Não sei se vocês conheciam o blog Livros de Humanas, criado em 2009 por um aluno da USP, que formou em pouco mais de dois anos uma biblioteca maior do que a de muitas faculdades brasileiras. Até sair do ar, reunia 2.496 títulos, entre livros e artigos, de filosofia, antropologia, teoria literária, ciências sociais, história etc. Uma coletânea invejável e... gratuita! Exatamente! O blog oferecia aos seus usuários a possibilidade de baixar esses arquivos gratuitamente. MAS... (sim, sempre tem um "mas"), o acervo era formado sem qualquer autorização.
E não é de se surpreender que, semana passada, uma mensagem de violação dos termos de uso anunciou aos internautas que a página havia sido suspensa.
O caso chama atenção para a ampliação da circulação de arquivos digitais de livros na internet, uma prática que dá novo sentido e escala à discussão sobre a circulação de cópias xerocadas no meio acadêmico.
Vale a pena ler na íntegra a matéria publicada no O Globo a respeito do assunto, com uma entrevista (excelente, diga-se de passagem) com o criador do blog, que prefere manter anonimato: Suspensão de blog com livros piratas cria discussão na web
Acho importante deixar claro que tanto quanto profissional da área, bem como consumidora, sou contra à pirataria de livros (e de qualquer tipo de produto, vale ressaltar). E não digo isso porque viso o lucro da venda dos meus livros. Sim, eu desejo que eles vendam muito. Mas eu não canso de publicar aqui relatos sobre a importância das funções de cada um dos profissionais envolvidos no longo processo de produção e publicação de um livro. Piratear um livro é simplesmente jogar tudo isso no lixo!
Acredito que o Brasil está longe de uma solução que agrade a todos. Mas o fato é que os preços dos livros são completamente inviáveis, o que afasta nossa população de massa desse bem tão precioso. O quadro está mudando, a classe C está crescendo e consumindo, mas mesmo assim, temos que fazer mais e melhor, para baixar os preços e tornar os livros bens de uso diário, e não bens de consumo de luxo.
Momento ótimo para abrir uma discussão e refletirmos sobre o assunto, né?!
Realmente... pirataria é um mal, porém é conseqüência dos preços absurdos praticados, não que tais preços não sejam justificáveis, afinal a carga tributária sobre os produtos são altíssimas. Ou seja, para combater a pirataria não basta bloquear os sites, ou prender as pessoas que distribui de forma "gratuita" ou vendem a preços mais baixos. O problema é muito maior que isso... só espero que nossos governantes descubram isso o quanto antes. Afinal nada melhor do que a sensação de comprar um produto original, desde que não seja um arrombo em nosso orçamento.
ResponderExcluirJunior Nascimento
www.CooltureNews.com.br
Totalmente apoiada Talita, também sou contra e-books, mas enquanto os livros continuarem sendo tão caros, não se pode esperar outra alternativa que não seja o uso dos mesmos por aqueles que não tem como investir em livros...
ResponderExcluirPaola
uma-leitora.blogspot.com