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5 de nov. de 2012

Grupo Scortecci Editorial abre inscrições para Antologia Palavras desavisadas de tudo




1) Serão 50 vagas ou até 250 páginas ou data limite de 31 de agosto de 2013, o que completar ou atingir primeiro. A antologia será editada por nome de Autor em ordem alfabética que poderá usar ou não nome literário. O tema é livre e não haverá qualquer tipo de censura, por parte da editora, sobre o conteúdo publicado pelos autores na antologia.
2) Não há obrigatoriedade de ser inédita. Não é concurso e todos os participantes terão seus trabalhos publicados. Poderão participar escritores residentes ou não no Brasil. Os trabalhos deverão ser em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto. 
3) O Autor poderá participar com POESIAS, CONTOS e CRÔNICAS desde que o número de páginas não ultrapasse o limite máximo de 5 (cinco) páginas. Na página de abertura de identificação de cada Autor constará uma mini-biografia de no máximo 8 linhas com no máximo 500 caracteres.
TAXA DE PARTICIPAÇÃO:
02 páginas - Preço R$ 300,00 - 2 parcelas de R$ 150,00 - 10 exemplares
03 páginas - Preço R$ 450,00 - 3 parcelas de R$ 150,00 - 15 exemplares
04 páginas - Preço R$ 600,00 - 4 parcelas de R$ 150,00 - 20 exemplares
05 páginas - Preço R$ 700,00 - 4 parcelas de R$ 175,00 - 25 exemplares

Cada autor receberá 5 (cinco) exemplares da obra por página contratada.
FORMAS DE PAGAMENTO:
Boletos bancários (mais informações na ficha de inscrição).
4) A Scortecci fará uma pré-diagramação do material enviado e enviará orçamento para aprovação e posterior emissão dos boletos. Não haverá reserva de vagas. Não haverá cessão de Direitos Autorais, ou seja, os trabalhos continuarão pertencendo a seus autores.
5) Os Autores responderão sobre plágio, publicação não autorizada, calúnia, difamação ou não autoria da obra, isentando a Scortecci Editora de crime de Direito Autoral.
6) Cada Autor receberá por e-mail, para revisão, cópia da composição de seus trabalhos em PDF que, uma vez revisados, deverão ser assinados, datados e liberados para impressão. Os textos não devolvidos no prazo estipulado serão impressos conforme cópia do arquivo digital postado no ato da inscrição.
7) Autores de São Paulo e Grande São Paulo poderão retirar seus livros de direito na editora no dia do lançamento (ver Cronograma de datas) ou no prazo de até 30 dias. Autores do interior de São Paulo e outros estados poderão retirar seus livros de direito no lançamento ou enviados pelo correio, via encomenda normal, no endereço indicado na ficha de inscrição no prazo de até 30 dias do lançamento. 

Único: Autores residentes fora do Brasil deverão fornecer um endereço no Brasil para recebimento dos livros prontos. Não serão enviados livros para o exterior.
8) Inscrições somente pela Internet e através da Ficha de Inscrição.
9) Ao fazer sua inscrição o Autor estará de acordo com todas as regras e valores deste regulamento de participação.
Mais informações pelo e-mail: antologia@scortecci.com.br
CRONOGRAMA:

Inscrições: até 31 de agosto de 2013 ou até o preenchimento das 50 vagas.

Impressão: outubro de 2013.

Lançamento: início de dezembro de 2013, em São Paulo, Capital, em data e local a ser confirmado. 

29 de abr. de 2011

Que poema de Fernando Pessoa é você?

Recebi essa dica de uma queridíssima amiga (grande Eny!) e não podia deixar de compartilhar com vcs! É só clicar AQUI e descobrir o seu lírico de Fernando Pessoa. Façam este teste (é bem curtinho). Eu amei! Sou Bernardo Soares e tenho TUDO a ver com o Desassossego...
E você, que poema de Fernando Pessoa é? Me contem, que quero saber!!

O poeta Fernando Pessoa tinha uma atração peculiar por Bernardo Soares. Para início de conversa, ele o classificava de semi-heterônimo porque: “não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela”. Ou ainda: “Sou eu menos o raciocínio e a afetividade.” É importante destacar que foi por meio de Bernardo Soares, autor de “O Livro do Desassossego”, espécie de diário em prosa poética escrito a partir de 1914 que o poeta Fernando Pessoa mais sinceramente falou de si mesmo. 

Para saber mais sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos, leia a entrevista com Fernando Segolin, professor de Pós-Graduação de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP e “pessoano” por excelência




 O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares

“A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
Isto não vem a propósito de nada.
 

Tenho sonhado muito. Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar. De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos. Em sonhos consegui tudo. Também tenho despertado, mas que importa? Quantos Césares fui! E os gloriosos, que mesquinhos! César, salvo da morte pela generosidade de um pirata, manda crucificar esse pirata logo que, procurando-o bem, o consegue prender. Napoleão, fazendo seu testamento em Santa Helena, deixa um legado a um facínora que tentara assinar a Wellington. Ó grandezas iguais à da alma da vizinha vesga! Ó grandes homens da cozinheira de outro mundo! Quantos Césares fui, e sonho todavia ser.
Quantos Césares fui, mas não dos reais. Fui verdadeiramente imperial enquanto sonhei, e por isso nunca fui nada. Os meus exércitos foram derrotados, mas a derrota foi fofa, e ninguém morreu. Não perdi bandeiras. Não sonhei até ao ponto do exército, onde elas aparecessem ao meu olhar em cujo sonho há esquina. Quantos Césares fui, aqui mesmo, na Rua dos Douradores. E os Césares que fui vivem ainda na minha imaginação; mas os Césares que foram estão mortos, e a Rua dos Douradores, isto é, a Realidade, não os pode conhecer.
 

Atiro com a caixa de fósforos, que está vazia, para o abismo que a rua é para além do parapeito da minha janela alta sem sacada. Ergo-me na cadeira e escuto. Nitidamente, como se significasse qualquer coisa, a caixa de fósforos vazia soa na rua que se me declara deserta. Não há mais som nenhum, salvo os da cidade inteira. Sim, os da cidade dum domingo inteiro – tantos, sem se entenderem, e todos certos.
Quão pouco, no mundo real, forma o suporte das melhores meditações. O ter chegado tarde para almoçar, o terem-se acabado os fósforos, o ter eu atirado, individualmente, a caixa para a rua, mal disposto por ter comido fora de horas, ser domingo a promessa aérea de um poente mau, o não ser ninguém no mundo, e toda a metafísica.
 

Mas quantos Césares fui!” 

(27/06/1930; em “Livro do Desassossego”)