Matéria publicada no PublishNews desta sexta-feira, 27 de agosto, revela que a média de gastos do público da Bienal foi de R$ 66,00 por pessoa e que 80% dos visitantes ainda compram livros, gerando uma venda total de quase 50 milhões de reais. Veja matéria na íntegra abaixo.
A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo movimentou cerca de R$ 49,3 milhões com vendas de livros, conforme levantamento do Datafolha. A pesquisa mostrou que 80% das pessoas que foram à feira compraram livros. Se dividido o faturamento pelo número de visitantes, fechado em 743 mil, daria uma média simples de R$ 66,35 por pessoa. Desse total, 288 mil eram crianças, o que elevaria a média adulta. Tanto que o instituto de pesquisa aponta um valor médio de R$ 90 quando considerado apenas o público maior de 14 anos que efetivamente comprou livros. O número de visitantes superou em 6,1% a estimativa inicial da organização do evento, que era de 700 mil visitantes.
Segundo o que o PublishNews pode apurar, as editoras não tiveram muito do que reclamar este ano. Comparando com 2008, a Cosac Naify aumentou em 100% sua participação. Seu livro mais vendido foi Grandes maravilhas do mundo, que teve preço promocional para atender principalmente os alunos da rede municipal de ensino. A participação de Benjamin Moser no Salão de Ideias também ajudou na venda de Clarice.
Para a Melhoramentos, o resultado deste ano foi o melhor de todas as bienais e feiras de que já participou e superou em 40% o resultado conquistado na última Bienal de São Paulo e em 100% o da Bienal do Rio de Janeiro do ano passado. Ziraldo, um dos campeões de público, vendeu 2 mil exemplares. A editora também aproveitou para fechar alguns negócios e, somando isso às vendas, faturou R$ 2 milhões. Para esta edição, levou 40 lançamentos.
No estande da Senac Editoras, o aumento das vendas foi de 55%. O faturamento ficou em R$ 230 mil, maior do que a expectativa inicial de 10% de crescimento, e também ultrapassou as vendas da Bienal do Rio de 2009. Houve ainda aumento de 50% na quantidade de exemplares vendidos, em comparação com 2008 e 2009. Mas o que chama a atenção, mais do que aumento do faturamento, foram os negócios feitos nos 10 dias da feira que é tradicionalmente conhecida como um evento voltado ao público, e não ao mercado. O resultado da intensa presença de livreiros e outros parceiros é comprovado pelo valor de R$ 400 mil em negócios fechados.
Já a Imprensa Oficial registrou um aumento de 60% no faturamento. No estande do Grupo Record, livros de Isabel Allende foram os mais vendidos entre os títulos da Bertrand (150 exemplares). Na Flip, os resultados foram ainda melhores. Entre todos os escritores que estiveram em Paraty, ela foi disparada a que mais vendeu – foram 700 exemplares. Mas o campeão do estande foi A batalha do Apocalipse, de Eduardo Spoh, que saiu pela Verus e vendeu mais de 900 exemplares na feira. Na Intrínseca, O último Olimpiano, lançado dois dias antes do início da feira, foi o mais vendido.
Programação cultural
A pesquisa da Datafolha também apontou que 22% dos entrevistados participaram das programações culturais. Segundo a empresa, os espaços mais lembrados foram: o Fábulas com a Turma da Mônica (6%), o Espaço Digital Submarino (6%), o Espaço Digital Imprensa Oficial (6%) e a Exposição Monteiro Lobato (6%), Salão de Ideias (5%), O livro é uma viagem (4%); Arena Sesc (3%), Cozinhando com palavras (2%), Palco Literário (2%), Espaço do Professor (2%), Exploração Discovery Kids (2%), Biblioteca do Bebê (1%), Espaço da Lusofonia (1%), Estande da Fundação Volkswagen (1%) e Território Livre (1%).
Com base nesses dados, a Câmara Brasileira do Livro e a Reed Exhibitions Alcantara Machado concluíram que investir R$ 1,5 milhão nas atrações culturais foi um dos fatores que garantiram o sucesso de resultados. No total, mais de 260 mil pessoas participaram dos debates e palestras da programação oficial.
Organização
De acordo com o levantamento do Datafolha, 95% dos entrevistados disseram pretender voltar à Bienal do Livro em suas próximas edições (apenas 2% dos pesquisados responderam não ter a intenção de voltar à feira). De modo geral, a feira foi considerada ótima ou boa por 93% dos entrevistados, com 5% a avaliando como regular, e apenas 1% a classificando como ruim ou péssima (1% não respondeu).
Sobre a organização, 76% a apontaram como ótima ou boa; 21% a indicaram como regular; e 3% a qualificaram como ruim ou péssima. Já em relação à avaliação do trabalho dos expositores, 95% consideraram ótima e com boa a variedade de livros disponíveis.
Sucesso de um lado, reclamação de outros
A alta frequência de visitantes justifica o principal descontentamento deles. Em resposta à pergunta "O que menos gostou nesta Bienal do Livro?", 30% dos ouvidos se queixaram da lotação e das filas; 21% reclamaram da falta de estrutura/organização; e 19% consideraram altos os preços dos produtos disponíveis na feira, entre outros pontos.
Em relação à praça de alimentação, 32% a avaliaram como ótima ou boa; 26%, como regular; e 18%, como ruim ou péssima (24% não opinaram). A organização do evento disse que reconhece a necessidade de melhorar os acessos ao evento, os espaços para circulação do público, dinamizar o sistema de transporte gratuito entre o metrô e o Anhembi e ampliar a área da praça de alimentação.
Quem respondeu
A pesquisa do Datafolha contratada pelos organizadores ouviu 744 visitantes com mais de 14 anos. A maioria do público era formada por mulheres (58%) com predominância de um público jovem (33% com até 25 anos; 33% de 26 a 40 anos; 25% de 41 a 55 anos; e 8% de pessoas com 56 ou mais anos). A renda variava de 3 a 5 salários mínimos (20%), 5 a 10 (27%), 10 a 20 (23%). Quanto à escolaridade, 74% possuíam ensino superior; 23%, ensino médio; e 3%, ensino fundamental.
O grupo profissional mais presente ao evento era formado por professores/educadores (20%), seguido por comerciantes, funcionários públicos e advogados (3% cada um). Mais da metade dos visitantes era da cidade de São Paulo (58%) e 5% vieram de outros Estados para visitar a feira.
Entre os entrevistados, 38% realizavam sua primeira visita a uma Bienal do Livro de São Paulo. E, para a maior parte das pessoas ouvidas (43%), a busca por conhecimento, cultura e o gosto pela leitura fazem da Bienal um evento importante. Já 39% valorizaram a oportunidade de atualizar-se com novidades e lançamentos do mercado e 27% consideravam importante a facilidade de encontrar livros.
A cobertura da 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo pelo PublishNews tem o apoio da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
Adoramos o post, Talita, você como sempre arrasa quando escreve! Um grande beijo, Equipe Dear Book.
ResponderExcluirTalita SEMPRE trazendo notícias interessantes sobre o mundo dos livros. :)
ResponderExcluirObrigada! Só assim pra eu ter acesso a essas matérias :D
:*
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~