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2 de mar. de 2011

Jornalista é jornalista. Escritor é escritor. Blogueiro é blogueiro. E a ética é de todos nós!

“Um escritor, como um pugilista, precisa ficar sozinho. Ter suas palavras publicadas é como entrar num ringue: coloca seu talento em evidência e não há onde se esconder.”

É assim que o filme “O resgate de um campeão” começa e termina. Seguindo um conselho (muito bem dado, diga-se de passagem) assisti ao filme e, como previsto, cá estou escrevendo sobre a relação dele com minhas profissões (assim no plural mesmo). 

Para quem não sabe, sou formada em Jornalismo, pela PUC-SP E  em Produção Editorial, pela Universidade Anhembi Morumbi. Costumo dizer que fiz a escolha do casamento perfeito, porque os cursos me foram extremamente complementares. Então, decidi incluir aqui minha “terceira profissão”: blogueira; e assim, abrir uma discussão e convidar a todos vocês para participarem: ÉTICA





Há algumas semanas, no postParceria, uma via de mão dupla”, muitos comentários falaram da seriedade do trabalho de um blogueiro como jornalista. Eu discordo desse ponto de vista. Acho que blogs não necessariamente precisam ser de propriedade de um jornalista, isso não faz o menor sentido, já que a  Internet é de todos. E, acima de tudo, acho que os blogs não precisam fazer o mesmo  trabalho que o de um jornalista.

Jornalista é o profissional que gasta a sola do sapato (como me ensinou meu melhor professor da PUC) para correr atrás da verdade factual. E toda verdade tem dois lados. Cabe aos jornalistas autenticar a coerência das versões, apresentando-as ao leitor, de maneira objetiva e fiel à realidade. É o caminho da busca da verdade é o que move (ou pelo menos deveria) um profissional do jornalismo.

É exatamente isso que o repórter esportivo Erik, personagem de Josh Hartnett faz no filme citado acima. Perdido em sua profissão, ele salva um sem-teto e acredita que ele seja Bob Satterfield, uma lenda do boxe, que todos acreditavam estar morto. Assim, surge a oportunidade de uma grande matéria, resgatando a história de um campeão. Envolvido com a ganância de mostrar-se competente para seu chefe, sua ex-mulher, seu filho e para si mesmo, ele esquece os princípios básicos do jornalismo e publica uma matéria falsa, já que o verdadeiro Bob Satterfield realmente estava morto há anos. Erik não se comprometeu com a verdade factual e não checou nenhum fato que lhe foi apresentado. Ele não foi jornalista, mas, sem querer, foi um belíssimo escritor.

A matéria, que lhe rendeu sucesso momentâneo e grandiosidade profissional de poucos dias, seria um excelente livro de romance-reportagem, gênero inaugurado por Truman Capote, com o livro A Sangue Frio¹, num caso clássico em que a literatura respira a ficção, mesmo que baseada em fatos reais.

Acredito que não há mais jornalismo que prenda a real atenção dos leitores. Eles não querem mais saber e não têm mais tempo para ficar lendo textos e mais textos sobre a tal verdade factual. O que todo mundo quer e gosta mesmo é de uma boa história para contar, ouvir e poder debater sobre. E uma história sempre pode virar uma outra história, basta você permitir e sua imaginação deixar. Uma boa história deve ser escrita com paixão e transmitir o sentimento.

E no meio de tudo isso, há os blogs. Uma ferramenta de fácil acesso e simples manuseio, que invadiu nossas vidas e que tem todos os componentes para atrair diversos tipos de leitores, com brilhantes textos reais ou ficcionais. Os blogs têm um poder que não imaginam, mas também podem serem perigosos, quando passam a corromper o significado de ética.

Um bom blog deve sair do senso comum. Sair desse mais do mesmo de sempre e adentrar no campo do imaginário do leitor, garantindo fidelidade de visitação e visibilidade na blogosfera. Porém, da mesma maneira que Erik, o protagonista do filme, foi irresponsável em sua publicação -e assim como vemos casos semelhantes diariamente no cenário do jornalismo brasileiro e mundial-; a blogosfera parece estar recheada de coisas do gênero.

Ao assistir “A Rede Social”, percebi mais do que nunca que TUDO o que se escreve online é instantâneo e eterno. Com a mesma facilidade que a moda na Internet pega rápido, aquilo fica para sempre. Um exemplo bem próximo de nós, blogs literários, foi o caso citado no post “Parceria, uma vida de mão dupla”. Não importa que você tire o blog do ar, que você apague o texto, que remova a postagem no Facebook ou que delete do Twitter: alguém sempre já deu um print screen, já deu RT, já encaminhou por e-mail... Você nunca é rápido o suficiente para corrigir um erro online.

