Matéria divulgada em 11/08/2010, no PublishNews. Vale a leitura para compreender um pouco mais sobre as entrelinhas do mercado editorial!
E o mais importante: quem saiu ganhando nessa briga, fomos nós, leitores, que pagamos menos pelo nosso produto LIVRO tão querido!
Boa leitura!
Preço do livro cai e faturamento das editoras estaciona
CBL e Snel apresentaram ontem, em SP, o resultado da pesquisa de produção e venda relativa ao período de 2009 (Maria Fernanda Rodrigues)
No ano de 2009 o mercado editorial brasileiro aumentou suas tiragens, barateou o preço dos livros e não faturou muito mais do que em 2008. Neste período, foram colocados no mercado 386,3 milhões de exemplares, 13,55% a mais em relação ao ano anterior. Em número de títulos lançados, o aumento foi pequeno, de 2,7%. No total, saíram das editoras 52.509 títulos (30 mil reedições). O faturamento do setor ficou em R$ 3,376 milhões. No ano anterior, foram R$ 3,305 milhões, demonstrando uma melhora tímida de 2,13%.
Mas quem ganhou mesmo foi o consumidor, que pagou menos pelo livro. O preço médio foi calculado em R$ 11,11. Aliás, esse valor está em queda desde 2004, quando o livro custava em média R$ 12,68. Para Sônia Jardim, presidente do Snel, o livro se beneficia da economia em escala. O aumento das tiragens médias e a desoneração deixam o livro mais em conta.
Essas informações são da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro em 2009, realizada pela Fipe com 693 editoras por encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), e apresentada nesta terça-feira (10), em São Paulo. Veja a apresentação.
Ela mostrou ainda que as áreas de Didáticos e CTP tiveram o mesmo crescimento em títulos editados, de 9,07%. Em pior situação estão Obras Gerais, em queda de 7,34%, e religiosos, que lançou 7,14% a menos de livros em 2009. Quando o assunto é exemplar produzido, todos estão em alta e o segmento CTP volta para a lanterna.
Ao longo do ano passado, o mercado vendeu efetivamente 370,9 milhões de exemplares para livrarias, distribuidores, venda porta a porta etc., um aumento de 11,3% ante 2008 (333,3 milhões). Caiu a participação das livrarias (45% em 2008 e 42% em 2009) e das distribuidoras (25% em 2008 e 23% em 2009) na venda de livros, mas em compensação, vendas porta-a-porta, em supermercados e em igrejas e templos aumentaram. O porta-a-porta já é responsável por 16,64% das vendas, o que mostra, também, a entrada da classe C no mercado literário.
A pesquisa apontou que o número de obras traduzidas caiu de 6.626 em 2008 para 5.807 em 2009 (-12,36%). Livros em espanhol tiveram o pior desempenho (-42%). Em compensação, houve um aumento de 4,94% na edição de obras de autores brasileiros. Em 2008 foram editados 44.503 títulos e no ano passado, 46.703.
Livros para a educação básica são lançados em maior quantidade (47%). Na sequência vem literatura geral (infantil, juvenil e adulta), com 20%, seguida de religiosos (11,05%) e autoajuda (3,32%). Livros de informática, arquitetura e agropecuária estão em baixa. Cada um dos temas representa 0,01% do que é produzido.
O governo comprou menos em 2009, mas isso tem a ver com a forma com a que se programa para comprar os livros para as diversas séries. No ano passado, priorizou obras para o ensino fundamental, que são mais baratas. Em termos de faturamento, 2008 fechou com R$ 3,305 bi (desses, R$ 2,4 bi vieram do mercado e R$ 869 mi do governo). Neste ano, foram R$ 3,376 bi (R$ 2,5 bi do mercado e R$ 834 mi do governo). Em relação a exemplares vendidos, o governo comprou mais em 2009 (foram 142 mi contra 121 mi em 2008).
Para Rosely Boschini, presidente da CBL, o crescimento do setor reflete o bom momento da economia e o esforço das editoras. Ela comentou que o setor infantil cresce todos os anos, mas disse estar feliz em ver que o CTP se destacou em 2009. “Isso mostra que jovens e crianças estão lendo mais”. O único problema, disse, é que o governo não compra livros desse segmento, o que pode favorecer a pirataria entre os universitários. Mas o crescimento, acredita, se deve ao boom dos cursos universitários no país.
Ainda segundo a presidente da CBL, políticas públicas constantes na área de leitura são fundamentais para manter o crescimento do número de leitores. Eventos voltados para tal e o acesso maior aos livros são os caminhos para uma sociedade mais letrada, disse.
Sônia Jardim também comentou sobre o mercado infantil. “Estamos com 15% do mercado infanto-juvenil e isso mostra futuros leitores, mas desde que o hábito tenha continuidade”. O futuro do livro, comentou, depende de você ter desenvolvido o hábito da leitura.
Leda Maria Paulani, coordenadora da pesquisa, prevê a volta do crescimento do mercado. “Tenho o impressão de que agora, passada a crise, o mercado vai recuperar o passo e deve voltar à taxa de 6% de crescimento”.
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