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30 de jan. de 2012

Afinal, quantos livros estão sendo vendidos?



Há dias estou adiando comentar o assunto da matéria publicada na Folha de S. Paulo, sobre a análise financeira do setor livreiro, que não é clara.

A matéria aponta as várias falhas do nosso mercado na hora de apurar os reais números de vendas de livros no país.

Vale a pena comentar que já estava mais que na hora de alguém, com o mínimo de bom senso, tomar as rédeas da situação. E se ninguém do mercado interno era capaz de fazer isso, então, as empresas estrangeiras são muito bem-vindas!

Para quem não sabe, até o presente momento, os números divulgados nas listas de mais vendidos, incluindo as principais, como Veja e Publishnews, são baseadas apenas na palavra das livrarias: essa semana vendemos tanto disso, tanto daquilo e um tantinho daquele outro.

E assim vem sendo há anos: o mercado editorial inteiro se constrói a partir dessas listas e em busca de ultrapassar os números nelas divulgados, sem a menor responsabilidade de se averiguar se determinadas informações são válidas ou não. Não há nenhuma instituição de mereça credibilidade no setor de pesquisas por trás destes números divulgados: eles falam e nós acreditamos.

O Brasil é a bola da vez. E não dá mais para levar o negócio do livro, que atingiu dimensões gigantescas, de maneira amadora.

Me espantou a demora para que as empresas estrangeiras despertassem interesse em averiguar os números reais do nosso mercado. E assim surgiu o interesse da Nielsen e GfK, duas das maiores empresas de pesquisas do mercado do mundo, que planejam começar a medir as vendas de livros no Brasil ainda neste ano.

Por isso, vamos acompanhar a nova análise do setor, desejando ter resultados de fontes de pesquisas mais sérias e profissionais.

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Mais vendidos?

Gigantes globais em pesquisa de mercado querem medir vendas de livros no Brasil em 2012; dados imprecisos prejudicam expansão do setor
PATRÍCIA CAMPOS MELLO

RAQUEL COZER
DE SÃO PAULO
A Nielsen e a GfK, duas das maiores empresas de pesquisas de mercado do mundo, planejam começar a medir as vendas de livros no Brasil ainda neste ano.
Hoje, o mercado brasileiro não é aferido de forma confiável por nenhum instituto do gênero e depende de dados de editoras e livrarias, que nem sempre informam os números verdadeiros.
Num momento em que o mercado editorial brasileiro chama a atenção internacionalmente-a exemplo da aquisição de 45% da Companhia das Letras pelo grupo britânico Penguin-, a falta de dados concretos prejudica decisões editoriais e interfere em seu crescimento.
"Hoje, o processo é impreciso e lento. Só sabemos números de vendas pelas livrarias de forma aproximada", diz Roberto Feith, vice-presidente do Snel (sindicato dos editores) e diretor presidente da editora Objetiva.
"Com a Nielsen, teremos em tempo real a venda por título, o que ajudará a evitar a falta de livros nas lojas e o desperdício de tiragens", diz.
REFERÊNCIA
A empresa americana trabalha para trazer ao Brasil o BookScan, sistema que é referência nos Estados Unidos e no qual se baseiam listas de best-sellers conceituadas como a do "New York Times".
Há três anos, segundo Feith, o Snel pediu à Nielsen um serviço similar ao prestado a editoras e livrarias espanholas. Na época, a empresa informou que não poderia oferecer o serviço aqui.
No fim do ano passado, a empresa americana procurou o sindicato com um esboço de projeto, que deve ser apresentado com detalhes até o final deste mês.
"Já temos o interesse das editoras. Agora analisamos os custos internos. O projeto deve ir para a frente neste ano", disse à Folha uma fonte da Nielsen. A empresa ainda não contatou livrarias -justo o braço do mercado que pode fornecer os principais dados para as análises.
Já a alemã GfK, presente em mais de cem países, afirma estar em "fase bastante avançada" nesse ponto. "Já temos parceria com vários varejistas. Em 2012, começaremos a aferir o mercado de livros no Brasil", disse à Folha José Guedes, presidente da GfK no Brasil.
Uma das lojas parceiras é a Livraria Cultura, que já trabalha com a GfK nas áreas de games e música. A Nielsen também já atua em outros segmentos no país.


