31 de mai. de 2011

A festa de 1 ano do Blog da Companhia das Letras

O Blog da Companhia nasceu numa mudança muito grande dentro da própria Companhia das Letras. Antes, a editora seguia a política de que, falar com os leitores era papel da livraria e não da editora. Mas o mundo mudou e as redes sociais tornaram essa relação muito mais próxima. A Companhia não podia ficar de fora. Assim, nasceu o Blog da Companhia, com o principal objetivo de não ser uma página instutucional, mas sim de paroximar leitor, editora e autor.

Na 3a. feira, 24/05/11, o Blog da Companhia comemorou seu primeiro ano de vida. E como não poderia deixar de ser, foi tudo em grande estilo. O evento fez parte de uma série de comemorações dos 25 anos da Companhia das Letras (post futuro, é claro!)

A festa, aberta ao público (sacada sensacional, diga-se de passagem) foi no Espaço Mais, na Vila Madalena, bairro com fama de 'cult', em São Paulo. Num clima extremamente agradável e quase familiar, a Companhia das Letras recebeu seus colunistas,  convidados e visitantes para um debate sobre o papel dos Blogs Literários, cada vez mais presentes no mundo online. Para recepcionar os convidados, a festa teve gosto brasileiro: barquinhas de tapioca, pão de queijo e cerveja; unidos ao bom samba-jazz, davam um tempero especial ao clima de espera. Antes mesmo de o debate começar, era possível perceber a mistura do mundo digital, com o universo literário. Afinal, a timeline do Twitter já estava repleta de posts a respeito do evento.

Nós, os convidados, estávamos em casa! (E tinha como não estar? Foi só aparecer por ali, que a Elisa, editora da Companhia, veio conversar comigo: "Você é a filha do Ivo, né? Você é igual a ele, muito fácil de reconhecer! - Tem como não amar isso? rs!)
 

A melhor parte do evento foi dar cara a esses colunistas do Blog da Companhia, pessoas que acompanho semanalmente, e de quem já sou capaz de identificar os textos, as caracteríticas de escrita e com quem já crio alguma relação ainda não especificada. O fato é que, de uma maneira ou de outra, esses colunistas fazem parte do meu dia a dia, da minha semana e do meu universo de blogueira e literário.

Público assistindo o debate sobre Blogs Literários.


Estavam ali presentes o André Conti (que era também o mediador do debate), a Carol Bensimon (a @juju_gomes e a @julhama não resistiram à tietagem ao ver a autora sentada ao lado delas, rs), o Erico Assis (que sentou do meu ladinho e eu tive que me controlar), a Júlia Moritz Schwarcz (que quase recebeu um abracinho meu, porque quem é editora das Letrinhas merece muitos abraços), o Luiz Schwarcz (que é o dono da editora e que vocês estão cansados de saber o quanto eu admiro) e o Michel Laub (que também tive que me controlar pra não correr pro abracinho, rs).

Outra coisa que fez esse encontro ser especial, foi a transmissão ao vivo. Isso mesmo, stream em tempo real do debate com os blogueiros literários convidados. E se vc perdeu a festa, pode conferir o vídeo AQUI.

O debate com os blogueiros literários convidados contou com a presença de Raquel Cozer, do blog A biblioteca de Raquel, do Estadão; Sergio Rodrigues, do blog Todo Prosa, da Veja; e Flávio Moura, do blog do Instituto Moreira Sales. Mediada pelo editor da Companhia das Letras, André Conti, a discussão foi desde o fim do livro impreso (ai, de novo! rs), até o papel dos blogs literários na formação de opinião de construção ou não de novos leitores e escritores. A única coisa que deixou um pouco a desejar, foi a prticipação do público: estava cheio de blogueiros por lá e as perguntas foram bem poucas! Uma pena! 

Flavio Moura, Sergio Rodrigues, André Conti e Raquel Cozer


Mas farei um post em breve tratando apenas das questões debatidas, porque vale muito a pena! 

Como tudo que a Companhia das Letras faz, o evento foi impecável. Parabéns à editora e, em especial, à Diana Passy, responsável por este trabalho incrível que a editora faz com suas redes sociais. 


Blogueiros reunidos: @casmurros, @julhama, @juju_gomes, @ta_camargo e @dianapassy


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Veja mais fotos do evento AQUI.

30 de mai. de 2011

Sobre a (não) polêmica dos livros adotados pelo MEC, que (não) ensinam português errado

Há semanas que ouvimos falar sobre a tal "polêmica" do livro didático que o Ministério da Educação e Cultura, o MEC, adotou e que ensina português "errado" às crianças brasileiras. 

E já faz algum tempo que aprendi a desconfiar de todas as manchetes sensacionalistas, principalmente aquelas contra o Governo. E o que vou postar aqui não tem NADA, absolutamente NADA a ver com se gosto ou não das políticas governamentais do PT; se votei ou não na Dilma ou qualquer coisa do gênero. O que este Blog e eu defendemos é totalmente apartidário.