A Internet é rápida, eficiente, poderosa e pode ser extremamente impiedosa. Ou você se consagra em instantes, ou se destrói em minutos.

Talvez eu pareça um pouco vintage (talvez eu seja mesmo), mas acredito que essas esferas estão intrinsecamente ligadas. Não dá para desvincular jornalismo, literatura e blogs. Aqui, a parceria é de mão tripla: uma coisa depende da outra, direta ou indiretamente. Mas vale ressaltar que uma coisa NÃO é a outra.

Jornalista é jornalista. Escritor é escritor. Blogueiro é blogueiro. Mas todos eles têm um ingrediente comum: a busca pela ética. Seja lá qual for sua área de atuação, a ética deve sempre estar presente. E, infelizmente, temos visto falhas grandes e lamentáveis nesse quesito.

Finalizando, deixo as questões: 

Vocês acham que ÉTICA é mesmo essencial na relação jornalismo - literatura - blogs? 

Sim? Não? Por quê? Como é possível manter a ética em esferas tão próximas e de tão fácil edição como essas?

Aguardo o retorno de vocês!! :)

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¹ Se você não leu A Sangue Frio, CORRA! Além de ser uma história excelente e escrita de maneira muito envolvente (um dos meus favoritos, aliás), este livro é um marco na história do jornalismo e da literatura mundial, sobretudo dos Estados Unidos, dada a reflexão sutil sobre as ambiguidades do sistema judicial do país, que desvenda o lado obscuro do tão desejado American Dream).

27 de fev. de 2011

[Dicas de outras boas leituras] N'O Espanador

Juliana Leuenroth, uma jornalista, impaciente que adora ler e tem uma preferência mórbida por biografias. Luani Guarnieri, historiadora, ilustradora, designer e devoradora de livros infantis,  que pesquisa suas narrativas visuais ao longo dos tempos. Rafael Kalebe, um palmeirense e leitor compulsivo do signo de Escorpião. Rafael Menezes, um são paulino, leitor crônico, cinéfilo ávido e escritor nas horas vagas, formado em Letras e não gosta de Madame Bovary e venera Joyce.

Quatro amigos. Pessoas como quaisquer outras. Ex-colegas de trabalho. E uma coisa em comum: o amor eterno e incondicional pelos livros.

Desde que comecei a trabalhar no meio editorial estou sempre ligada nas novidades. E há alguns meses tive uma agradável surpresa na blogosfera chamada O ESPANADOR.





Um blog sobre livros bem diferente do que estamos acostumados a ver por aí. O Espanador ultrapassa os limites da fórimula pronta "resenha e promoções." E correndo o risco de ser xingada por aqui, já estava mais do que na hora de surgir alguém para sair do senso comum. Com uma análise mais profunda, o blog traz um novo olhar crítico sobre o universo editorial, com a propriedade de quem sabe do que está falando porque não só gosta do assunto, como entende muito bem dele.

O Espanador aborda diversos temas referentes ao universo literário, e as publicações são organizadas em: Literatura Brasileira, Literatura Estrangeira, Não-ficção e Quadrinhos. Além disso, ainda traz novidades sobre Eventos e as colunas do Convidados.
A leitura é agradável e divertida! Pelo blog ser composto por mais de uma pessoa, fica fácil de perceber a identidade de cada um dentro dos seus textos, bem como seus gostos e desgostos do universo literário. 

Nada e nem ninguém fica de fora dO' Espanador, que não faz diferença dos clássicos para os best-sellers, ou literatura infantojuvenil. Se é de ler, é d'O Espanador e é de todos nós.


O Espanador foi uma agradável surpresa imersa numa blogosfera saturada de mais do mesmo. Experimente você também! 









O ESPANADOR

Twitter: http://twitter.com/espanadinhas

Contato: oespanador@gmail.com

27 de dez. de 2010

[Dicas de outras boas leituras] A literatura é capaz de transformar o seu mundo?

Eu adoro quando as pessoas me mandam sugestões de pautas, do tipo "Tá, li essa matéria e lembrei do Blog!". Acho o máximo mexer assim com a cabecinha de vcs!!
Obrigada, viu pessoal? Isso é mesmo motivador! 
E falo isso porque a sugestão do post de hoje veio de uma querida amiga, a Innike

Publicada na REVISTA ÉPOCA, em 27/12/2010, a matéria "A literatura é capaz de transformar o seu mundo?" faz, para mim, uma pergunta retórica. 
É claro que a literatura é capaz de mudar o meu mundo. Não tem melhor maneira de me teletransportar para onde eu quiser, do Céu ao Inferno; ou me apaixonar por quantos príncipes encantados fores; ou ainda, ser mãe, filha, irmã e amante... tudo ao mesmo tempo! 