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Análise financeira do setor não é clara

Regime de consignação mantido entre editoras e livrarias dificulta aferição de dados sobre vendas de livros no país


Pesquisa de produção e vendas do mercado editorial, realizada pela Fipe, tem participação de 141 de 498 editoras
DE SÃO PAULO


Um dos fatores que dificultam a aferição de números do mercado editorial brasileiro é o regime de consignação com o qual a maior parte das livrarias do país trabalha.
As lojas recebem livros das editoras sem pagar por eles. Só pagam pelas cópias que forem comercializadas ao cliente; a sobra volta, meses depois, para a editora.
Segundo Fábio Sá Earp, economista da UFRJ que há anos acompanha a evolução do mercado editorial, muitas livrarias demoram a notificar as editoras das vendas, de forma a adiar o pagamento e manter mais capital de giro.
O resultado é que, com frequência, a própria editora não sabe o quanto vendeu.
Como não há no Brasil uma aferição de vendas no ato da compra, como a que a Nielsen e a GfK planejam trazer, são as editoras, nem sempre bem informadas, que fornecem dados da pesquisa anual do setor.
Divulgada sempre no meio do ano, a Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial, elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), também depende da boa vontade dos pesquisados.
A Fipe envia questionários eletrônicos às editoras, que fornecem as informações. É difícil garantir a exatidão dos dados. Nenhuma editora tem capital aberto no país, ou seja, elas não têm obrigação de divulgar esses números.
E grande parte delas não responde aos questionários. De 498 editoras do país que atendem aos critérios da Unesco (edição de pelo menos cinco títulos por ano e produção de ao menos 5.000 cópias), só 141 responderam o questionário de 2010.
Os números que saem daí são, portanto, imprecisos, apesar dos cuidados da Fipe.
Segundo a estimativa, as editoras faturaram R$ 4,505 bilhões em 2010, um crescimento de 2,63% em relação a 2009. No total, foram publicados 55 mil títulos novos ou reeditados -uma média de 150 títulos por dia.
"O levantamento da Fipe tem uma restrição fundamental: as editoras têm medo de que os concorrentes tenham acesso aos dados que passam, e acabam omitindo muita coisa", diz Sá Earp. "Ainda não temos uma análise financeira clara do setor."
Nos EUA, era a mesma coisa até a Nielsen lançar o BookScan, em 2001. Antes, a lista de best-sellers do "New York Times", por exemplo, era feita sem os números totais de vendas de cada título. O jornal fazia uma pesquisa por amostragem, em centenas de livrarias, e publicava o ranking sem números totais -tal como é hoje no Brasil.
Hoje, a Nielsen consegue aferir nos EUA números correspondentes a 75% das vendas em livrarias. As listas publicadas no Brasil, como a do site especializado Publishnews, incluem dados de lojas cujas vendas correspondem a 35% da comercialização em livrarias no país.

29 de nov. de 2010

ANJOS QUE AMAM

E depois das ondas de bruxos e vampiresca lideradas por HARRY POTTER e pela saga CREPÚSCULO, respectivamente, agora é a vez dos ANJOS roubarem os corações e nos levarem ao sonho dos amores impossíveis!
Eu mesma fui relutante ao ler SUSSURRO, da Intrínseca, porque achava que seria uma cópia barata de Crepúsculo. A essência é a mesma, mas demorou apenas alguns capítulos para que o PATCH se tornasse o meu novo EDWARD. Bom? Mau? Misterioso. É isso que prende. É isso que atiça. É isso que encanta. É isso que apaixona.

Ontem mesmo me rendi aos encantos de HALO, da Agir. E nem bem comecei a ler o livro, já não consigo mais parar. Os anjos me consquistaram com a mesma intensidade que os vampiros e os bruxos já tinham feito.

Talvez meu ex-chefe tenha razão: sou uma eterna romântica, adoradora dos amores impossíveis... Mas para mim é isso: não importa a viabilidade do amor se concretizar, desde que seja verdadeiro e intenso. É disso que o mundo precisa e é por isso que o sucesso dessas obras é enorme: as pessoas (eu, você e todos nós) se agarram naquilo que não se vê mais hoje em dia.