Mas o que REALMENTE aconteceu? 

Dentre tantas críticas e absurdos que escutei por aí, resolvi ir a fundo na pesquisa antes de escrever este post. O que certamente a grande maioria das pessoas não fez antes de sair publicando as grandes bobagens que li por aí. Acho que minha atitude teve muito a ver com o bom senso, não só de jornalista de formação que sou, mas também de ser humano. Durante meu curso de jornalismo na PUC-SP, tive aula de linguística com um professor sensacional chamado Bruno Dallari. E foram essas aulas que me ensinaram sobre a importância e influência do tal PRECONCEITO LINGUÍSTICO. Nessas aulas, os trabalhos eram em campo: tínhamos que entrevistar a população de baixa renda e que não teve acesso aos estudos, e, a partir disso, analisar as variações linguísticas padronizadas que existem na Língua Portuguesa (e pasmem: elas realmente EXISTEM!), e que não podemos simplesmente ignorar porque aprendemos um dia na escola que a norma culta gramatical não é assim e pronto. 

Pra começar, olha bem o tamanho do Brasil. Cada vez que saímos de nossas respectivas cidades, parece que mudamos de universo, não é mesmo? Mesmo nas grandes cidades... Será que ninguém repara nas diferenças da maneira de falar entre paulistas e cariocas, por exemplo? Não precisa ser um grande estudioso da área para enxergar claramente que o Brasil é um país de muitas línguas.

Compartilho com vocês uma excelente explicação que li no blog Escreve Lola, escreva: sobre o caso do livro adotado pelo MEC, chamado Por uma Vida Melhor. Para começo de conversa, o livro não é destinado às crianças. Ele é adotado pelo programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). E, neste livro, há um capítulo denominado “Escrever é diferente de falar”, em que as autoras mostraram as regras de funcionamento de uma variedade coloquial falada do nosso português brasileiro. Ao contrário do que se anda dizendo por aí, o livro NÃO prega, em momento algum, que não se deva ensinar a gramática normativa ou a norma culta. E mais: ensina que por meio da discussão das outras variedades do português é que se contextualiza essa norma culta. 



Logo, o livro adotado pelo MEC NÃO é um absurdo, NÃO quer piorar o nosso ensino, NÃO quer tornar nossos alunos e crianças em seres ignorantes e NÃO faz parte de nenhuma teoria da conspiração absurda criada pela mídia no último mês. O Governo teve o bom senso (o que realmente não é muito comum por aqui, sejamos justos) de inserir o jovem dentro de seu contexto e ensinar a ele que, não é porque alguém fala "nóis vai", que a pessoa está simplesmente errada e merece sofrer preconceito da sociedade.
Se é para seguirmos a linha de raciocínio da imprensa irresponsável, então, alguém por favor, pode mandar o Maurício de Souza dar um fim no Chico Bento e sua turma? A imprensa precisa comunicá-lo de que ele está ensinando as crianças a se comunicarem de maneira incorreta e que é errado os personagens da roça falarem como as pessoas que vivem neste ambiente.



Tudo bem que a oposição existe para criticar o Governo e escancarar os absurdos (que são muitos, não vou negar) feitos pelo mesmo. Mas daí a imprensa comprar uma causa infundada e absurda dessas? É um salto muito grande, não acham? Atenção jornalistas, vou contar um segredo para vocês: a língua muda! UAU! Acostumem-se a isso, ou ficarão presos na ignorância para o resto de suas vidas! Sugestão: mudem com a língua!

E, no Brasil, quem é mesmo que fala errado? Os cariocas, que usam o pronome "Tu" de maneira inadequada; os paulistas, que pedem "dois pastel"; ou os nordestinos, que para nós, sulistas, parecem falar um dialeto particular? E vice-versa, aliás.


Que tal sermos um pouquinho razoáveis e analisarmos os fatos antes mesmo de criticá-los e formarmos as opiniões do resto do país? 



No meio dessa discussão boba, eu fico mesmo com a dica abaixo da querida editora Noele Rossi. E aconselho vocês a fazerem o mesmo...
PRONOMINAIS

"Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro."
(Oswald de Andrade)

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1) Para quem se interessa pelo assunto, recomendo MUITO a leitura do post "Os livro ensina, nóis aprende", no blog Escreve Lola, escreva. Nele, a autora convida o linguista Diego Jiquilin, do blog O que você faz com a sua língua?, que não só explica o fenômeno do Preconceito Linguístico com muito mais propriedade, como também disponibiliza o PDF do capítulo do livro que gerou a polêmica e críticas ao MEC e, é claro, ao governo. 

2) Um exemplo de formação de opinião extremamente tendenciosa e perigosa pela falta de apuracidade e verdade jornalística, foi a crítica feita por Alexandre Garcia no jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo. Assista AQUI.

