia concordar mais. É triste ver esse pessoal que acha que só porque leu autor tal considera-se melhor que os demais. Li certa vez em algum lugar da net uma frase que cai muito bem para esse tipo: “tem gente que acha que detêm o monopólio de inteligência e que todo o restante da humanidade é burro e ignorante”.

    Eu leio de tudo e leio de acordo com as minhas vontades e sentimentos do momento. Jamais deixarei de ler algo por conta de críticas bestas ou vergonha do que possam pensar. Vergonha seria não ler podendo fazê-lo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bela frase, Marcos!!! e mto bem postada por aqui! acho que é esse o espírito! Não vamos deixar q os ditos intelectuais acabem com nossa campanha em favor à leitura!!

      Excluir
  11. Adorei o texto! ^^

    Fico pensando às vezes, quando a gente tenta incentivar a criançada a ler, a gente começa com Machado de Assis? Pq/ eu comecei pela "Fada Que Tinha Ideias" e me encantei tanto aos 8 anos que nunca mais parei...rs
    Na adolescência, uma professora me incentivou a ler Clarice. Eu li, mas também gostava de ir pra Nárnia.
    Li Bernardo Guimarães, mas me apaixonei mesmo por Tolkien e a Terra Média. Li os portugueses, mas os ingleses me encantavam. Dividi meu tempo nas leituras de Clóvis Rossi e Ricardo Kotscho na faculdade, com a série Crepúsculo e a vontade de ter um Edward Cullen pra chamar de meu... rs
    Terminei no mês passado, Jogos Vorazes e achei incrível! Mas ao lado da minha cama "Crime e Castigo" está me esperando...

    Os "clássicos" são bons e importantes, é claro. Mas como você disse, Harry Potter, Crepúsculo e tantos outros, fizeram uma geração gostar de ler. E é isso que devia importar no fim das contas, não é?

    :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exatamente, Vitória!
      Quem foi que disse que literatura de entretenimento é um crime?
      Tem que parar com esse raciocínio!
      Mesmo pq, se dependesse só dos clássicos, as editoras e livrarias podiam fechar as portas!
      rs

      Excluir
  12. Apoiada. A minha única restrição - posso?rs - é com produções artísticas - aqui cabem os livros, mas não só - que, de alguma forma, corroboram com a difamação de alguém ou alguma organização com o intuito de serem sensacionalistas, venderem muito independente de pensarem nos valores éticos impressos em suas obras.
    Mas quanto ao gosto, cada um tem o seu e, sim, falta bom senso e humildade para observar a realidade.
    Pode ver no metrô, no ônibus, tem muita gente lendo, não importa o que, e isso é lindo!:)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Claro que pode, Cristina! rs!
      Mas eu concordo com vc! A questão apenas é que... e daí quem não gosta das coisas de qualidade artística e intelectual, entende?
      Seja bem-vinda a fazer quantas restrições quiser, rs!

      Excluir
  13. Aline Ribeiro @euleioeassisto04/05/2012, 09:52

    Quantas vezes eu já vi as pessoas me olharem torto porque eu dizia que O Alquimista era um livro bom. Acho bom MESMO, e se não fosse bom, não estava na lista dos livros mais vendidos do mundo. Acho melhor ler alguma coisa do que simplesmente não ler nada. Fora que quem fala mal sequer conhece a fundo as obras as quais fala mal, isso é hipocrisia. Ótimo post, mesmo. Meus parabéns.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu acho mto difícil classificar um livro como bom ou ruim sem entrar na questão do gosto pessoal. claro que a crítica literária tem argumentos. mas isso não significa q pessoas q leem isso ou aquilo são melhores ou piores.
      Temos q assumir o nosso gosto literário sem vergonha de ser feliz! rs

      Excluir
  14. Gostei do seu texto, eu também cresci no meio de livros, e confesso que não vivo sem, é mais do que um vício, é um amor, que somente os livros podem me corresponder sem me deixar infeliz, com dor de cotovelo, e algo mais, é um jeito de viajar e conhecer pessoas sem sair de casa, porque há quem diz que quem lê, se torna uma pessoa muito melhor no quesito convivência social. Não importa qual segmento de literatura eu leio, sempre tento tirar muito proveito da leitura, eu li o comentário feio no blog que você leu, e também não aprovo o que o cara disse.
    E outra, cada um tem seu gosto, o que importa é LER!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso mesmo Kácia: LER é o mais importante! Acima de qq preconceito! Não podemos esconder esse gosto pela leitura com medo de críticas! Leia mto, leia sempre!