Eu já fiz um POST aqui, sobre já ser adulta e ainda esperar o meu Edward. Mas o que vale aqui não é o personagem em si, mas tudo que ele representa: o heroi que o mundo não tem, o amor verdadeiro que falta na humanidade.

Os anjos são a nova moda dos livros chamados Young Adults. Mas esses modismos todos deixam clara a maior deficiência entre nós: o vazio de sentimento que é preenchido por esses amores impossíveis. O mais impressionante é que Shakespeare já havia cantado essa bola, com Romeu & Julieta, mesmo que o amor fosse entre um casal humano, ainda assim, impossível. Será que é mesmo tão difícil lutar por um sentimento verdadeiro e ser feliz ao lado de quem se ama, independente de quem seja ou como seja?

Modismos ou não, ficção ou realidade, todos esses livros trazem à tona a temática do diferente, do especial, do impossível, do julgado erroneamente pelo próximo, do preconceito aos diferentes, do questionamento do lugar comum. E isso é uma maneira de fazer os Young Adults refletirem, mesmo que inconscientemente, sobre essas questões que são dificuldades do dia a dia da nossa sociedade. Quem foi que disse que esses livros não têm conteúdo? Creio que eles agregam muito mais valores do que muitos autores ditos conceituados, de uma maneira muito mais próxima da reliadade de seu público alvo.

Então, eu pergunto: qual é o problema de você também se render aos encantos dos bruxos, vampiros e anjos? Apaixone-se pelo impossível você também!!







DICA DE LEITURA!

O site da revista VEJA dessa semana trouxe um resumão sobre os anjos que estão conquistando os coraçõezinhos por aí!
Dê só uma olhada!


Na literatura, os anjos são vários, mas são todos humanos
Maria Carolina Maia
Os livros sobre anjos não são iguais. Em alguns, eles são melhores do que em outros – aqueles em que são caídos e enfrentam dilemas éticos e existenciais. Em algumas histórias, eles vivem aventuras cheias de ação e suspense. Em outras, vêm à terra conhecer ou ajudar pessoas e acabam se apaixonando. Se há algo em comum entre eles, além das asas, é com certeza o caráter humano que carregam em todas as páginas. “A febre de anjos na literatura se manifesta em livros diferentes, mas com um elemento em comum: a tendência a apresentá-los como criaturas mais próximas do ser humano do que da visão arquetípica do anjo da guarda”, diz Roberto Feih, diretor-presidente da editora Objetiva, que lançou no país, em outubro, Angeologia (456 páginas, 49,90 reais), romance construído sobre antigos mitos em que anjos são capazes de ter sexualidade e realizar atos cruéis. Para Feith, é justamente essa forma de tratar os seres de asas que faz deles personagens atraentes aos leitores. E que os transforma em best-sellers.
Confira, abaixo, alguns dos livros que alimentam o boom dos anjos no mercado editorial.

Halo, de Alexandra Adornetto
Série sobre três anjos que vêm à terra disfarçados de três irmãos órfãos: Gabriel, Ivy e Bethany (Beth), que é a narradora da história. Adolescente, ela passa a frequentar a escola onde Gabriel dá aula – Ivy irá trabalhar numa instituição de caridade. Lá, faz amigos e chega a tomar um porre, além de descobrir sentimentos humanos como o amor. Inexperiente, passa a se perguntar como pode se apaixonar por um mero sorriso – no caso, o do estudante Xavier, o capitão do time de futebol, que já enterrou uma namorada. Os dois vão viver um romance no estilo virginal de Sthepenie Meyer – os anjos não fazem sexo, embora sintam desejo.

Fallen, de Lauren Kate
Saga sobre Lucinda (Luce), uma garota de 17 anos que se apaixona por Daniel Grigori, um anjo caído do céu – daí o título, que em inglês significa “caído”. Luce conhece Daniel no reformatório Sword & Cross, aonde aporta após a morte do namorado em um incêndio envolto por mistérios. A atração é recíproca, mas uma série de acontecimentos, incluindo a morte da adolescente, vai obstaculizar a relação. Que, na realidade, já vem enfrentando desafios há milhares de anos: Luce e Daniel são amantes que se encontram e se desencontram vida após vida. Romantismo puro.