29 de mai. de 2011

Ranking Geral das Editoras 2011

Em primeiro lugar, peço desculpas a vocês, leitores, pela demora de posts como este. A vida corrida realmente tem me impedido de me dedicar ao Blog, não só como deveria, mas como gostaria. De qualquer maneira, cedo ou tarde, eu sempre atualizo vocês da melhor maneira possível!

Mas chega de blablablas e vamos ao que interessa, rs!

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No dia 19/05/2011, o PublishNews divulgou, em seu blog, o Ranking Geral das Editoras de 2011, no período entre 7/1/2011 a 13/5/2011.

Segue abaixo um print screen com as 15 primeiras editoras (Parabéns a todas!) , mas recomendo (MUITO!) que leiam a matéria na íntegra clicando AQUI, para entender o processo classificatório, os motivos que levaram o PublishNews a fazerem este ranking e, é claro, para ver a lista completa. 



Vale observar como o mercado editorial brasileiro é injusto e curioso em diversos aspectos. A primeira colocada, a Editora Globo, teve apenas 5 títulos na lista, mas vendeu tantos (tipo... tantos MESMO) livros do Padre Marcelo, que lidera sem medo de ser ultrapassada. Já a segunda colocada, a Editora Sextante, teve 38 títulos na lista. Interessante, não? Se analisarmos o restante da lista com atenção, poderemos perceber que este comportamento padrão se repete ao longo de todas as posições. 

Assim, podemos concluir facilmente que, as editoras mais bem colocadas não são, necessariamente, as mais apreciadas pelo público em geral; apenas tiveram a sacada de um bom título best-seller. Como o próprio post do PublishNews é entitulado, há exemplares que fazem toda a diferença.

O mercado editorial brasileiro é cheio de pegadinhas como essa. Não nos deixemos enganar pelas apaências e sejamos críticos na hora de tirarmos conclusões sobre a qualidade das publicações. 

Boa leitura!

27 de mai. de 2011

[Dica de outras boas leituras] Vá ao parque e ganhe um livro


Olhem só que ideia GENIAL:  PARQUE + ÁRVORES  + LIVROS!!

Leiam a matéria abaixo, publicada no PublishNews de hoje, e não deixem de dar uma passadinha no Parque Villa-Lobos em São Paulo, neste domingo, e ler um bom livro entre as árvores! (Aliás, vc poderá levá-lo pra casa, se realmente gostar!)

Vejam só:


PublishNews - 27/05/2011 - Maria Fernanda Rodrigues
Vá então ao Parque Villa-Lobos neste domingo



Quer ganhar um livro?





Fotógrafo(a): Divulgação/Secretaria Meio Ambiente
 

Se você for ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo, neste domingo e encontrar um livro perdido não se desespere e nem saia correndo atrás do dono esquecido. É que a administração do parque criou o projeto Livro de Rua no mês passado e a repercussão foi tanta que decidiram torná-lo permanente. 
Idealizado por Marcelo Guedes, o projeto acontece todo último domingo do mês e funciona como todos os outros de troca de livros: achou, gostou, levou
Agora, se sua pilha de livros por ler está grande e a estante abarrotada, a sugestão é levar alguns exemplares para lá. Assim, os organizadores da ação terão mais opções para deixar pelas espreguiçadeiras e mesas e debaixo das árvores. 
A combinação parque, árvores e livros parece dar certo (quando não chove!). Recentemente, foi inaugurada no Parque da Cidade, em Jacareí, uma caixa-livro. E em Berlim, são os troncos de árvores mortas que abrigam os livros do Book Crossing.

26 de mai. de 2011

[Dica de outras boas leituras] A volta do Blog Livros de Humanas

Há algumas semanas, publiquei o post Sobre o fim do Blog Livro de Humanas, que explicava porque o blog havia sido retirado do ar.

Porém, o Twitter oficial do blog @Livrosdehumanas, divulgou esta semana a volta do blog, com algumas alterações significativas no esquema.



Vale acesser o site AQUI e entender as novas regras.

24 de mai. de 2011

O Blog da Companhia faz 1 ano e quem ganha somos nós!

Dá pra acreditar que o Blog da Companhia já está completando seu primeiro aniversário??
Parece que foi ontem que eu descobri esse paraíso tão bem cuidado pela Diana Passy.

E para celebrar, nada melhor que um pouco de blog fora das telas, né?



Para meiores informações, acessem:
http://www.blogdacompanhia.com.br/2011/05/um-ano-de-blog-da-companhia/


Eu vou!!!!! Depois conto pra vcs, tá??

P.S: Em breve, terá post sobre as comemorações de 25 anos da Companhia das Letras. É festa que não acaba mais!!!

22 de mai. de 2011

Tem cheiro de... Livro!



Apaixonado por livros (como todos nós por aqui, rs!), o estilista Karl Lagerfeld está trabalhando na criação de uma nova fragância que ganhará o nome de PAPER PASSION (ahazou!!!).