      Excluir
  15. Nossa, Talita. Fiquei emocionada com as suas palavras. Disse tudo e mais um pouco!!! Você, desde sempre, arrasando! Parabéns pelo post.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tatty, quanto tempo q não falo com vc!!
      Muito obrigada pelos elogios! :)

      Excluir
  16. Olá Talita, por vezes acompanho seu blog e curto suas dicas. Quando vi o tema de preconceito literário esperei uns dias para ver o que as pessoas iriam comentar pra ver como anda as opiniões da galera.
    Se fosse há um ano atrás, eu diria, "putz, Talita, tbm to nessa revolta". Hoje acho que eu digo "Keep calm and read a book" hahaha pq o negócio é, preconceito é aquela pedrinha que vira e mexe ou a gente pisa ou ela entra no sapato. Ainda tenho umas revoltas, mas estou mais calma. Preconceito literário tem as mais diversas formas, a gente vai topando com elas no dia-a-dia sem mesmo perceber. Um olhar torto pra Suzanne Collins, um resmungo pra Saramago, uma bufada pra Nicholas Sparks, um tiro em Machado, um tche tche re re creditado a Clarice... o que fica mais escancarado é sobre os livros contemporâneos. Estrangeiros principalmente. Revolta é grande sim, mas tbm não vamos generalizar (acontece de se cair em preconceito literário por falar do trabalho desses 'especialistas'). Eu queria ver Massaud Moisés (ele é tipo O cara pra literatura histórica) resenhando em integridade Rick Riordan ou Jô Soares. Sei nem se o cara tá vivo, mas se for esperar algo, melhor colocar expectativas em Antonio Candido, que é um moço das antigas e sabe respeitar um livro sem ficar teorizando sobre ele. Ô se eu fosse na Flip conhecer o cara.
    Sinceramente, esse texto do 'Livro e Afins' tá mais pra rir do que pra asco. Fala sério, o cara não falou nada com nada, enrolou e num saiu nada. Ficou como aquelas pessoas que escrevem "Ai se eu te pego - CFA". Prejudica de fato alguns leitores, vejo muito, mas se for ficar dando trela, o troll te pega.
    Tbm vi o txt do Pedro Almeida e fiquei... sei lá, intrigada? Como fazer uma chamada para novos críticos 'entendidos' se não é deles que estamos reclamando? Ficou estranho. Pra que colocar um crítico na frente se já temos vários por aí? A coisa mais normal hj é colocar no google "livro tal resenha" e escolher a opinião se quer ver. No jornal, que é mais semanal, quinzenal, vai ter uma, duas, três resenhas... e o blog? Tem postagem a qualquer hora em um dia só.
    Convenhamos, nós leitores somos mto exigentes. Das tramas, das narrações, dos escritores, da geração, do mercado, e agora da crítica, afinal lemos bastante e queremos mais é ler e fazer o outro ler tbm. E a gente cai, sem querer, num e noutro preconceito... mas acho importante colocar as pessoas para falar, vamos discutir mais o q estamos lendo, seja amigos, seja desconhecidos. Essa é uma das melhores partes dpois de terminar o livro ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Kleris, puxa! Que resposta bacana! Cadê a cerveja e a mesa do bar pra debatermos esse assunto?? rs!
      Mas uma coisa vc tem uma razão: preconceito literário tem em todo lugar. inclusive, meu post mesmo pode ter sido preconceituoso (momento auto-crítica, rs). Mas não podemos incentivar as pessoas a pararem de ler pq leem algo considerado ruim, entende?
      Muito obrigada pela resposta!
      Sua participação neste blog é sempre muito bem-vinda! :)

      Excluir
  17. Gostei muito do seu texto, pois li aquela bobagem escrita por alguém que se acha inteligente. O texto dele é mal escrito e cheio de preconceitos, falando tantas bobagens e fazendo comparações sem sentido algum. Como se todos devessem gostar das mesmas coisas e não pudessemos diversificar os nossos gostos. Tanto na música quanto na literatura existem momentos certos para cada gênero. Se quero relaxar posso ouvir um clássico e se quero malhar na academia prefiro algo mais pesado. Não me acho mais inteligente ou mais burra por gostar de algo, assim como não classifico as pessoas pelos seus gostos pessoais. Só o que me entristece é o preconceito, porque esse é o mal da humanidade.
    Agora quanto a esse cidadão é melhor nem citar o nome para não dar ibope ao bobão preconceituoso e sem noção. Quantos livros será ele ler por ano? Ou apenas finge ler para bancar o intelectual. Cansativo essas atitudes.
    Apoio totalmente suas palavras.
    beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Eva! Obrigada!
      Não me referi apenas ao crítico em questão, mas a todos os outros. Vamos LER. LER mto, LER sempre. LER, LER e LER. E nada mais, certo? :)