Hush Hush, de Becca Fitzpatrick
Nora Grey, uma bem comportada estudante do ensino médio, se encanta pelo bad boy da escola, Patch Cipriano, que parece ter poderes mágicos: ele desponta em toda parte por onde ela passa e sabe tudo a seu respeito. Não é mágica, claro. Ele é um anjo caído que irá envolvê-la não apenas em um romance, mas também na luta eterna dos anjos versus nefilins, seres imortais nascidos da relação entre anjos e humanos. E que irá obrigá-la a uma difícil decisão, capaz de colocar em risco a sua vida.


Tempo dos Anjos, de Anne Rice
Estreia da consagrada autora de Entrevista com o Vampiro no campo dos anjos, o romance, primeiro de uma trilogia, conta a história de Toby O'Dare, um assassino de aluguel que recebe a visita de um anjo e, com ela, a oportunidade de se redimir de seus pecados. O'Dare é enviado à Inglaterra do século XIII com a tarefa de ajudar um casal de judeus acusado de matar a própria filha. A partir daí, se desenrola uma trama de suspense marcada por reflexões na linha da literatura angelical, em que bem e mal se opõem e se enfrentam e fé e razão convivem num embate.


Beijada por um Anjo, de Elizabeth Chandler
Embora também permeada por um romantismo das antigas, a saga tem sexo – mas um sexo feito por amor, não ditado pelo desejo carnal. Ivy e Tristan se conhecem na escola, ele é o popular do colégio e ela é a garota nova do pedaço. Campeão de natação, ele a ajuda a superar o medo que sente da água, por conta de um trauma da infância – quando criança, ela se afogou e foi salva, acredita, por um anjo. A fé de Ivy em anjos, no entanto, esmorece quando Tristan morre, porque ela pede ajuda para salvá-lo e não é atendida. Já ele, que não acreditava em anjos, se torna um.

21 de set. de 2010

[Novidade no ar] Finalmente uma lista dos livros mais vendidos no Brasil!

A newsletter de hoje do PublishNews trouxe uma novidade e tanto para o mercado editorial: finalmente a Revista Veja não será mais a detentora da relação dos livros mais vendidos no país, pois eles também começaram a divulgar essa relação, só que muito mais completa e transparente. 




As novas listas divulgam o número total apurado de exemplares vendidos, sem - é claro - apontar os números de cada livraria, que são absolutamente sigilosos, mas apenas o total. Também é importante deixar claro que estes números representam apenas a soma de nossa amostra, e estão longe do número total vendido de cada obra no mercado como um todo. Ainda assim, a exposição destes números permite que se conheça a distância entre cada colocado, como em uma corrida de F1. Agora, por exemplo, é possível ter uma idéia de quanto o livro que está em primeiro lugar está vendendo mais que o segundo colocado. Vejamos a lista de ficção. O primeiro colocado é Querido John (Novo Conceito), de Nicholas Sparks, com 3485 exemplares apurados. Em segundo lugar, o veterano A Cabana (Sextante), aparece com 2709. Na lanterna, em 20º lugar, está Para sempre (Intrínseca), de Alyson Noel, com “parcos” 358 exemplares na semana.
 
A terceira novidade é o Ranking de Editoras. Muitas editoras costumam analisar a lista da VEJA toda semana, somando os títulos que publicam que aparecem no rol da revista mais lida do país. Agora não será mais necessário. Toda sexta-feira, a partir desta semana, será possível acessar o Ranking de Editoras, onde as mesmas, classificadas por grupo e selo, são ordenadas em função do número de obras que emplacaram na lista. 
 
Com certeza, as listas do PublishNews já são minhas mais novas fontes de consultas do mercado livreiro, pois são as mais completas e transparentes do país. Obrigada, PublishNews, por esse respeito conosco e parabéns pelo belíssimo trabalho!

Clique aqui para conhecer as listas completas!