Como o próprio nome diz, o perfume vai cheirar a papel e pode ser uma boa pedida para aqueles que ainda têm medo de um futuro com mais livros digitais (tão sem cheiro, pobrezinhos...) do que impressos.

A editora escolhida para lançar o novo produto foi a Steidl e ele será vendido dentro de um livro de capa dura cujas páginas foram “escavadas” para acondicionar melhor o frasco.

É... parece que agora não tem mais desculpa para não aceitarmos a invasão dos e-books em nosso dia a dia, né?!


Fonte: PublishNews

18 de mai. de 2011

A Torre de Babel de Livros

 Há algumas semanas, comentei por aqui que Buenos Aires era a Capital Mundial do Livro, lembram? E com certeza a capital argentina não recebeu o título à tôa!


Na semana passada foi inaugurada uma TORRE DE BABEL, construída com nada menos que 30 MIL LIVROS de todo o mundo! UAU, né?!








A obra de arte foi construída pela artista Marta Minujín, está exposta na Plaza San Martín,  até sexta-feira 27/05/2011, e faz parte das atividades para a designação de Buenos Aires como a Capital Mundial do Livro 2011.


A torre é uma obra de arte urbana e efêmera de 28 metros de altura e cerca de oito andares. É feito com livros de 54 países como a Arábia Saudita, Cuba, China, Finlândia, Japão e Síria. Os 30 mil livros que foram doados por vizinhos e embaixadas estão localizadas em painéis de metal, formando a torre em espiral iluminada e protegida por sacos de plástico.
 

No último dia de exposição, 27/05, os visitantes podem fazer um livro. Segundo a artista Minujín, "com a sobra de livros será construída uma Biblioteca de Babel de cópias em vários idiomas e dialetos, que será para sempre como uma forma de divulgar a criatividade e a cultura de todos os povos do mundo".

"A Torre de Babel de Livros visa unificar  
todas as raças por meio do livro."
(Marta Minujín)






Ai que vontade de dar aquele pulinho em Buenos Aires, hein?!?


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A visita é dividida em grupos de 100 pessoas. O horário de funcionamento é das 10hs às 22hs, mas o último grupo de visitação pode entrar até às 21hs. 

Para maiores informações, acesse o site oficial: www.capitaldellibro2011.gob.ar 


Fonte: Clarín.com

16 de mai. de 2011

[Dica de outras boas leituras] E-book já é o formato de livro mais rentável dos EUA

Para quem ainda não acredita no potencial dos e-books...

E-book já é o formato de livro mais rentável dos EUA




As vendas de e-books cresceram 202.3% desde fevereiro de 2010, enquanto as dos formatos físicos apresentaram redução. Na categoria de livros adultos, tanto brochura quanto capa dura, a queda foi de 34.4%, chegando a US$ 156,8 milhões em fevereiro passado. Já as de livros infantis teve redução de 16,1%, totalizando US$ 58,5 milhões.

A AAP atribui o bom desempenho dos livros eletrônicos em fevereiro às fortes vendas depois do Natal, quando as milhares de pessoas foram presenteadas com e-readers e tablets.

Em janeiro, a Amazon havia anunciado que, no último trimestre de 2010, vendeu nos EUA mais e-books para seu e-reader Kindle do que brochuras.

A AAP, porém, adverte que seus dados não devem ser tratados como oficiais, já que são enviados voluntariamente pelas editoras, em vez de pelas varejistas.

Fonte: O Globo



14 de mai. de 2011

10 de mai. de 2011

Tornando visível o invisível

Em março, fui convidada para cobrir o concurso promovido pela Getty Images, sobre a Melhor Capa de Livro de 2010 e, conforme prometido na ocasião, finalmente montei um post sobre este elemento fundamental na produção de um livro: a CAPA.

Melhor Capa de Livro 2010 - Escolha do Júri Popular
Muitas pessoas compram produtos pela aparência e os livros não são exceção à regra. Mas, mais do que um objetivo comercial, a capa de um livro é uma obra de arte, que foi elaborada e pensada numa parceria entre editor e designer, com muito trabalho e muito envolvimento de ambos os profissionais. 

Para quem acha que fazer uma capa é como escolher uma roupa, está completamente enganado! Em primeiro lugar, o designer deve estar em sintonia com o editor, com a assistente, com a editora, com o autor e com o tema. Uma vez que essas relações estão seguramente firmadas, é hora de partir para criação, sempre baseada em uma boa pauta (que deve ser orientada pelo editor). E criação é trabalho do designer, cada um com seu estilo, com seu traço, com sua marca. Há quem procure um estilo mais moderno e arrojado, há os vanguardistas, há os que se identifiquem mais com o estilo vintage e retrô. Mas, no fim das contas, o que importa mesmo é o resultado aprovado pelo editor, pois significa que o designer conseguiu atingir seu objetivo: dar uma cara ao livro. 

