Eu estou quase obsoleta no assunto, eu sei! Mas
tentem ficar 15 dias longe da sua mesa de trabalho e vejam o quanto é difícil
colocá-la - e toda sua vida - em ordem depois! rs!
Ok, depois das desculpinhas esfarrapadas, cheias de
#mimimi pela demora do post, gostaria, antes de mais nada, de justificá-lo.
Primeiro para vocês não me acharem uma louca incoerente, já que fiz um post
toda apaixonadinha pela Bienal na semana passada (que se você ainda não leu,
clique AQUI e corrija este erro, rsrs!). E, segundo, para deixar bem claro que
uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e, portanto, achar que não
posso mais viver sem a Bienal do Livro não significa que tenha sido feliz e
sorridente durante os 10 dias de feira. E muito pelo contrário, já que a organização
do evento não colaborou em nada para momentos felizes.
É justamente sobre isso que este post fala! Vamos
ao top 5? E por favor, se esqueci de algo, não deixem de me corrigir!
- BANHEIROS - Bom, obviamente que eu só posso falar do feminino e olha... NOJO é pouco para definir aquele ambiente. Sujo, imundo! Papéis jogados no chão, privadas encardidas, descargas não dadas. Literalmente, uma merda. Fora que nos dias de lotação nos stands, as filas para uso dos banheiros eram quase uma piada pronta: ultrapassavam os 40 minutos. HAHAHAHA - viu? eu avisei: piada pronta! Tipo, OI! Eu estou aqui TRABALHANDO. Vc acha mesmo que eu tenho mais de 40 minutos para ficar numa fila para fazer xixi e ainda nem ter papel para me limpar? E se eu não posso, imagine só os promotores contratados, que só têm 30 minutos de lanche. Estou sendo muito radical, ou é bastante claro que alguém que só tem meia hora de almoço não pode ficar 40 minutos numa fila de banheiro? Ah, podíamos passar o dia sem fazer xixi... É mesmo! Desculpem, tinha me esquecido desta opção...
- ALIMENTAÇÃO - Calma, será que posso chamar aquilo de alimentação mesmo? Porque né, gente... Vamos combinar! Dentre as opções menos trashs, estava a Batata no Cone. E não que eu não seja fã de batata frita, mas é que almoçar e jantar isso não me parecia muito saudável. Tudo bem, eu podia comer o pedaço de pizza de R$8,00 que era tão fino, que era cortado com tesoura sem ponta (aquela que as criancinhas levam pra pré-escola, sabe? Então...). E não, eu não estou exagerando. Outras opções também eram crepe, pastel, churros, foundue de chocolate, favo e... argh, meu estômago, meu fígado, meu peso!! Sim, havia o famoso "bandeijão", que fui muito astuta em passar longe, acreditem! Mas, né? quem precisa mesmo dessa coisa de comer direito?
- PREÇOS ABUSIVOS - Eu fico me perguntando quando é que o Brasil vai aprender a fazer um evento cultural que seja acessível a todos os brasileiros? Porque uma Bienal no Riocentro não é mesmo! Primeiro, porque o acesso ao espaço é difícil! Não tem metrô na região e a Barra/Recreio é longe de quase tudo no Rio. E aquela história de táxi no Rio é barato virou coisa do passado. Depois, o ingresso custava R$ 12,00 (inteira). O estacionamento, mais caro que o ingresso (oi?) custou R$ 15,00. Daí imaginem a cena: um casal leva os dois filhos para passear na Bienal do Livro. Até o momento já foram R$51,00. Aí um filho quer pipoca, o outro refrigerante, não podem deixar de tomar um café e... ah sim! Por que não comprar um livro, não é mesmo? Façam as contas e reflitam: por que será que o público tem diminuído ano a ano na Bienal?
- A FALTA DE RESPEITO COM O EXPOSITOR - Tantos anos de Bienal e será que ninguém nunca pensou que o expositor precisa de um espaço para sair um pouco do seu stand, onde passa tantas horas? A última Bienal tinha a (santa) sala de imprensa, que no dia mais louco da Bienal, com milhares de visitantes e filas em todos os lugares (banheiros, lanchonetes...); justo neste dia, fechou as portas para os expositores e só permitia a entrada da própria imprensa. Alguém mais me viu fazendo um escândalo na porta? Porque eu fiz, até me deixarem entrar. Mas será que era mesmo necessário causar este stress? Eu sou a favor de uma sala do expositor, com café, água, ar condicionado, sofás, computadores, impressoras, internet e tudo mais o que tem direito. Porque é o mínimo que podem oferecer para pessoas que, assim como eu, entravam no pavilhão às 09hs e só saiam às 22:30hs. Isso sem falar na palhaçada da "famosa" festa do SNEL. Alguém me explica como é possível o Sindicato Nacional de Editores e Livreiros fazer uma superfesta no meio da Bienal Internacional do Livro e NÃO convidar TODOS os expositores? Porque eu achei isso um absurdo! (Para quem achar que estou sentida pq não fui convidada, ledo engano: não fui porque não quis, convite eu tinha). Pelas editoras convidadas e as não-cnovidadas, ficou bem claro o grau de politicagem na hora da escolha dos convidados. No fim das contas, o órgão responsável por tentar fazer o mercado ter um equilíbrio entre o grande e o pequeno, e que deveria olhar para o interesse de todos, simplesmente entrou no jogo e selecionou de maneira bastante duvidosa seus convidados. Achei que ficou feio e foi desnecessário: ou convida todo mundo, ou não convida ninguém. Que tal?
- A FALTA DE ESTRUTURA DO EVENTO - Pessoal, vocês têm certeza de que o Brasil vai ser sede de qualquer evento mundial importante? Porque o Riocentro não conseguiu suportar nem um dia de lotação máxima na Bienal do Livro. Pessoas desmaiando nos corredores por conta do calor, sistema de cartão de crédito da Cielo que despencou e fez todas as editoras perderem muitas vendas no melhor dia de público, filas já comentadas acima... Fiquei assustada com a incapacidade de estruturar algo nem tão grandioso assim.
Bom, assim sendo, deixo aqui meu registro de
insatisfação com a Bienal. E espero, de verdade, que essas coisas melhores a
cada ano. Porque a Bienal é um bem dos editores, livreiros e, principalmente,
do povo brasileiro.