Mas mais do que essa opinião pessoal, trago para vcs hoje as opiniões de diversos grandes nomes do nosso meio lietrário, que a colunista Eliane Brum reuniu em matéria para Época. 
Vale a pena dar uma olhada AQUI e fazer as promessas para 2011 baseadas na literatura! 

BOA LEITURA!!!

22 de dez. de 2010

[Dica de outras boas leituras] O jeito ideal de ler para os bebês

Pesquisando coisas aleatórias na Internet, achei uma matéria bem bacana que saiu em 18/9/2010 no Portal IG, na sessão DELAS - FILHOS, sobre O JEITO IDEAL DE LER PARA OS BEBÊS.
Vale a pena dar uma lida e iniciar as crianças, desde pequeninas, ness euniverso maravilhoso da leitura!





A leitura de histórias é uma atividade que pode ser adotada a partir dos seis meses do seu filho – e traz muitos benefícios. Veja dicas para ler para o bebê


Estudos indicam que, ao entrar na escola, as crianças de três anos que já possuem o hábito de leitura em família apresentam um vocabulário 300% maior que aquelas que não cresceram entre as brochuras.


Especialistas recomendam ler para os bebês a partir de seis meses de idade. Além do estímulo cognitivo, o hábito da leitura de histórias também reforça um vínculo afetivo. Veja abaixo algumas dicas para ler para seus filhos.


Escolha o livro certo
“Visite uma boa livraria e solicite ajuda para escolher livros indicados para a faixa etária do seu filho”, sugere Regina Célia Tolentino, diretora e coordenadora pedagógica da Building Escola de Educação Infantil. Segundo a educadora, livros exclusivos para bebês, que podem ir para o banho, por exemplo, combinam interesse e encantamento. Os livros devem ser simples, com poucas palavras por páginas e muito coloridos e ilustrados. “Bebês amam fotos coloridas, rima, ritmo e repetição”, lembra Perri Klass, pediatra, jornalista e escritora. Priorize histórias que contenham esse tipo de artifício.


Interprete!
Os especialistas concordam que é preciso se divertir com a leitura para os bebês. “Use vozes diferentes, faça perguntas, invente joguinhos de esconder e mostrar”, exemplifica Perri. Não há regras sobre uma entonação ideal, mas é preciso cativar.


Inclua o pequeno
Quando for possível, faça o bebê escolher o livro. Com o tempo, ele vai saber reconhecer seus preferidos e apontará suas preferências. Faça-os interagir, por exemplo, mostrando as partes do corpo de um desenho e nomeando-as em voz alta: nariz, olhos, mãos, pés... Aos poucos, aponte para ele mesmo e logo ele tentará imitar o que você fala. “Dos seis meses aos 3 anos, a leitura é totalmente interativa, com conversas antes, durante e depois da leitura”, fala o psicólogo e educador João Batista Oliveira, presidente do IAB (Instituto Alfa e Beto).

Defina horários...

É importante inserir o hábito na rotina do bebê, fazendo com que ele sinta o estabelecimento de um ritual e transmitindo amor e segurança – seja antes de dormir, depois da refeição, da sesta ou de brincadeiras mais ativas, para acalmá-los.
... mas também respeite o tempo dele
Embora seja favorável adotar momentos definidos para a criação do hábito, Regina ressalta que o momento perfeito é quando a mãe ou o pai podem estar plenamente com o filho, sem interrupções ou distrações. “Vale também observar as necessidades do pequeno. Às vezes, ele pode estar cansado demais ou cheio de energia, então a leitura não deve se tornar uma batalha”, acrescenta Perri.

De olho na frequência
João afirma que quanto mais jovem é a criança, mais rápida é a leitura, pois ela não se mantém atenta durante muito tempo. Portanto, elas devem ser frequentes, várias vezes por dia.


7 de ago. de 2010

O porquê da FLIP

Lembro que ainda estava no colégio quando aconteceu a primeira edição da Feira Literária Internacional de Paraty, a FLIP, em 2003. E foi nesta mesma edição que afirmei, confiante, que um dia eu ainda estaria lá. Foi apenas na edição de 2007, quatro anos depois, que consegui realizar este sonho.

Estava no último ano da faculdade de jornalismo da PUC-SP e meu TCC era sobre Nelson Rodrigues (qualquer dia farei um post sobre isso aqui), o homenageado de FLIP naquele mesmo ano. Conspirando a meu favor, meu pai trabalhava no Grupo Ediouro, que estava publicando as novas edições dos livros de Nelson. Prato cheio, né? Lá fui eu para Paraty!

Foi uma experiência única e, infelizmente, nunca mais a repeti, ainda.
É uma época em que se respira cultura, inala-se literatura... Cruzamos as ruas com autores famosos, vamos às festas e baladas com jornalistas, agentes e editores. É um luxo para o mercado. É um sonho aos aspirantes!