A capa de um livro é o aperitivo essencial e que faz toda a diferença para a refeição completa. Afinal, eu sinto muito em afirmar isso, mas ninguém sai comprando livros feios por aí. Por isso mesmo, os cuidados nas etapas de criação são fundamentais para o sucesso de um livro no mercado.E o processo criativo não tem regras e nem sistemas. Cada profissional é dono de sua própria arte, desde que esteja trabalhando em parceria com todos os outros envolvidos no livro em questão. O desafio é grande: como explicar um livro inteiro em apenas 14 x 21 cm? Mas uma dica bacana é não se apaixonar pela primeira ideia: forcem-se a serem autocríticos e, acima de tudo, a respeitar as opiniões dos outros profissionais. Acreditem: eles entendem do negócio!

Uma dica bacana aos editores, autores e designers é em relação a NÃO colcoar os personagens nas capas. Inclusive, durante o evento de premiação citado acima, VICTOR BURTON, um dos jurados convidados e capista premiado, contou que essa dica ele aprendeu com o LUIZ SCHWARCZ, editor e proprietário da Companhia das Letras, uma das mais importantes editoras do país. Afinal, se você der uma cara aos protagonistas logo na capa, como é que a literatura vai ajudar o leitor a explorar sua imaginação. 

Um caso clássico desse erro, são os livros que ganharam adaptação para o cinema e, depois de fazerem sucesso nas telinhas, ganham novas versões nas capas, com os atores, principalmente quando são best-sellers ("Crepúsculo" é um exemplo clássico. E por mais que o Robert Pattison seja fofo, ele definitivamente não era o Edward dos meus sonhos). Na minha opinião, fazer isso é quebrar o encanto daquilo que há de mais mágico em ler: construir sua própria imagem da história, só para você, na sua cabeça...Explorar o imaginário é a parte mais encantadora de ler, então, não acho bacana acabar com isso na capa de um livro. (É claro que essa dica não vale para biografias, que já tem personagens definidos e que não precisam ser construídos). 

Capa original de "Crepúsculo", antes do filme.
Capa de "Crepúsculo" depois do lançamento do filme, com os atores.






Uma boa capa de de livro não precisa necessariamente ter um apelo imagético, mas deve sempre ter um bom trabalho tipográfico. Um estudo de cores é também outra dica válida. E atenção: letras grandes não significam maior venda de exemplares. Em muitos casos, os leitores se sentem agredidos inconscientemente. O estudo das capas deve ser bem elaborado e pensado em todos os detalhes. Reforço, mais uma vez, a importância da integração do designer com o editor. Afinal, a literatura é um conjunto de todas essas expressçoes artísticas e não paenas do texto.

Sabemos que o objetivo de uma capa de livro é atrair o leitor para a compra e ajudar o trabalho do livreiro e do editor e, por isso, as capas podem concorrer com os conteúdos dos livros. Mas uma boa capa pode ir além e trazer ao leitor (aquele que ainda não teve contato com o texto interno do livro) o sentimento real do que é o livro, mas sem estragar o prazer da leitura em si.

"CAPA É TORNAR VISÍVEL O INVISÍVEL" 
(Victor Burton)




PS: Se você gosta de capas de livros, uma boa dica de programa é visitar a exposição do estúdio Retina 78, que está rolando na Caza (Rua do Rezende, 52 – Lapa. Rio de Janeiro/RJ). A exposição Embalando Palavras, uma retrospectiva dos últimos 10 anos do escritório de design Retina 78. A mostra reunirá mais de 50 capas de livros idealizadas pelo escritório, levando à público trabalhos de nomes como Rubem Fonseca, Nabokov, Ruy Castro, Chico Buarque, Haruki Murakami, Aldir Blanc, João Ubaldo Ribeiro e grande parte dos novos escritores brasileiros, como João Paulo Cuenca, Daniel Galera, Joca Terron, Cecilia Giannetti, Ana Paula Maia, entre tantos outros. A mostra poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h com entrada franca.

6 de mai. de 2011

[Dica de outras boas leituras] 10 músicas famosas inspiradas em livros

Uma das coisas mais legais que eu acho da literatura, é a capacidade de inspiração para outras artes e para as próprias pessoas em si.

Os livros têm a capacidade de mudar as pessoas. E, no caso dessa dica de leitura, foram capaz de influenciar músicos e nos presentear com canções inesquecíveis. Dêem só uma olhada no Livros só mudam as pessoas..


Não deveria ser nenhuma surpresa que, como álcool e literatura, música e literatura são uma combinação feita no céu. Melhor ainda é quando um artista escreve uma canção em resposta a um trabalho literário que esteve lendo. Eis alguns exemplos:


Misty Mountain Hop de Led Zeppelin em Led Zeppelin IV

Misty Mountain Hop foi inspirada na trilogia O Senhor dos Anéis de Tolkien. Aliás, outras canções desse mesmo álbum foram também inspiradas nesta trilogia, incluindo The Battle of Evermore, inspirada na Batalha de Pelennor Fields, e também Ramble On.

