21 de set. de 2011

O lado errado da Bienal


Eu estou quase obsoleta no assunto, eu sei! Mas tentem ficar 15 dias longe da sua mesa de trabalho e vejam o quanto é difícil colocá-la - e toda sua vida - em ordem depois! rs!

Ok, depois das desculpinhas esfarrapadas, cheias de #mimimi pela demora do post, gostaria, antes de mais nada, de justificá-lo. Primeiro para vocês não me acharem uma louca incoerente, já que fiz um post toda apaixonadinha pela Bienal na semana passada (que se você ainda não leu, clique AQUI e corrija este erro, rsrs!). E, segundo, para deixar bem claro que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e, portanto, achar que não posso mais viver sem a Bienal do Livro não significa que tenha sido feliz e sorridente durante os 10 dias de feira. E muito pelo contrário, já que a organização do evento não colaborou em nada para momentos felizes. 

É justamente sobre isso que este post fala! Vamos ao top 5? E por favor, se esqueci de algo, não deixem de me corrigir! 

  1. BANHEIROS - Bom, obviamente que eu só posso falar do feminino e olha... NOJO é pouco para definir aquele ambiente. Sujo, imundo! Papéis jogados no chão, privadas encardidas, descargas não dadas. Literalmente, uma merda. Fora que nos dias de lotação nos stands, as filas para uso dos banheiros eram quase uma piada pronta: ultrapassavam os 40 minutos. HAHAHAHA - viu? eu avisei: piada pronta! Tipo, OI! Eu estou aqui TRABALHANDO. Vc acha mesmo que eu tenho mais de 40 minutos para ficar numa fila para fazer xixi e ainda nem ter papel para me limpar? E se eu não posso, imagine só os promotores contratados, que só têm 30 minutos de lanche. Estou sendo muito radical, ou é bastante claro que alguém que só tem meia hora de almoço não pode ficar 40 minutos numa fila de banheiro? Ah, podíamos passar o dia sem fazer xixi... É mesmo! Desculpem, tinha me esquecido desta opção... 
  2. ALIMENTAÇÃO - Calma, será que posso chamar aquilo de alimentação mesmo? Porque né, gente... Vamos combinar! Dentre as opções menos trashs, estava a Batata no Cone. E não que eu não seja fã de batata frita, mas é que almoçar e jantar isso não me parecia muito saudável. Tudo bem, eu podia comer o pedaço de pizza de R$8,00 que era tão fino, que era cortado com tesoura sem ponta (aquela que as criancinhas levam pra pré-escola, sabe? Então...). E não, eu não estou exagerando. Outras opções também eram crepe, pastel, churros, foundue de chocolate, favo e... argh, meu estômago, meu fígado, meu peso!! Sim, havia o famoso "bandeijão", que fui muito astuta em passar longe, acreditem! Mas, né? quem precisa mesmo dessa coisa de comer direito? 
  3. PREÇOS ABUSIVOS - Eu fico me perguntando quando é que o Brasil vai aprender a fazer um evento cultural que seja acessível a todos os brasileiros? Porque uma Bienal no Riocentro não é mesmo! Primeiro, porque o acesso ao espaço é difícil! Não tem metrô na região e a Barra/Recreio é longe de quase tudo no Rio. E aquela história de táxi no Rio é barato virou coisa do passado. Depois, o ingresso custava R$ 12,00 (inteira). O estacionamento, mais caro que o ingresso (oi?) custou R$ 15,00. Daí imaginem a cena: um casal leva os dois filhos para passear na Bienal do Livro. Até o momento já foram R$51,00. Aí um filho quer pipoca, o outro refrigerante, não podem deixar de tomar um café e... ah sim! Por que não comprar um livro, não é mesmo? Façam as contas e reflitam: por que será que o público tem diminuído ano a ano na Bienal? 
  4. A FALTA DE RESPEITO COM O EXPOSITOR - Tantos anos de Bienal e será que ninguém nunca pensou que o expositor precisa de um espaço para sair um pouco do seu stand, onde passa tantas horas? A última Bienal tinha a (santa) sala de imprensa, que no dia mais louco da Bienal, com milhares de visitantes e filas em todos os lugares (banheiros, lanchonetes...); justo neste dia, fechou as portas para os expositores e só permitia a entrada da própria imprensa. Alguém mais me viu fazendo um escândalo na porta? Porque eu fiz, até me deixarem entrar. Mas será que era mesmo necessário causar este stress? Eu sou a favor de uma sala do expositor, com café, água, ar condicionado, sofás, computadores, impressoras, internet e tudo mais o que tem direito. Porque é o mínimo que podem oferecer para pessoas que, assim como eu, entravam no pavilhão às 09hs e só saiam às 22:30hs. Isso sem falar na palhaçada da "famosa" festa do SNEL. Alguém me explica como é possível o Sindicato Nacional de Editores e Livreiros fazer uma superfesta no meio da Bienal Internacional do Livro e NÃO convidar TODOS os expositores? Porque eu achei isso um absurdo! (Para quem achar que estou sentida pq não fui convidada, ledo engano: não fui porque não quis, convite eu tinha). Pelas editoras convidadas e as não-cnovidadas, ficou bem claro o grau de politicagem na hora da escolha dos convidados. No fim das contas, o órgão responsável por tentar fazer o mercado ter um equilíbrio entre o grande e o pequeno, e que deveria olhar para o interesse de todos, simplesmente entrou no jogo e selecionou de maneira bastante duvidosa seus convidados. Achei que ficou feio e foi desnecessário: ou convida todo mundo, ou não convida ninguém. Que tal?
  5. A FALTA DE ESTRUTURA DO EVENTO - Pessoal, vocês têm certeza de que o Brasil vai ser sede de qualquer evento mundial importante? Porque o Riocentro não conseguiu suportar nem um dia de lotação máxima na Bienal do Livro. Pessoas desmaiando nos corredores por conta do calor, sistema de cartão de crédito da Cielo que despencou e fez todas as editoras perderem muitas vendas no melhor dia de público, filas já comentadas acima... Fiquei assustada com a incapacidade de estruturar algo nem tão grandioso assim. 
Bom, assim sendo, deixo aqui meu registro de insatisfação com a Bienal. E espero, de verdade, que essas coisas melhores a cada ano. Porque a Bienal é um bem dos editores, livreiros e, principalmente, do povo brasileiro.