Deixando de lado toda importância do evento à cidade de Paraty, pois creio que isso seja bastante claro a todos nós, falemos aqui da importância de um evento como esse para o Brasil.
A FLIP recebe, todos os anos, autores mundialmente respeitados. E, por conta disso, o Brasil passou a fazer parte do cricuito dos festivais internacionais de literatura, sendo considerada um dos principais eventos do ramo; não só pelos autores convidados, mas também por todos os shows, debates, exposições, exibições, apresentações, oficinas e atividades que proporciona, aos adultos e às crianças. 






Concordo que a elite cultural do país é quem povoa as ruas da bela cidade do Rio de Janeiro nestes breves quatro dias de eventos. E que é um quadro que, dificilmente, mudará. Porém, incluir o Brasil neste circuito elitista de luxo cultural, é SIM um avanço para nosso país. É um convite ao exterior a conhecerem o nosso lado cultural, os nossos leitores, as nossas editoras, os nossos publishers. 


Por isso, eu sou muito a favor da FLIP. E aconselho, a todos vocês, passarem ao menos um dia por essa festa incrível, em alguma das próximas edições! E então, contem se eu estava certa, ou não...


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DICAS:

- O BLOG DA FLIP disponibilizou todos os vídeos das palestras desta edição que se encerra amanhã, 08/08/2010. Vale a pena dar aquela espiadinha...

- O BLOG DA COMPANHIA DAS LETRAS fez uma cobertura deliciosa de se ler sobre esta edição da FLIP, incluindo trechos de leituras feitas pelos próprios autores. Recomendo que facam uma boa leitura por lá.

31 de jul. de 2010

SIM, nós também lemos!

Essa semana foi de boas notícias, não só para nós do ramo editorial e apaixonados por livros, mas para todos nós cidadãos brasileiros; já que foi estaticamente comprovado que estamos lendo mais!

Uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Livrarias, a ANL, sobre o Diagnóstico do Setor Livreiro em 2009, reveleu o aumento do número de lojas espalhadas pelo país. Segundo a pesquisa, atualmente, existem 2.980 livrarias em todo o Brasil, número proporcionalmente 11% maior do que em 2006.




Mas ainda temos muito o que crescer. Isso porque a desigualdade social do país fica escancarada em nossas caras no momento em que se analiza a divisão assustaduramente desleal desse númetro de livrarias espalhadas pelo Brasil: mais de 50% desss lojas concentram-se na região Sudeste, sendo liderada por São Paulo, com mais que o dobro do número de livrarias que o segundo colocado, Rio de Janeiro. Claro que fatores como alto nível de escolaridade e concentração de renda são os grandes influenciadores dessas estatíscas, que apesar de animadoras, são preocupantes! 




Sim, nós também lemos... Mas agora queremos ler por inteiro! É claro que para mudar o quadro da divisão da leitura do país é necessário pensar no quadro da divisão de renda do país. Mas fica aqui a fica para que os livreiros e editores passem a olhar com novos olhos para a atual situação do país e acreditem no potencial de mercdo que existe fora do eixo Rio-SP. A mesma pesquisa mostra, por exemplo, que o estado de Roraima, na região norte, possui apenas 25 livrarias, mas é um número proporcionalmente admirável, já que colocando na ponta do lápis, e o estado com a maior média nacional! A Bahia é outro estado que merece atenção do ramo, pois é líder da região nordeste. 


Fora esse tipo de amaurecimento no mercado, o Brasil está apenas engatinhando quando o assunto é aumento do índice de leitura no país, já que, segundo Vitor Tavares, Presidente da ANL, a nossa média é de 1.9 livros lidos por habitante ao ano, o que é muito abaixo de outros países, inclusive lationamericanos, como a Argentina e Chile, por exemplo, com 5 e 3 livros lidos por habitante ao ano; respectivamente. 

Outra dado que vale nossa atenção é que o gênero infantojuvenil é o mais vendido. E que 56% das livrarias do país não fazem vendas online, ou seja: nossos cidadãos gostam de ir às livrarias e levarem suas crianças! Isso, para os editores e livreiros é sinônimo de sucesso garantido, pois como disse Samuel Seibel, dono da rede Livraria da Vila, o "público infantil é 100% leitor!"

E se é estatiscamente comprovado que nossas crianças lêem, significa que meu sonho não é tão distante assim e que, muito em breve, nosso país será um Brasil de devoradores de livros!



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DICAS:

- O jornal BOM DIA BRASIL, da Rede Globo, fez uma boa matéria sobre o assunto, que também me serviu como fonte. Recomendo que assistam:




- A quem interessar, no site da ANL é possível fazer o dowload do PDF com a pesquisa na íntegra. Vale a pena, para quem quiser se inteirar mais dos números.