 
All I Wanna Do de Sheryl Crow em Tuesday Night Music Club

A letra de All I Wanna Do veio do poema Fun (Diversão) escrito por Wyn Cooper e está incluído em seu trabalho The Country of Here Below.

 
Sympathy for the Devil dos The Rolling Stones em Beggars Banquet

Os Rolling Stones basearam Sympathy for the Devil na obra-prima O Mestre e Margarida de Mikhail Bulgakov,. O livro tem muitas tramas, que são centradas numa visita do diabo a Moscou do final dos anos 20.

 
Clocks do Coldplay em A Rush of Blood to the Head

Clocks foi inspirada na obra Willian Tell do dramaturgo alemão Friedrich Schiller. (um fato inusitado: Hitler adorava William Tell, até mesmo citou partes em Mein Kampf).

 
Don’t Stand So Close to Me de The Police em Zenyatta Mondatta

O notório trabalho de Vladimir Nabokov, Lolita, foi a inspiração dessa música. Lolita conta a estória de um professor que se apaixona por uma menina e que acaba se colocando em uma situação delicada ao colocar o seu desejo em prática – exatamente como na letra de “Don’t Stand So Close To Me”. Sting (para quem não sabe, foi professor antes de se tornar músico) se apressou em avisar: Essa música não é autobiográfica!

 
The Call of Ktulu de Metallica em Ride the Lightning

Baseada em Call of Cthulh, que é um conto de horror do escritor norte-americano H. P. Lovecraft, contando a história de um ser extraterrestre e dos “antigos” que na mitologia “craftiana” seriam criaturas cósmicas, que teriam vindo à Terra antes desta abrigar a vida. Surpreendentemente inspirou um grande número de músicas, incluindo esta versão do Metallica.

 
O album Animals do Pink Floyd

O clássico de George Orwell, Revolução dos Bichos, foi a inspiração para todo o álbum.
Ao longo das três músicas principais, todas elas com mais de 10 minutos de duração Roger Waters equivale os humanos a cada uma das três espécies de animais: cães (Dogs), porcos (Pigs), ou carneiros (Sheep). Os cães são usados para representar os homens de negócios megalomaníacos que acabam por serem arrastados pela própria pedra que atiraram. Os porcos representam os políticos corruptos e os moralistas (com referências directas a Margaret Thatcher e a Mary Whitehouse). Os que não se enquadram nestas duas categorias são carneiros, que sem pensamento próprio, cegamente seguem um líder.

To Tame a Land de Iron Maiden em Piece of Mind
To Tame a Land foi baseado na obra-prima de ficção científica de Frank Herbet, Duna. Aliás, Iron Maiden é uma banda muito literária: eles escreveram canções inspiradas em livros em diversos livros, incluindo O Fantasma da Ópera, O Nome da Rosa, Senhor das Moscas, e poesia clássica de autores como Alfred, Lord Tennyson e Samuel Taylor Coleridge.

 
The Fool on the Hill dos The Beatles em Magical Mystery Tour

The Beatles conseguiram sua inspiração para esta canção no clássico de Henry Fielding, Tom Jones, considerado por muitos o primeiro romance moderno.

 
O album Haunted de POE

Poe é uma cantora / compositora americano. Foi inspirado no livro House of Leaves (Casa de Folhas) de Mark Z. Danielewski, que é seu irmão, e basicamente apresenta uma história de terror conturbada e que intriga a mente de quem a lê. O álbum inteiro de Poe foi baseado neste livro. Apenas não o escute se você possui cantos e corredores desconhecidos na sua casa.

E você, tem mais alguma música ou albúm para indicar? Comente conosco!

Fonte: Examiner com contribuições óbvias do Wikipedia.

4 de mai. de 2011

[Dica de outras boas leituras] Sobre o fim do Blog Livros de Humanas



Não sei se vocês conheciam o blog Livros de Humanas, criado em 2009 por um aluno da USP, que formou em pouco mais de dois anos uma biblioteca maior do que a de muitas faculdades brasileiras. Até sair do ar, reunia 2.496 títulos, entre livros e artigos, de filosofia, antropologia, teoria literária, ciências sociais, história etc. Uma coletânea invejável e... gratuita! Exatamente! O blog oferecia aos seus usuários a possibilidade de baixar esses arquivos gratuitamente. MAS... (sim, sempre tem um "mas"), o acervo era formado sem qualquer autorização.

