O post
de ontem falou sobre a história do livro “Em 12 Rounds”, que conta a história
do boxe no será publicado pela Editora Via Escrita em parceria
com o leitor. Como? Via financiamento coletivo. Para quem quiser colaborar,
basta acessar o site: http://www.catarse.me/pt/em12rounds
Mas resolvemos ir um pouco além e entender melhor, não só o livro
em si – que já explicamos aqui;
mas esse novo modelo de publicação editorial.
Para isso, batemos um papo com o jornalista Maurício Dehò, um dos
autores do livro.
Dehò é jornalista formado pela PUC-SP e exerce a profissão desde
2006. Desde então, acumulou contribuições para veículos ligados a esporte e
música. Após passagem de dois anos pelo Diário Lance!, em São Paulo, e
contribuições para o website Whiplash.net e a revista Roadie Crew. Trabalha
desde junho de 2008 no portal UOL, empresa do Grupo Folha de S. Paulo, onde
atualmente desempenha a função de repórter especial.
Vamos conferir o que ele contou sobre esse projeto?
No Mundo
Editorial: De onde surgiu a ideia da
realização deste livro?
Maurício
Dehò: O livro surgiu em 2006, quando meu parceiro
de UOL Esporte, Bruno Freitas [outro autor do livro] percebeu que tinha
diversas histórias curiosas sobre boxe que poderiam ser contadas em detalhes.
Causos menos conhecidos, que o público de esporte precisava
conhecer. A intenção nunca foi traçar a "história do boxe
brasileiro", mas pontuar momentos marcantes e que pouco circularam entre o
grande público.
Em 2008, entrei no UOL Esporte, já trazendo a experiência de ter
feito coberturas de boxe no jornal Lance!; e o Freitas precisava de alguém para
entrar no projeto e ajudar na sua conclusão. Com o que ele apurou e o que eu
apurei, acabamos de escrever em 2011 - salvo o capítulo dos irmãos Falcão, uma
adição que achamos importante fazer este ano.
NME – Por que o boxe?
MD - O boxe é um dos esportes tradicionalmente mais ricos em história
para contar. É aquela coisa: se alguém aceita e gosta de trocar porrada
com outra pessoa, algo de diferente tem ali. O boxe também traz personagens
muito diversos.
A impressão que se tem é de sempre serem pessoas que vem de camadas
mais pobres, mas não é regra. E os causos que contamos no livro também
permitiram que a gente não focasse só no esporte, mas acabasse abordando
questões de cultura e política, entre outros fora dessa esfera, como ao falar
da carreira no boxe de Eduardo Suplicy, a ligação do maestro João Carlos
Martins com o Eder Jofre, ou ao relatar a viagem feita a Cruz das Almas, no
interior da Bahia, cidade que revelou um dos quatro campeões que o Brasil já
teve no boxe, o Sertão.
Essa riqueza de temas e personagens faz com que a gente acredite
que o livro seja atraente não só pra amantes da nobre arte, mas pra quem curte
esportes em geral ou simplesmente boas histórias.
NME – Por que vocês escolheram financiar o livro via crowdfunding?
MD - Estamos com uma editora parceira para o lançamento, a Via
Escrita, especializada em esportes. Mas, como é uma empresa nova, ainda não
tinha condição de lançar sozinha o livro como ele merecia ser, pensando no
tamanho, em fotos e na qualidade geral do produto.
Até cogitamos entrar em leis de incentivo, como a Rouanet, mas
preferimos um caminho menos burocrático.
O crowdfunding tem dado certo em diversas áreas, e apostamos
nisso, até por não pedirmos uma quantia exorbitante, apenas um complemento ao
investimento que a editora já oferecia. Pelo andar da campanha, tenho a
convicção de que acertamos na escolha.
NME - Como
está sendo o processo de arrecadação de dinheiro para publicação do livro, em
parceria com a editora?
MD - A campanha está hospedada no Catarse, e funciona com o público
adquirindo cotas em troca de recompensas.Trocando em míudos, no caso do nosso livro é uma pré-venda,
basicamente.
É claro que precisamos atingir nossa meta de R$ 8.800 para liberar
o valor e podermos usar, mas com o sucesso nesse objetivo o livro vai poder ir
para a gráfica e quem adquiriu as cotas vão recebê-lo em casa.
Entre as diversas recompensas que dão o livro, a mais simples é de
R$ 40 reais, que dá direito a um exemplar. A partir de R$ 60, nós
disponibilizamos um capítulo extra, em PDF, já que no fim estávamos com uma
história sobrando e que seria descartada.
Também é possível comprar dois ou três livros, pensando em quem
quer dar de presente para os amigos e familiares, ou doar a algum espaço que o
livro possa atingir outras pessoas.
Ah, e todas as cotas dão direito ao
apoiador de ter o nome em uma página de agradecimentos dentro da obra.
NME - De que
maneira o dinheiro arrecado será investido no projeto?
MD - O dinheiro que for arrecadado no Catarse vai ser usado em todo o
processo para fazer do livro de fato um livro físico. Desde a revisão, e
principalmente a impressão da tiragem de mil exemplares.
Também vamos usar uma parte para comprar algumas fotos para um
caderno colorido que será colocado no meio do livro, com boas imagens histórias
dos personagens que são parte da obra. Então, não nos contentamos com os R$
8800,00.
Queremos ir mais longe, até porque quanto mais formos, mais livros
estão sendo vendidos, estão chegando na mão do público e mais nossas histórias
vão ser lidas.
“Em 12 Rounds”
Editora: Via Escrita
Autores: Bruno Freitas e Maurício Dehò
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