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4 de mai. de 2011

[Dica de outras boas leituras] Sobre o fim do Blog Livros de Humanas



Não sei se vocês conheciam o blog Livros de Humanas, criado em 2009 por um aluno da USP, que formou em pouco mais de dois anos uma biblioteca maior do que a de muitas faculdades brasileiras. Até sair do ar, reunia 2.496 títulos, entre livros e artigos, de filosofia, antropologia, teoria literária, ciências sociais, história etc. Uma coletânea invejável e... gratuita! Exatamente! O blog oferecia aos seus usuários a possibilidade de baixar esses arquivos gratuitamente. MAS... (sim, sempre tem um "mas"), o acervo era formado sem qualquer autorização.

E não é de se surpreender que, semana passada, uma mensagem de violação dos termos de uso anunciou aos internautas que a página havia sido suspensa. 
O caso chama atenção para a ampliação da circulação de arquivos digitais de livros na internet, uma prática que dá novo sentido e escala à discussão sobre a circulação de cópias xerocadas no meio acadêmico. 
Vale a pena ler na íntegra a matéria publicada no O Globo a respeito do assunto, com uma entrevista (excelente, diga-se de passagem) com o criador do blog, que prefere manter anonimato: Suspensão de blog com livros piratas cria discussão na web

Acho importante deixar claro que tanto quanto profissional da área, bem como consumidora, sou contra à pirataria de livros (e de qualquer tipo de produto, vale ressaltar). E não digo isso porque viso o lucro da venda dos meus livros. Sim, eu desejo que eles vendam muito. Mas eu não canso de publicar aqui relatos sobre a importância das funções de cada um dos profissionais envolvidos no longo processo de produção e publicação de um livro. Piratear um livro é simplesmente jogar tudo isso no lixo!

Acredito que o Brasil está longe de uma solução que agrade a todos. Mas o fato é que os preços dos livros são completamente inviáveis, o que afasta nossa população de massa desse bem tão precioso. O quadro está mudando, a classe C está crescendo e consumindo, mas mesmo assim, temos que fazer mais e melhor, para baixar os preços e tornar os livros bens de uso diário, e não bens de consumo de luxo. 

Momento ótimo para abrir uma discussão e refletirmos sobre o assunto, né?!

22 de nov. de 2010

PIRATARIA LITERÁRIA... HUNF!

Se a modernidade dos livros digitais é a pauta de discussão do momento, com especulações sobre um possível fim do impresso, acho melhor os editores, jornalistas, acadêmicos, leitores, autores e autoridades começarem a se preocupar com um problema muito maior e real, que já atinge o universo da música e do cinema: a PIRATARIA

Pois é! Na semana passada,  a polícia peruana apreendeu cerca de 1,3 mil cópias piratas de "O Sonho do Celta", último livro do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura deste ano, Mario Vargas Llhosa. 

As cópias dos livros, que originalmente são editados pela espanhola Alfaguara, eram vendidos nas ruas de lima por cerca de US$ 8. A apreensão causou surpresa entre as autoridades, já que não é comum encontrar versões pirateadas de obras literárias. 

Outro país que também está em alerta é a Argentina, que têm falsificações literárias cada vez mais sofisticadas. Essa situação preocupa muito a indústria de livros do país. "É um fenômeno que está crescendo. Talvez não seja tão visível como é no Peru, onde a economia informal é intensa. Mas a pirataria de livros está crescendo na Argentina e também no Chile", disse à BBC Brasil o porta-voz da editora Santillana, Augusto di Marco.

Segundo ele, os falsificadores estariam explorando brechas nas leis argentinas e chilenas – mais duras com a pirataria do que as de outros países sulamericanos – para ampliar seus negócios.
Especula-se no setor editorial que esta produção regional poderia chegar a 10% ou 15% do volume da indústria de livros.

Livros falsificados de boa qualidade enganam leitores na Argentina


Qualidade
Os livros falsificados são vendidos no varejo até 50% mais baratos do que cópias oficiais, segundo cálculos da Câmara Argentina do Livro, e o leitor não sabe, muitas vezes, que está comprando um produto ilegal. "Quando você compra um DVD na rua sabe que está comprando algo pirata. Mas isso não acontece com o livro. Nós percebemos quando ele é falso, mas o leitor talvez não", afirmou Di Marco. 
A produção marginal não se limita a fotocópias, mas a impressão quase idêntica das obras.
Os detalhes da falsificação são quase imperceptíveis, como a qualidade do papel e páginas que foram coladas em vez de costuradas, por exemplo. Por isso, editores acreditam que exista uma "indústria" que vem se aperfeiçoando nesta produção e encontrando mercado fértil entre os leitores.
"Não acredito que a leitura esteja aumentando e que esta seja a razão do incremento da pirataria. Mas aqui na Argentina o nível de leitura é alto, e a classe média costuma ler bastante. Na prática, existe um mercado (paralelo) possível", afirmou.
Pelo nível da qualidade da produção, a polícia argentina acredita que poderia ser uma ação de especialistas. "É preciso conhecer este processo industrial. E não é qualquer um que consegue comprar papel", completa Di Marco.

Apreensão
Especialistas dizem que Buenos Aires, a capital do país, mantém a tradição da leitura e possui um dos maiores índices de livrarias per capita da América do Sul. Ao mesmo tempo, a produção de livros vem crescendo, mesmo na era da internet, de acordo com dados da Câmara do Livro.
Segundo a polícia argentina e a Câmara, os exemplares mais copiados são Best Sellers ou livros com público alvo certo.
No fim de semana, a polícia argentina (Gendarmeria) fez a maior apreensão de livros ilegais até hoje no país ao descobrir um depósito, em Buenos Aires, com 130 mil livros falsos, cotados em cerca de 11 milhões de pesos (cerca de R$ 5 milhões).
Os livros eram de autores como o colombiano Gabriel García Márquez e o argentino Julio Cortazar, incluindo ainda Minha Luta, de Adollf Hitler, e o modelo, preparado para a impressão, de Mafalda, do cartunista argentino Quino.
As investigações do caso vão continuar, já que ainda não foi localizada a gráfica onde estes livros foram feitos.
No ano passado, após denúncia da Câmara Chilena do Livro, a polícia do país apreendeu 2 mil livros prontos para serem distribuídos no mercado e 30 mil preparados para serem impressos numa gráfica clandestina de Santiago.
Eram exemplares de livros de Isabel Allende e de Jorge Edwards, entre outros mais vendidos no país e no exterior.