E não é de se surpreender que, semana passada, uma mensagem de violação dos termos de uso anunciou aos internautas que a página havia sido suspensa. 
O caso chama atenção para a ampliação da circulação de arquivos digitais de livros na internet, uma prática que dá novo sentido e escala à discussão sobre a circulação de cópias xerocadas no meio acadêmico. 
Vale a pena ler na íntegra a matéria publicada no O Globo a respeito do assunto, com uma entrevista (excelente, diga-se de passagem) com o criador do blog, que prefere manter anonimato: Suspensão de blog com livros piratas cria discussão na web

Acho importante deixar claro que tanto quanto profissional da área, bem como consumidora, sou contra à pirataria de livros (e de qualquer tipo de produto, vale ressaltar). E não digo isso porque viso o lucro da venda dos meus livros. Sim, eu desejo que eles vendam muito. Mas eu não canso de publicar aqui relatos sobre a importância das funções de cada um dos profissionais envolvidos no longo processo de produção e publicação de um livro. Piratear um livro é simplesmente jogar tudo isso no lixo!

Acredito que o Brasil está longe de uma solução que agrade a todos. Mas o fato é que os preços dos livros são completamente inviáveis, o que afasta nossa população de massa desse bem tão precioso. O quadro está mudando, a classe C está crescendo e consumindo, mas mesmo assim, temos que fazer mais e melhor, para baixar os preços e tornar os livros bens de uso diário, e não bens de consumo de luxo. 

Momento ótimo para abrir uma discussão e refletirmos sobre o assunto, né?!

2 de mai. de 2011

Ler é para todos

Eu defendo sempre aqui que livros são para todos. E todos significam... TODOS
Essa semana recebi um link de uma reportagem da Carta Capital, que apresenta a nova classe consumidora de livros: a classe C! Ponto para o time dos apaixonados pelos livros!!

Essa nova classe consumidora agora compra cosméticos, acessórios, eletrônicos e... livros!! É isso aí, pessoal! Essa classe em ascensão social diferente vem de famílias com pouca formação escolar, mas com fome de crescer e aprender: ela quer comprar o próprio livro! 

Como as grandes redes de livrarias ainda se concentram longe de onde a maioria dessas pessoas residem, eles optam por comprar em bancas de jornais e catálogos diversos, bem como pela internet. Mas fica a dica para os livreiros: e aí, vamos prestar um pouquinho mais de atenção para essa camada da sociedade que tem direito de passear nas lindas livrarias da cidade? 
E fica a dica para as editorar também: que tal ficarem mais atentas ao preços absurdos dos livros? 

Segue abaixo a resportagem na íntegra com todos as informações necessárias para ficarmos mais antenados no assunto. O espaço está aberto à discussão. Dêem suas opiniões e comentem o quanto quiserem! Afinal, vocês são de casa... 



Pela primeira vez eu sinto que o Brasil está abraçando a causa da leitura!
E LER é um prazer de todos!


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A nova classe leitora

Maria José Rodrigues, de 48 anos, e as amigas da associação de mães do Parque Santa Rita, na zona leste de São Paulo, descobriram que são o retrato da nova classe média – os 20 milhões de brasileiros que testemunharam, nos últimos dez anos, o avanço da renda e do crédito e agora são perfilados como classe C. Elas ganham de dois a quatro salários mínimos, têm cartões de crédito e três, quatro tevês. Mas há um item a mais nessa lista que aponta para uma ascensão social diferente, incomum a quem vem de famílias com pouca formação escolar. Elas leem. E compram os próprios livros.
“Um dia eu ia comprar um cosmético, vi o livro no catálogo e me interessei”, diz Maria. Ela comprou o exemplar da revendedora que bateu na porta de casa, fenômeno recente que traduz uma nova situação para o mercado livreiro. O bairro dela não tem livraria. Quando a opção chegou tão perto, Maria aceitou. “O título me atraiu, sobre como lidar com pessoas difíceis. Era o que eu precisava. Então comprei.”
Em um país onde a leitura é somente a quinta atividade de lazer nas pesquisas e três em cada quatro pessoas não vão a bibliotecas, a compra de Maria mostra que as coisas começam a mudar. Como o índice de leitura acompanha o aumento da educação formal, que caminha com a alta da renda, a leitura surge para esses novos consumidores. O número de livros lidos por habitante saltou de 1,8, em 2000, para 3,7, em 2007, segundo a pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, de 2008.
O Brasil já é o 11º mercado de livros do mundo, de acordo com pesquisa divulgada nesta semana na Feira do Livro de Londres. E, segundo o mais recente levantamento da Fipe para a Câmara Brasileira do Livro, do ano passado, o mercado editorial cresceu 13,5% em volume de exemplares entre 2008 e 2009. Faturou quase o mesmo. Os livros é que estão mais baratos, graças à política de desoneração do governo e à queda do dólar.
A demanda é óbvia: segundo a pesquisa, 43% dos que dizem ler livros são da classe C, mas só 48% deles compram livros. Na classe A, são 73%. Se os outros 52% da classe C passarem a comprar, a mágica está feita. O mercado já percebeu isso. A Paulus, por exemplo, lançou uma coleção de infantis a 5 reais,- em razão “do aumento da procura- por essa classe C”, segundo o presidente, Zolferino Tonon. Fora o boom de livros de bolso e edições mais simples que a maioria que as editoras tem lançado, de olho em gente com formação e renda cada vez mais sólidas.

