9 de set. de 2014

"Dinheiro que for arrecadado no Catarse vai ser usado em todo o processo para fazer do livro de fato um livro físico", conta Maurício Dehò, autor de livro sobre a história do boxe no Brasil

O post de ontem falou sobre a história do livro “Em 12 Rounds”, que conta a história do boxe no será publicado pela Editora Via Escrita em parceria com o leitor. Como? Via financiamento coletivo. Para quem quiser colaborar, basta acessar o site: http://www.catarse.me/pt/em12rounds

Mas resolvemos ir um pouco além e entender melhor, não só o livro em si – que já explicamos aqui; mas esse novo modelo de publicação editorial.

Para isso, batemos um papo com o jornalista Maurício Dehò, um dos autores do livro.

Dehò é jornalista formado pela PUC-SP e exerce a profissão desde 2006. Desde então, acumulou contribuições para veículos ligados a esporte e música. Após passagem de dois anos pelo Diário Lance!, em São Paulo, e contribuições para o website Whiplash.net e a revista Roadie Crew. Trabalha desde junho de 2008 no portal UOL, empresa do Grupo Folha de S. Paulo, onde atualmente desempenha a função de repórter especial.

Vamos conferir o que ele contou sobre esse projeto?


No Mundo Editorial: De onde surgiu a ideia da realização deste livro?

Maurício Dehò: O livro surgiu em 2006, quando meu parceiro de UOL Esporte, Bruno Freitas [outro autor do livro] percebeu que tinha diversas histórias curiosas sobre boxe que poderiam ser contadas em detalhes.
Causos menos conhecidos, que o público de esporte precisava conhecer. A intenção nunca foi traçar a "história do boxe brasileiro", mas pontuar momentos marcantes e que pouco circularam entre o grande público.
Em 2008, entrei no UOL Esporte, já trazendo a experiência de ter feito coberturas de boxe no jornal Lance!; e o Freitas precisava de alguém para entrar no projeto e ajudar na sua conclusão. Com o que ele apurou e o que eu apurei, acabamos de escrever em 2011 - salvo o capítulo dos irmãos Falcão, uma adição que achamos importante fazer este ano.

NME – Por que o boxe? 

MD - O boxe é um dos esportes tradicionalmente mais ricos em história para contar. É aquela coisa: se alguém aceita e gosta de trocar porrada com outra pessoa, algo de diferente tem ali. O boxe também traz personagens muito diversos.
A impressão que se tem é de sempre serem pessoas que vem de camadas mais pobres, mas não é regra. E os causos que contamos no livro também permitiram que a gente não focasse só no esporte, mas acabasse abordando questões de cultura e política, entre outros fora dessa esfera, como ao falar da carreira no boxe de Eduardo Suplicy, a ligação do maestro João Carlos Martins com o Eder Jofre, ou ao relatar a viagem feita a Cruz das Almas, no interior da Bahia, cidade que revelou um dos quatro campeões que o Brasil já teve no boxe, o Sertão.
Essa riqueza de temas e personagens faz com que a gente acredite que o livro seja atraente não só pra amantes da nobre arte, mas pra quem curte esportes em geral ou simplesmente boas histórias.

NME – Por que vocês escolheram financiar o livro via crowdfunding?

MD - Estamos com uma editora parceira para o lançamento, a Via Escrita, especializada em esportes. Mas, como é uma empresa nova, ainda não tinha condição de lançar sozinha o livro como ele merecia ser, pensando no tamanho, em fotos e na qualidade geral do produto.
Até cogitamos entrar em leis de incentivo, como a Rouanet, mas preferimos um caminho menos burocrático.
O crowdfunding tem dado certo em diversas áreas, e apostamos nisso, até por não pedirmos uma quantia exorbitante, apenas um complemento ao investimento que a editora já oferecia. Pelo andar da campanha, tenho a convicção de que acertamos na escolha.

NME - Como está sendo o processo de arrecadação de dinheiro para publicação do livro, em parceria com a editora? 

MD - A campanha está hospedada no Catarse, e funciona com o público adquirindo cotas em troca de recompensas.Trocando em míudos, no caso do nosso livro é uma pré-venda, basicamente. 
É claro que precisamos atingir nossa meta de R$ 8.800 para liberar o valor e podermos usar, mas com o sucesso nesse objetivo o livro vai poder ir para a gráfica e quem adquiriu as cotas vão recebê-lo em casa.
Entre as diversas recompensas que dão o livro, a mais simples é de R$ 40 reais, que dá direito a um exemplar. A partir de R$ 60, nós disponibilizamos um capítulo extra, em PDF, já que no fim estávamos com uma história sobrando e que seria descartada.
Também é possível comprar dois ou três livros, pensando em quem quer dar de presente para os amigos e familiares, ou doar a algum espaço que o livro possa atingir outras pessoas. 
Ah, e todas as cotas dão direito ao apoiador de ter o nome em uma página de agradecimentos dentro da obra. 

NME - De que maneira o dinheiro arrecado será investido no projeto? 

MD - O dinheiro que for arrecadado no Catarse vai ser usado em todo o processo para fazer do livro de fato um livro físico. Desde a revisão, e principalmente a impressão da tiragem de mil exemplares.
Também vamos usar uma parte para comprar algumas fotos para um caderno colorido que será colocado no meio do livro, com boas imagens histórias dos personagens que são parte da obra. Então, não nos contentamos com os R$ 8800,00.
Queremos ir mais longe, até porque quanto mais formos, mais livros estão sendo vendidos, estão chegando na mão do público e mais nossas histórias vão ser lidas.




“Em 12 Rounds”
Editora: Via Escrita 
Autores: Bruno Freitas e Maurício Dehò

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