      Excluir
  18. Fui direcionada par o seu blog através do "Quero Morar em uma Livraria". Pronto, fiquei sua fã!! Já está adicionado ao meu Google Reader. Obrigada pelo post, ganhei o dia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Beth! Fico feliz que outros blogs tenham indicado o texto e o meu blog! Isso é mto bacana! Seja bem-vinda sempre!!

      Excluir
  19. Talita, o relativismo é fácil uma vez que tem uma áurea de bom senso, mas aqui cabem algumas considerações, pois o seu texto apresenta vários problemas. O primeiro deles é que toda sua análise está presa ao social, o que se quer dizer com isso? Você está muito ligada ao fenômeno de tal ou tal autor vender muito ou fazer parte da realidade social, ou seja, é comentado na rua, nos jornais, etc. não é assim que se analisa literatura. A literatura é analisada pelas obras em si e quem diz se a obra é boa não sou eu, nem Otto Maria Carpeaux ou o Zezinho lá da esquina, mas sim o corpus de obras e a direta comparação das obras entre si. Desta maneira sabemos que nenhum teatro jamais chegou perto da qualidade das tragédias gregas, mas que a poesia moderna (ou seja, após a Idade Média) é não só comparável com a da Antiguidade como muitas vezes é melhor. Então a questão não é ler o que é mais antigo, mas o que tem maior valor estético.

    O fato de haver muitas pessoas lendo porcaria não significa nada, é antes pior; seria mais interessante que não houvesse títulos ruins, pois aí quem lesse mesmo que fosse pouca gente, leria coisas boas e influenciaria os outros, pois todo este lixo contamina as pessoas e as piora. Nunca jamais uma pessoa lê Sidney Sheldon e depois pensa “Ah, semana que vem vou ler Tolstoi!”, pois este tipo de autor nem lhe é apresentado, ou seja, a população está sendo estragada por uma realidade ridícula. Seu comentário sobre o Machado também é inaceitável, pois então uma vez que as pessoas não têm a educação necessária vamos dar para elas só o pior e que elas se danem? Por favor... O nível de alguns autores que você citou como ótimos não são realmente ótimos. Clarice e Jorge Amado são nomes famosos, pois são uma realidade brasileira, quando comparados com o que a humanidade produziu não são nada.

    Livro bom é o que proporciona experiência ao leitor e o transforma? Que tipo de experiência a pessoa vai ter com um livro de estilo péssimo, francamente mal escrito, sem nenhum enredo bem estruturado e sem ideias profundas? Ele vai ser transformado em que se o livro só mostra o banal?

    Você não vai aceitar nada disso, mas o que ocorre é que temos é de mudar a realidade e não aceitá-la e defendê-la como você fez. Ser relativista é fácil, difícil é ver a verdade.

    Ricardo da Mata

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Ricardo, tudo bem?
      Em primeiro lugar, todas as opiniões - inclusive as contrárias a mim - são aceitas e respeitadas, desde que não ofenda ninguém, por motivos mais do que óbvios.

      Vc tem deixou claro seu ponto de vista baseado em argumentos em que você acredita e constroi seus valores.
      Eu apenas discordo dele.
      Até que me provem cientificamente o contrário, não sei quem determinou a regra de que quem lê Sidney Sheldon não acabe por descobrir Tolstoi.
      Pode não ser a primeira opção, justamente por ainda não conhecer. Mas minha visão é que ao ler Sidney Sheldon ou qualquer outra coisa que seja considerada ruim, o leitor pode descobrir o gosto pela leitura e, pq não, chegar a Tolstoi?

      Pensar que isso não é possível me parece uma visão um tanto quanto limitada do que é a verdade.

      São pontos de vista diferentes. Mas como o título do meu post já indica, não entendo o preconceito. Apenas isso.

      Obrigada!
      Beijos,
      Talita

      Excluir