“Tome-se o universitário de faculdade barata: ele não vai comprar A Bíblia do Marketing, que custa 169 reais, mas, com certeza, vai comprar um livro para ajudar na carreira por 15 reais”, diz Ednil-son Xavier, presidente da Associação Nacional de Livrarias. Juliana da Costa, de 26 anos, confirma a tese. Moradora da zona leste, a 40 quilômetros das maiores livrarias da cidade, a estudante de Administração passou a comprar livros a pedido do professor. “Não tenho tempo de ir à livraria, então compro no catálogo mesmo.” Ela comprou O Monge e o Executivo, adorou e quer mais.
“O que importa é que estamos conseguindo contemplar esse público”, afirma Sônia Jardim, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros. Dois elementos sinalizam isso. Primeiro, os filões que mais cresceram foram o religioso, o de autoajuda e os técnicos, além dos infantis – acessíveis e comprados- em massa pelo governo. Segundo, o tipo de venda que mais se expandiu foi o porta a porta, que cresceu perto de 13% em três anos, superando a internet.
Como as livrarias ainda se concentram nas áreas nobres das cidades, esse público compra livros em feiras, no porta a porta, em supermercados e nos catálogos, para alegria da Avon, que descobriu no clássico público que adquire seus produtos de beleza mulheres sedentas por leitura barata e com temas afins. Com fonte menor e papel simples, os livros são mais baratos. Caso do Crepúsculo nas mãos de Valdenice Barca, de 37. “Só compro em livraria se for no shopping. Mas quando abro o catálogo e acho algo, compro.” Já foram nove livros, que ela troca com as amigas, num improvisado clube de leitoras.
O que a classe C busca? “São livros de autoajuda, religiosos, receitas, romances femininos e cada vez mais literatura, mais best-sellers”, conclui Jardim.
Mas o impacto dessa nova classe de leitores no país ainda não é claro. O governo aposta que o aumento da escala barateará os livros, incentivando a leitura. Ao implantar o programa do livro popular, o objetivo é chegar a títulos abaixo de 10 reais. Seria algo como a Farmácia Popular. O MinC estuda linhas de crédito para tais livrarias. A contrapartida seria exigir, nos editais de compras para bibliotecas, o fornecimento dos títulos pelos mesmos preços no mercado. “Assim traremos o livro para a cesta básica da classe C”, diz Galeno Amorim, à frente da Fundação Biblioteca Nacional. “Mas o governo não vai interferir no que as pessoas devem ler. É o mercado que decide o que quer vender e as pessoas, o que comprar.”

Amorim contemporiza. “Claro, quando o Estado compra títulos, leva em conta critérios do que deve haver na biblioteca, incentivando a qualidade do que chega ao mercado. Mas o kit é variado e inclui a demanda dos leitores.” E tem o vale-cultura, incentivo de 50 reais aos trabalhadores para gastar com cultura, cuja aprovação no Senado é esperada pelo MinC. A cifra alcançaria 7 bilhões de reais ao ano. Se uma parte for endereçada a livros, já seria um novo boom.
Nem todos, porém, são tão ufanistas. “Existe um mercado potencial enorme, mas não há garantia de que o aumento de renda vai se refletir em leitura”, diz Milena Duchiade, diretora da Associação de Livrarias do Rio de Janeiro. “Uma livraria pequena tem 5 mil livros no catálogo. A Avon tem dezenas. Como ficam as escolhas?” Dona de livraria, Duchiade dá um exemplo da pouca diversidade da demanda. Com os vouchers recebidos pela prefeitura, professores cariocas podem comprar livros. “Mas é sempre autoajuda ou religiosos. Isso não é ruim. Mas precisamos diversificar a leitura.”
Para o antropólogo Felipe Lindoso, é natural o boom de livros religiosos. Como o tema agrada e eles são vendidos em livrarias, igrejas e supermercados, garantem-se escala, preço e acesso. “O bom livro é o que a pessoa quer ler.”
Que o diga a assistente social Giane Gouveia, de 40 anos. Quando ela entra numa livraria, busca livros sobre a profissão, autoajuda e espíritas. “Busco coisas que atendam às minhas inquietações. Já cheguei a gastar 400 reais com livros, mas eram de áreas que me interessavam.” O que importa, diz, é que as pessoas buscam respostas para seus problemas na leitura. “Assim, ganham uma perspectiva mais ampla”, diz Lindoso, autor de O Brasil Pode Ser um País de Leitores? “E pode ser, com certeza. Só não vai ser dos livros que os intelectuais querem.” •