8 comentários :

  1. Oie...eu não fui na Bienal porque moro longe (RS) e estava sem dimdim. Já li tantoooss posts falando dos pontos positivos que, para mim que não foi, a Bienal foi a perfeição de Evento. Achei superr interessante alguém falar dos pontos negativos. Não como forma de esculaxar o evento, mas sim para que as próximas edições sejam melhores com base nos pontos negativos desse ano. Infelizmente eu como brasileira, desacredito em mudanças drásticas (queria eu estar enganada). O Brasil , o brasileiro pensa grande, mas age de forma contrária...

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  2. Oi Talita!!!É o primeiro post que leio focado nos pontos negativos, e diga-se de passagem, o que mais gostei!!!! É PURA INVEJA, JÁ QUE NÃO FUI À BIENAL!!!!
    Bom, aqui na minha cidade (São José do Rio Preto), tem uma mini bienal, e sofremos com as mesmas coisas. Aqui ela é realizada em uma velha fábrica inglesa de oleo inglesa, tombada pelo patrimonio da cidade, é um calor, lotada, tudo quanto é cidade do interior vem visitar, sabe aqueles ventiladores que tem aquela nécoa com água? É isso que referesca!!!! Mas sbabe que eu peguei um banheiro limpinho!!!!!
    BJOS!!!
    Fabi!!
    Um romance, um sonho...

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  3. AHHHH amiga, tenho que concordar com você em gênero, nro e grau!!! Realmenta eu AMEI poder ter saído aqui do RS e ido à Bienal...principalmente porque conheci você pessoalmente!! Mas realmente a organização deixou muito a desejar...no sábado dia 10 então...estava o inferno na terra!! Um calor do cão...os banheiros podres e lotados...a praça de alimentação sem nenhuma estrutura para comportar tanta gente e os preços eram realmente um assalto!!!

    Mesmo assim, na Bienal de SP do ano que vem nos veremos lá! heheheheeh

    Beijos!

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  4. Concordo em gênero, número e grau!
    Achei um verdadeiro absurdo o sistema desde a entrada na Bienal.
    O sistema de credenciamento não funcionou no 1º dia! Se eu n tivesse comprado os ingressos pela internet n teria condições, fora que a organização queria que os compradores da internet utilizassem a mesma fila dos compradores daquela hora! UM ABSURDO!
    Quem hoje em dia compra com dinheiro vivo?
    Alguém pode me dizer?
    Pq eu n sou louca de andar com dinheiro alto na bolsa!
    Pelo amor... o sistema de cartão de crédito era um horror! Só depois foi melhorar!
    E a alimentação, putz eu sou do MA fiquei super traumatizada! Sò lanche e lanche... sendo que um lanche muito do estranho... Passei mal e voltei verde! Nunca mais quero ver um hambúrguer na minha frente! #fato. E os valores do transporte? POr isso o País está do jeito que está! Quem tem salário apertado que vai comprar uma passagem de quase 20,00 ida e volta pra ir na bienal? Simplesmente triste! Não vou nem entrar no fato dos banheiros pq... a Talita escreveu muito bem!
    Um evento que poderia ter sido de outra forma e foi assim!

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  5. Ah...
    Próximo ano vou na de SP pra ver se é melhor!

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  6. Totalmente de acordo, Talita. Infra-estrutura e hospitalidade não são o forte da Bienal do Rio. A cidade abraça o evento, sem dúvida. Prefeitura investe em alunos e professores mas a Fagga ignora detalhes básicos de receber bem quem faz o evento acontecer: os editores e expositores. Muito bem pontuada as reclamações. Evento de massa não é o forte do Rio. Não pros livros.

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  7. Telma Kobori22/09/2011, 14:05

    Muito bom, Talita! Primeira vez que leio algo apontando os erros e descasos da bienal. Parabéns e bora divulgar este post!!

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  8. Talita, assim como você, também sou apaixonada por Bienais do Livro desde criancinha, quando voltava pra casa eufórica com sacolas cheias de livros que custavam menos de R$ 5 em excursões escolares. rs

    Já como expositora, minha primeira Bienal foi a do ano passado, em SP, e me solidarizo com você: enfrentamos os mesmíssimos problemas na estrutura aqui em SP também! ;)

    Praça de alimentação péssima e com preços altíssimos - minha alimentação consistiu basicamente em batata no cone! rs -, pessoal da montagem meio perdido em relação às normas da Bienal...

    E, como não podia deixar de ser, poucos banheiros, lotados e sujos! rs A diferença é que, aqui em SP, nós (expositores) não precisávamos pegar fila: tínhamos algumas cabines exclusivas! \o/

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