12 de ago. de 2014

O livro que mudou a minha vida

Há mais de um ano, uma querida amiga me emprestou um livro espontaneamente. Ela é esposa do meu antigo chefe e pediu para que ele me entregasse o exemplar junto com o recado de que ela tinha certeza de que eu iria adorar. E, ah! Eu também deveria deixar uma caixa de lenços de papel a postos: as lágrimas seriam involuntárias.

O livro era "O Clube do Livro do Fim da Vida - Uma História Real Sobre Perda, Celebração e o Poder da Leitura", de Will Schuwalbe, publicado pela Editora Objetiva. Nele, o autor relata como um clube do livro, entre ele e sua mãe, ajudaram-na a enfrentar um terrível câncer no pâncreas. Os livros, a literatura, os debates dos dois sobre as histórias, os autores e os reflexos disso tudo nas vidas deles e da sociedade como um todo; certamente; prorrogaram a expectativa de vida da mãe de Will, além de melhorar sua qualidade de vida.



Mas muito mais do que a relação de Mary Anne (esse era seu nome) e Will com os livros, "O Clube do Livro do Fim da Vida" apresentou a vida dessa mulher que dedicou todo seu tempo útil a salvar os outros, a salvar o mundo. Trabalhos humanitários, bibliotecas comunitárias, voluntariado com os refugiados de diversas nações em guerra, entre diversas outras boas ações compuseram a vida dela e alimentaram toda humanidade de esperança.

O livro trata, basicamente, de como morrer e aceitar a morte. E, por isso mesmo, demorei muitos meses para conseguir terminá-lo. Este ano de 2014 não tem sido fácil para mim e minha família, com muitas doenças e mortes de entes queridos. De repente, ler um livro que trata desta realidade, não é a tarefa mais fácil do mundo. Mas eu percebi que este livro faz mais do que isso. Ele encara o quanto ainda é possível ser feito, mesmo quando nos restam poucos dias de vida. Todo dia é dia de fazer o bem sem olhar a quem.



E neste magnífico livro, Will Schuwalbe transmite essa mensagem sem o menor tom de autoajuda clássico, mas apenas por compartilhar suas experiências pessoais com o mundo. E nós, leitores, só temos a agradecer por ele ter tido coragem de expor este momento tão íntimo, tão delicado, tão sofrido, mas acima de tudo, tão bonito.

Eu acredito que nada acontece por acaso. E eu ter retomado esta leitura e resolvido finalizá-la, justo neste momento de mudanças que estou passando, significou muito para mim. Este livro, certamente, mudou a minha vida.

Mas, de alguma maneira, muda a vida de todos que o leem, porque não só é admiravelmente bem escrito, mas porque compartilha vivências muito especiais.

E, quanto a relação dos livros com o mundo... Bom, a principal lição que Mary Anne nos deixa é a seguinte:


"[Mamãe] Jamais vacilou em sua convicção de que os livros são a feramenta mais poderosa do arsenal humano, de que ler todo tipo de livros, qualquer que seja o formato escolhido - eletrônico (embora isso não fosse para ela) ou impresso ou em áudio -, é o maior entretenimento de todos, e também é como você participa da conversa humana. Ela me ensinou que você também pode fazer a diferença no mundo e que os livros realmente importam: é com eles que sabemos o que precisamos fazer na vida, e como dizemos isso aos outros."
Will Schuwalbe - O Clube do Livro do Fim da Vida


Will Schuwalbe tem razão. Quer dizer, sua mãe Mary Anne tinha razão. E foi justamente este livro que me mostrou o que eu preciso fazer na e da minha vida. E é este livro que vai sustentar minha argumentação para dizer isso ao resto do mundo. 



2 comentários :

  1. Olá, sou professora de Lingua Portuguesa e descobri seu blog, muito bom, vou dar mais espiadas!!

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    1. Olá Talita!! Que bom que gostou!! Obrigada e volte sempre, rs! :)

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