"A mulher ideal é sempre a dos outros."
Na noite de ontem, estreiou sua mais nova minisérie: As Cariocas. E, para quem não sabe, a nova trama da telinha é baseada no clássico homônimo do glorioso Sérgio Porto. E, em homenagem a este grande gênio da literatura brasileira - e aproveitando o sucesso da minisérie global - resolvi contar um pouquinho sobre este autor.
"A polícia prendendo bicheiros? Assim não é possível. Respeitemos ao menos as instituições."
Sérgio Porto começou sua carreira jornalística no final da década de 40, nas revistas Sombra e Manchete e nos jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca. Nessa mesma época, junto com o grande ilustrador Tomás Santa Rosa, criou o personagem Stanislaw Ponte Preta, com brilhantes crônicas satíricas e críticas, e inspirado no personagem Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade.
"A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento."
Porto também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais para boates, além de compor a música "Samba do Crioulo Doido". Foi também o criador e produtor do concurso de beleza As Certinhas do Lalau, onde figuravam vedetes de famosas.
"Amor, dinheiro e lua, parando de crescer começam logo a diminuir."
Era um grande defensor daaquele que chamava de verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Além disso, era um conhecedor do jazz e um boêmio admirável, com muito senso de humor. Era um intelectual de primeira e grande piadista contra a ditadura militar. Assim, surgiu uma de suas maiores criações: o FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País.
Mas, acima de tudo, Sérgio Porto era um mestre de frases de efeito e comparações enfáticas:
"Mais inchada do que cabeça de botafoguense."
"Mais assanhado do que bode velho no cercado das cabritas."
"Mais suado do que o marcador de Pelé."
"Mais duro do que nádega de estátua."
"Mais feia do que mudança de pobre."
"Mais murcho do que boca de velha."
"Mais assanhado do que bode velho no cercado das cabritas."
"Mais suado do que o marcador de Pelé."
"Mais duro do que nádega de estátua."
"Mais feia do que mudança de pobre."
"Mais murcho do que boca de velha."
Suas últimas palavras, ao sofrer seu derradeiro infarto, no dia 29 de setembro de 1968, foram: "Tunica, eu tô apagando".
Obras publicadas:
Como Stanislaw Ponte Preta
- Tia Zulmira e Eu (1961)
- Primo Altamirando e Elas (1962)
- Rosamundo e os Outros (1963)
- Garoto Linha Dura (1964)
- FEBEAPÁ1 (Primeiro Festival de Besteira que Assola o País) (1966)
- FEBEAPÁ2 (Segundo Festival de Besteira que Assola o Pais) (1967)
- Na Terra do Crioulo Doido (1968)
- FEBEAPÁ3 (1968)
- A Máquina de Fazer Doido (1968)
- Gol de Padre
Como Sérgio Porto
- A Casa Demolida (1963)
- As Cariocas (1967)
- A velinha contrabandista (1967)
"A dúvida dele não era a de que pudesse não ser um homem mas a de que talvez nem chegasse a ser um rato."
As Cariocas
A obra assinada pelo próprio Sérgio Porto é de 1967 e aborda tudo o que a mulher carioca tem e gosta de mostrar.
Em 06 crônicas incrivelmente bem escritas (que serão apresentadas cada uma em um episódio da minisérie), Sérgio Porto interpreta a vida da cidade do Rio de Janeiro e, acima de tudo, a psicologia das mulheres.
"A Grã-Fina de Copacabana", "A Noiva do Catete", "A Donzela da Televisão", "A Currada de Madureira", "A Dequitada da Tijuca" e "A Desinibida do Grajaú" são interpretações das componentes mais belas deste Rio feito de beleza: as cariocas.
"A Grã-Fina de Copacabana", "A Noiva do Catete", "A Donzela da Televisão", "A Currada de Madureira", "A Dequitada da Tijuca" e "A Desinibida do Grajaú" são interpretações das componentes mais belas deste Rio feito de beleza: as cariocas.
O livro ganhou nova - e bela - edição pela Editora Agir. Por que não experimentam um pouco do primeiro capítulo do livro para saborearem a beleza da mulher carioca, e das palavras de Sérgio Porto? É só clicar AQUI.
A mini-série da Globo, que estreiou ontem, apresentou a belissíma atriz Alline Moraes como "A Noiva de Capocabana". Numa adaptação um tanto quanto global da crônica de Sérgio Porto, o diretor Daniel Filho deu um caráter Rodrigueano aos textos na telinha, lembrando a todos os fãs de Nelson Rodrigues as geniais adapatações de "A Vida Como Ela É...", também dirigida por Filho.
Apesar da leve distorção de caráter, "As Cariocas" estreiou com o glamour que as atrizes globais gostam e merecem. Leiam mais a respeito da série no Blog de Mauricio Stycer.
É uma boa escolha de programação na TV aberta. Mas, como já sabem, para mim, NADA substitui a leitura. Então...
Apesar da leve distorção de caráter, "As Cariocas" estreiou com o glamour que as atrizes globais gostam e merecem. Leiam mais a respeito da série no Blog de Mauricio Stycer.
É uma boa escolha de programação na TV aberta. Mas, como já sabem, para mim, NADA substitui a leitura. Então...
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